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.peza, e poderemos faz«-lo tendo de pagar de m.ais mil contos ? Isto é lógico ? Olba-se aos tantos por «ento que se perdem, ou que ganham os Prestamistas , e. não se calculam os que por falta de pagamento se perderiam, que hão de ser sem conto, alem ,da maior impossibilidade de organizar as nossas Fi* n ancas sem recorrermos a meios violentos? »

Sr. Presidente, ha na minha opinião um só argumento que os nobres Deputados não tem, ainda produzido ,. mas, que eu lho ministro, e lhe dou ; e é, porque razão havíamos de tractar com os Inglezes .sem termos organizado primeiro o nosso Budget, e .igualado a receita á despeza? Isto era em verdade um argumento, porque tendo deixado de pagar os dividendos três annos, podíamos organizar primeiro, nosso Budgetj e depois tractar com os Inglezes: mas, Sr. Presidente, havia uma força que pesava sobre .nós, não digo força fy&ica, mas uma força moral muito considerável, e esta era a desigualdade com -que havíamos Iractado os credores da divida consolidada: era isto que dava argumento aos Inglezes, era isto que lhe dava força para recorrerem ao seu •Governo, posto soubessem que o Governo Inglez nunca se havia intromettido com as especulações dos .particulares. E quem duvida, Sr. Presidente, que fosse considerado i m mora l que nós pagássemos em dia aos credores Portuguezes, e que não pagássemos aos credores Estrangeiros?

. A regularisaçâo cabal da nossa Fazenda era cousa mais morosa, e era necessário acudir a este ponto; ,era necessário evitar sabe Deos o que da nossa prolongada indifferença paracomaqiíella classe deCre-» dores. Portanto, Sr. Presidente, foi necessário tra» ctar desta questão, e tracta-la com antecipação a todas as outras, e tractou-se muito felizmente, ainda que se tem dito muita cousa, ainda que se tem lançado tnuito boato, ainda que se tem espalhado muita calumnia; apesar de tudo isto, Sr. Presidente, o negocio tem corrido o melhor possível, e lia de continuar a correr se Deos quizer. Sr. Presidente, ate se tem duo que quando este dinheiro chegar a Inglaterra ha de haver um embargo sobre ellê por parte dos que não tem quer ido ainda converter, Não ha embargo nenhum, nem cousa alguma que recear. Torno a dizer, Sr. Presidente, os Credores Inglezes a sua força toda era sobre a desigualdade dos pagamentos, era sobre o pagamento em ciiaaos Portuguezes, em quanto o seu estava deffendo ha Ires annos; trouxeram para corroborar este seu argumento ainda outro, Q da gratidão com que eu julgo não ser perciso magoar agora esta Camará ; fizeram com isto grande força, e nós os que sabemos alguma cousa da historia das finanças da Europa, não podemos deixar de dizer que este facto é talvez o único, porque a Alemanha por exemplo quando deixou de pagar os seus dividendos, começou por faltar aos de casa, e depois é que faltou aos de fora ; « vós, diziam elles, pagai-vos primeiro edeixaes por três annos defferido o pagamento aos estranhos. Isto fez força, e a final o Ministro Inglez não obstante a pratica do seu Governo, tanto quanto eu sei, não ponde deixar de remetter ao seu Ministro aqui as queixas dos seus Bond-bolders. declatanclo todavia que esperava que o Governo Poituguez poderia ressalvar-se dns vehementes accusações que se lhe faziam. E na verdade o nosso Governo, segundo algum do» Ministros teve a bondade de me con-

fiar, provou tào cabalmente a necessidade de manter a integridade da Junta do Credito Publico como o ultimo reducto. do credito Nacional, e por bem tanto dos.Credores internos como dos propiiosCredores Inglezes, que Lord Palmérston julgou acertado descontinuar quaesquer diligencias em favor dos Reclamantes, e assim lho declarou. Aqui está ,o negocio, Sr. Presidente, o Governo Inglez reconheceu a razão porque nós tínhamos assim procedi* do; reconheceu a força das circumstancias; e a conversão mostra todas as apparencias de ir por diante. Já hontem aqui se disse a quanto ella montava : as declarações que se fizeram de annuir á conversão montam a sete milhões e tanto esterlinos, muito mais de ametade da divida, agora que se tracta de receber os bonds velhos e dar em troca bonds novo* já se acham dous milhões e 700 mil libras esterlinas, trocadas, e vai progredindo, e ha de progredir; mas senão for pago o dividendo não ha de progredir, senão for remettido o dividendo conforme se prometteu na Lei de 17 de Outubro passado, havemos de ser tidos por buíras; havemos de ficar inteiramente desacreditados para com aquella Nação (Apoiados},

, Si.t Presidente, já demonstrei as circumstancias que occasionaram es ta de mor a; já demonstrei a necessidade de pagar; queria agora a Camará qneeu lhe demonstrasse os prejuízos que se,haviam de seguir de não pagar? Seria abusar .muito • da sua paciência. Esta quantia é d'absoluta necessidade que se remetia, ,nàp .ha tempo a perder, traz-nos uma grande porção de benefícios;, traz-nos 900 a 1:000 contos de alivio cada anno; traz-nos anão necessidade de uma Co m missão pelo pagamento dos dividendos, á qual éramos obrigado ssegundo os contractos que agora ficam nullos: traz-nos a grande vantagem de reduzir toda a divida Ingleza a um único typo de juro, a grande vantagem de que todo o mundo pôde entrar no conhecimento da divida Ingleza; traz-nos a simplicidade da coniabili* dade ; finalmente, traz-nos mil vantagens que nos arriscamos a perder, senão mandarmos o dinheiro.

Sr. Presidente, não ha perda para o Thesouro , porque não baaugtnento da.sua despeza. Não nos importe se os Prestamistas ganham muito ou pouco ; creia a. Camará que a Commissão que ella nomeou, se informou com vontade cTacerlar, e achou que não havia meio nenhum de vir a uma conclusão senão este.