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guntei se fazia lenção de apresentar os trabalhos da Comrnissào; e como lh'o havia eu de perguntar, se elle já aqui tinha dito que os havia de apresentar, eu o que queria saber para meu\ governo era quando elle tencionava apresenta-los, se os linha mandado imprimir, e quando julgava que os trabalhos da sua Repartição lhe dariam logar para elle meditar nos daCommissào, e apresentar-se aqui para os discutir. Tudo isto era parlamentar; porque a Camará não pôde discutir um Parecer, que por fim não e nada menos que a organisaçâo definitiva do Paiz, sem a concorrência do Ministério. Ora a Garoara não havia de querer ir impedir os trabalhos ordinários de que o Ministério está encarregado, para abbreviar aquella discussão. Por consequência, creio que era muito parlamentar perguntar a S. Bx.a o dia eni que elle se achava desembaraçado, e instruído para poder entrar nos debates; e S. Ex.a fez aquxílle discurso todo, só para provar que a minha pergunta era incurial, e respondeu a cousas que eu nào lhe tinha perguntado, de sorte que frz elle a pergunta para dar a resposta á sua pergunta. Não ha nada tnais fácil do que é fazer grandes discursos quando o mesmo Orador dá a lhese para ficar victo-noso na refutação.

O Sr. Ministro da Fazenda: — Sr. Piesidente, eu satisfaço precisamente ao nobre Conde, visto que elle não se contentou com a minha resposta; os trabalhos estão-se copiando, e virão á Camará talvez Segunda-Feira. Não rnc comprornetto porque e possivelque, por alguma eventualidade im-prcvisla, elles não pos?am vir; mas pela minha parte lenho feílo iodas as diligencias para que elles possam vir.

O Sr. Conde da Taipa: — E a impressão. \.

O Orador: — A impressão não se pôde fazer, nem em possível; porque a Administração careceu de esludar a malena ; por consequência como ora possível rnanda-los imprimir? Se o nobre Conde queria, n a Camará approvasse, que a Administração mandasse iiq->i aquelles trabalhos, sem dizer a sua opinião sobre elles, então já os tinha apresentado impressos ha mais lernpo; mas a Administração por certo que desle modo não desempenhava a sua obri-gaçãí», e nesta situação collocava-se nacircumstancia em quo o nobre Conde entende que lhe não deve fazer oppoàiçào; mas eu quero o contrario; o nobre Conde declarou aqui n*«ima occasião que a sua posição nalural é a opposição; mas que não fuziu opposi-çào senão quando entendesse que havia Governo ; a Administração te:n muita gloria de sotíier a opposição de S. l£x.* porque e uma prova de que ha Governo, que pensa e obra; se o nobre Conde quer col locar-se na sua posição natural, e' necessário que a Administração se colloque na sua; ío^o a Administração carecia deapiesenlar os trabalhos daCorn-niibsão com a sua própria opinião; — na Situação contraria teiia a Administração a nobic gloria de contar entre os seus sustentáculos o nobre Conde ; mas a Administração não quer o seu apoio por este preço; a Administração honra-se muito de que o nobtc. Conde lhe não preste o seu apoio nesta cir-cumotancia. (O Sr. Conde da Taipa : — A palavia) Por consequência, repito, os tiabalhos da Com-missuo não podiam ir a imprimir; a Administração viu bei!» que se ganhava tempo com isso ; mas ella não tona pudido fazer sobre esles trabalhos aquelle TOt. 4.' — JUNHO—1841.

estudo e aquelle exame que era indispensável para poder dar a sua opinião sobre elles, e sustenta-los no Parlamento.

O Sr. José Estevão: — Sr. Presidente, ou eu rue engano, ou era preciso dizer tanta cousa sobre uma pergunta....

O Sr Ministro da Fazenda: — Agradeço ao Sr. Deputado.

Ó Orador: — A pergunta do Sr. Conde da Taipa ; primeiro, não ha caracter nenhum Parlamentar queacceite a Substituição da Comtnissão ao Executivo , e, quando qualquer Membro do Parlamento se refere aos trabalhos da Com missão usa só de uma expressão histórica; mas não d'uma expressão com significação política: agora quando esta linguagem e' empregada pelo lado dos Ministros, ella é mais significativa, porque pôde indicar um desejo de tirar a responsabilidade de cima das suas cabeças , e então pôde ser stygmatisada. Eu posso muitas vezes fallar em trabalhos da Commissâo, porque elles existem ; mas quando esta linguagem apparecer no banco do Ministério; eu hei de sempre, »enão stygmatisa-la, pedir explicação a respeito delia, e quando se fizer esta arguição á Administração, ella responderá do mesmo modo, que o não disse senão no sentido de uma significação histórica.

Agora perguntou-se, quando se apresentarão os trabalhos á Camará : a esta pergunta responde-se — u está-se tractando deste assumpto, e brevemente se apresentarão»; depois ha urna outra exigência; apresentados elles, determine-se o dia em que se devem dar para a discussão, e isto e uma exegen-cia importante, que a Camaia não pôde eslranhar; porque não está acustomada a faze-lo ; a falta da satisfação desta exigência vai pelo contrario contra a falta de todos os Parlamentos; porque em todos os Parlamentos ern assumptos de importância se costuma antecipar a Ordem do Dia, para que todos saibão que aquella discussão se ha de tractar naquelle dia; e para que nào passe um assumpto desta ordern no momento de se dar a Ordem do Dia, entre uma successão de Projectos que parece uma repetição de Taboada nas Escholas de Primeira* Letras. (Hilaridade). Em consequência á primeira exigência o Sr. Ministro satisfez, dizendo: está-se trabalhando oeste assumpto, e ha de apparecer quanto antes. Eu estimo muito que se fizesse urn novo Relatório ale'm daquelle que já estava feito, para que a questão venha rnais bem resolvida do que se fazia tensão de se apresentar no tempo em que eslava outro Ministro na Administração da Pasta em que S. Ex.a está ; porque eu entendo que S. Ex.a léu o Relatório feito.

O Sr. Conde da Taipa:—Sr. Preaidento, o Sr. Ministro acaba de dizer que o não dar eu ap'oio ao Ministério honrava o mesmo .iVlinislei 10; isto é urn insulto, Sr. Presidente, eu declaro que ludo quanto tem dito e feito o Sr. Minuiro é caturrice ; porquu S. Ex.* nos seus actos, no, seus gestos, e nas suas palavras não representa ' senão um perfeito caturra. fozes : — Ordem, ordem : rumor.

O Sr. Ministro da Faienda:—-Eu não re-pondo ao nobre Conde, ma» respondo á Camará ; a maneira porque o nobre Conde se expifasou, nào merecia que eu desse explicação alguma; não a dou a elle, dou-a á Câmara, dou-a A n»im mesmo.