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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

tricto de Braga como as que se referem aos districtos de Evora, Vizeu, ou a qualquer outro (apoiados).

Se tiver de ser demittido o governador civil de Braga, pelas violencias praticadas nas eleições, o que se ha de fazer ao governador civil do districto aonde v. ex.ª vive, ao governador civil da cidade invicta, por via do seu procedimento na questão do celebre e sempre memoravel cemiterio de Paranhos? (Apoiados.) N'esta eleição não foram só as violencias que indignaram o paiz, houve tambem actos attentatorios do decoro politico e da dignidade do poder (apoiados).

Tambem se não sabia. É preciso que eu diga a v. ex.ª, que tambem o governador civil do Porto não sabia senão extra-officialmente que se tinha aberto o cemiterio de Paranhos para os enterramentos (apoiados). Nada se sabia! Tudo era ignorancia crassa!

Se tem de ser demittido o governador civil de Braga, o que me dirá v. ex.ª e o que me dirá toda a assembléa a um facto gravissimo, a um facto de que não ha memoria nas chronicas eleitoraes, a um facto que eu não qualifico, mas que foi deploravelmente sellado com a demissão do sr. visconde de Chancelleiros? (Apoiados.)

Quem responde por todos estes factos?

O sr. Luiz de Campos: — O governo.

O Orador: — É o governo, exclusivamente o governo; nem a camara dos deputados tem relações com os governadores civis, não vê senão os ministros da corôa; e é preciso que cada um responda francamente pelos seus actos (apoiados).

Pois o governo póde ser isento de responsabilidade permittindo que durante as eleições se praticassem actos violentos, e actos de deshonestidade individual, sem ter tomado providencia alguma, nem antes, nem depois do acto eleitoral? Muito agradecidos devem estar ao sr. Alves Passos aquelles cavalheiros do Prado, que s. ex.ª tanto temia. Eu que não tenho a honra de os conhecer, agradeço-lhe, em nome d'elles, o fazer-se s. ex.ª acompanhar de algumas pessoas, quando ía áquella terra, e onde receiava ser maltratado. Fez-lhes s. ex.ª muito favor, porque podia o administrador do concelho manda-los prender para indagações, mette-los n'alguma enxovia para não andarem ao sol n'esta quadra, que é perigosa, principalmente para os actos eleitoraes (riso). Pela jurisprudencia do sr. presidente do conselho estava nas attribuições paternaes do administrador de concelho o prender para indagações os influentes da opposição, e manda-los de presente ao governador civil depois da eleição! (Riso.)

Estou com receio de que v. ex.ª me advirta que estou fóra da questão para que pedi a palavra, e então eu concluo pedindo desculpa á camara das poucas observações que fiz e agradecendo a sua benevolencia (apoiados. — Vozes: — Muito bem).

O sr. Presidente: — O sr. deputado não tinha que receiar observação alguma da minha parte, porque não se inscreveu para fallar sobre o parecer, mas para sustentar a sua moção de ordem, e é o que fez; do contrario teria cumprido o meu dever.

Está inscripto para antes de se encerrar a sessão o sr. Rodrigues de Freitas.

Leu-se na mesa a seguinte

Proposta

A camara resolve discutir na presença do sr. ministro do reino todas as eleições em que se arguirem violencias por parte dos delegados do governo. = Dias Ferreira.

Foi admittida.

O sr. Rodrigues de Freitas: — Cedo da palavra.

O sr. Presidente: — A ordem do dia para ámanhã é a continuação da que estava dada para hoje, mais a eleição de commissões, e o parecer n.º 4, ácerca da eleição de Ponte de Lima.

Está levantada a sessão.

Eram quatro horas e um quarto da tarde.

rectificação

Declara-se que por equivoco deixou de mencionar-se na votação nominal sobre a lei de meios, na sessão de 21 do corrente, o nome do sr. visconde de Moreira de Rey, que votou — rejeitando.