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devo meditar melhor sobre a medida que tiver de apresentar á Camará, a fim de serem attendidos todos os interesses (Apoiados).

Por tanto julgo conveniente não levar mais avante estas observações; entendi que era do meu dever não ficar silencioso na occasiâo em que se fallava ern capita lisações monstros; e as considerações que acabo de fazer, parece-me que são sufficienles para destruir a má impressão que possam ter produzido taes proposições.

O Sr. Cunho, Soito Maior: — Sr. Presidente, voto pela Proposta do illustre Deputado, o Sr. Palmeirim. Não advogo a Proposta, nem tenho fallado a favor dos possuidores do Papel-moeda, para aproveitar um meio de opposiçãó.

Triste é a nossa situação! Que estado e este nosso? Não ouviu ia Camará neste instante S. Ex.a o Sr. Ministro da Fazenda dizer — aqui anda agiotagem.— Suspeitas sempre sobre todos, e sobre tudo! Dir-se-ha -que a infâmia e a corrupção é o único movei dos nossos pensamentos, palavras, e obras!

De mim, posso affoutamente dizer, que não tenho a mais pequena relação com a agiotagem. (O Sr. JMinistro da Fazenda:—De certo; antes tem sido depennado porella). Mas não se esqueça o nobre Ministro de que a agiotagem é o Nurnen tutelar da Administração; que ella é um Ídolo a quem os potentados desta terra queimam incensos e mirra.

O Sr. Ministro pronunciou-se contra a Ordem do Dia motivada; viu nella uma censura. Não me parece que S.'Ex.a tenha razão, O nobre Ministro declarou que o Governo se tem occupado seiiamente desta matéria, logo deve ter já uma opinião definida e assentada: se isto é assim, e deve-o ser, porque combate S. Ex.a a Proposta que se limita a que o Governo de accôrdo com a Comrnissão de Fazenda .traga á Camará uma medida que resolva este negocio ? Não conla ò Sr. Ministro com a Míiioria? Re-

puta S. Ex.s injustas, inadmissíveis as reclamações dos possuidores do Papel-moeda ?

Diz o dictado, e peço pf-rdão á Camará da trivialidade que vou invocar — Bulham ascomadres cdes-cobrem-se as verdades. O Sr. Xavier da Silva desa-vindo-se agora com o Sr. Ministro da Fazenda, fazendo umas meias revelações sobre profundos mistérios, e prorneltenclo certas revelações inteiras, mostra a exactidão do dicto popular, que citei e repito — bulham as comadres e descobrem-se as verdades. Não tenho fallado por minha honra, disse o nobre Deputado: isto quer dizer, que se a honra do meu illustre Amigo lhe perruittisse soltar a língua, ouviríamos cousas bem tristes em desabono de homens e cousas. Pois eu entendo que S. S.a devia fallar por honra sua. Conhecer o mal, saber a causa delle, e occultar tudo isto, equivale a esconder a subrninistração dos remédios, a aggravar a enfermidade, a protrair a cura.

O Sr. Xavier da Silva:—Perdoe -me o illustre Deputado, o que eu disse foi, que sendo eu Auctor de um Projecto, tendente a regular a dotação da Junta do Credito Publico, e podendo fazer o uso que fazem muitos Srs. Deputados de virem aqui todos os dias pedir a resolução das Commissões sobre as suas respectivas Propostas ; cernindo por ser Membro, da Cornmissão de Fazenda, onde esse Projecto existe, por minha honra tinha estado calado,

O Orador:—Deu a hora, e concluo. Voto pela Ordem do Dia motivada.

O Sr. Presidente: — A Ordem do Dia para amanhã e a continuação da de hoje, e mais o Projecto N." 36. Está levantada a Sessão. — Eramqualro horas da tarde.

O 1.° REDACTOR,

J. B. CASTÃO.

N." 5.

Presidência do Sr. Rebello Cabral.

hamada: — Presentes 51 Srs. Deputados.

Abertura: — Ao meio dia.

Acta: — Approvada sem discussão. EXPEDIENTE.

REPRESENTAÇÕES.— L* Apresentada pelo Sr. J. I. Guedes, em que 22 Parochos de diversas Freguezias do Bispado.de Lamego pedem que se fixe a intelli-gencia da Lei acerca do pagamento dos suffragios pelas almas dos que morrem, ab intestato.— A' Com-tnissão de Legislação.

3.a Apresentada pela Mesa ern que 60 Proprietários, Negociantes e Fazendeiros, no Julgado da En-xara dosCavalleiros, pedem se faça reverter para esta Villa o Concelho da Azueira, repondo-se no estado em que antigamente se achava. — A' Cornmissão de Administração Publica com urgência. ORDEM DO DIA.

Continuação da Interpellaçâo pendente sobre o Papel-moeda.

O Sr. Carlos Bento : — Sr. Presidente, parece-me que depois do que disse honlem S. Ex.a o Sr. Minis-

tro da Fazenda, mais se torna necessária a approva-ção da Proposta do illustre Deputado o Sr. Palmeirim, para se dar alguma garantia, por pequena que seja aos interessados na divida de que se tracta. S. Ex.a a ultima vez que fallou, declarou que se absti-nha completamente deformar uma opinião a respeito de um Projecto, que tinha sido apresentado nesta Camará; S. Ex.a esforçou-se por tornar sensivel, que se abstinha de etnittir uma opinião qualquer sobre este assumpto. Disse o Sr. Ministro •;—Note a Camará, que eu não digo nem sim, nem não. — E isto por que receava... Sabe a Gamara o que ? Cousa nova nos annaes Parlamentares do Mundo! O Sr. Ministro temeu que se elevasse um Papel de Credito !• Não se perde o tempo, quando se ouvem proposições destas. S. Ex.a disse — Atlendei que e preciso toda a cautella, porque este Papel quer-se elevar a 120 por cento. E era um Ministro da Fazenda que estava fallando! Era um Ministro da Fazenda, que disse n'uma Camará de Deputados, que se tomassem precauções, porque um Papel, um titulo de Credito depreciado podia subir!