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e eu entendo que era quanto não formos informados officialroente da demissão, somos obrigados a crer que existe o Ministério, e estamos em estado de conferenciar com elle, e constitucional mente fallando os Ministério» não morrem. Portanto entendo que a Camará pôde convidar o Ministério, e eu hei de apoia-lo da mesma maneira, como o tenho feito ate' aqui; isto e'rejeitar todas as propostas, quando entender em minha consciência que não convém ao bem do País.

O Sr. Passos (Manoel): —'Sr. Presidente, eu entendo que o requerimento está nos termos de ser ap-prorado porque nelle nada mais se faz do que convidar o Governo para se lhe fazer uma interpeilação, por isso que eu entendo que os boatos da demissão do Ministério são inteiramente falsos, porque ou o Ministério faltou a todos os deveres de política , ou aliás elles são falsos, porque depois do Ministério se ter demittido, depois da participação a S. Magesía-de, as primeiras pessoas a quem se devia participar, era aos Representantes da Nação, e então entendo que o requerimento se deve approvar.

O Sr. Leonel: — Nós estamos realmente n'urna cpochá decircumstanciasaíodos os respeitos extraordinárias, e a prova disso e que eu acho razão a todos os Deputados que lêem fatiado, tanto os que o, têem apoiado, como os que lêem combatido o meu requerimento. Sr. Presidente, todas as doutrinas cons-titucionaes estão de accordo a respeito de não de ver continuar a existir no Poder aquelle Ministério que foi vencido no Parlamento. Agora, Sr. Presidente, também e'certo que o nosso actual Ministério achou um irieio de resolver a questão que foi, sahiu d'ali; foi-se /embora; (isto vimos nós todos) não tornou cá, não disse nada, nem sabemos se ha Ministério, nem se o não ha; o certo é que elle não vera cá, estão cá as suas propostas em discussão, não vem assistir aellas, não Iheimporta nada disso; manda para cá propostas de lei, e governa lá fora; tudo isto e' muitíssimo extraordinário, mas tudo isto nós estamos a ver, e realmente o nosso Paiz na epocha actual, parece que foi destinado não sei porque fado, para dar ao mundo inteiro espectáculos a todos os respeitos extraordinários; isto não tem dúvida nenhuma. Agora, Sr. Presidente, diz-se « mas se nós escrevemos a toste Ministério, reconhecemos a sua existência » pois elle não existe? Tanto existe que ahi estão officios seus: dizem outros «mas nós não temos remédio senão dirigir-nos aos Ministros quem quer que elles forem» e disse agora um Sr. Deputado «se cá vierem os mesmos eu continuo as minhas relações da mesma

maneira » está bosn ; pois eu quero ver.....(uma

vo% : — relações individuaes) São individuaes ?!.. isso sim Sr.' , mas pareceu que o Sr. Deputado não se referiu ás relações individuaes, mas sirii ás parlamentares; era isto o que se rinha entendido; as relações do itlustre Deputado são individuaes , pois eu estou para ver qual será a sorte das duas Propostas de Lei em que o Sr. Ministro da Guerra pede ser auctorisado para pegar em dous Offi-ciaes que estão fora do quadro do exercito, e mete-los dentro, co:n o nrejuiso dos direitos d'antiguida-de de todos os outros ; quero ver qual é a sorte destes dous Projectos, e se elle* não forem approvados quero ver se o Sr. Ministro da Guerra continua. Ora agora, a respeito do Sr. Ministro da Fazenda, cuja continuação no Ministério por muito tempo dá*

sejei, eu vou já dizer o que lhe hei de perguntar quando elle ca.vier: hei-de-lhe perguntar — «Vós Ministros da Fazenda, apresentasteis um orçamento com uni déficit de dous mil contos: vós tendes obrigação de nos dizer o que julgais, ou se este déficit iia de ser cheio com meios, e então tendes obrigação de nos apresentar a proposta; ou este déficit ha de ser evitado fazendo às economias necessárias para que se iguale a receita [á despeza; mas vós Ministro da Fazenda, ainda outro dia com o vosso voto susten-tasteis o excesso de despeza !.... (Quetn quizer sustentar o Sr. Ministto da Fazenda, já sabe o combate que ha de ter): vós Ministro da Fazenda, dissesteis no discurso do Throuo, e mais de uma vez, que nos havíeis apresentar alguma cousa sobre os dividendos Estrangeiros, que é negocio de tanta gravidade e importância, e são hoje cinco d'Abri! (e se cá vier amanhã sào 6), e nem uma palavra sobre tal matéria! !-----Que tendes feito, Ministro da Fazenda?!

Que quereis fazer?.. Quereis por ventura quê a Sessão actual acabe ficando a Nação Portugueza sem dar providencia nenhuma sobre esses dividendos ?!... Ora agora além da despeza apresentada no orçamento, já depois disso cá veio mais um Projecto de 400

contos, (umavo%: e outro de 700, e outro de 700)__»

Ministro da Fazenda, que nos tendes vós a propor para fazer face a tudo isto?... Hei de dizer-lhe mais» Não pertence a vós, porque nào pertence a ninguém remediar d'uma vez todos os nossos embaraços financeiros, é impossível; mas é obrigação vossa e nossa começar a tractar de remediar alguns desses embaraços; que tendes feito, Ministro da Fazenda, que quereis fazer, que nos trazeis aqui, sendo hoje ô d'Abril, e amanhã 6?... Hei de perguntar mais ao Sr. Presidente do Conselho, qual e o sys-tetna do seu Ministério, e sobre isso já se vê quanto haverá que tocar e que dizer; declaro que tudo isso hei de perguntar, tudo isso hei de exarnjnar, e hei de conduzir o Parlamento a muitas votações sobre toda essa matéria, e hei de ver quem se encarrega de sustentar o Ministério, contra todas as consequências que, do que acabo de dizer, e de mais alguma cousa, se podem tirar: entretanto, Sr. Presidente, o meu fim está conseguido, e agora o que não quero é dar occa-sião a outra táctica sobre a minha, e por isso, Sr. Presidente, peço ser auctorisado para retirar o meu requerimento (apoiados).

A Camará consentia que o Sr. Deputado retirasse o seu requerimento.

O Sr. Derramado : -r- Peço licença para dar utna explicação, porque não fui bem entendido. Eu disse que o Ministério ainda existia, e provei que existia porque ha documentos officíaes, assignados pelos Srs. Ministros, e tanto que nós não temos ainda noticia dos decretos de suas demissões. Eu estou por todas as consequências ligitimas dos Governos Re-> present.ativos: entendo que um Ministério que perde a maioria rfo Parlamento, não pôde viver mais para esse Parlamento (voies1: — betn , bem, apoiados,) sempre assim o tenho entendido; sempre assim o tenho sustentado, e continuarei a sustentar; se esses Ministros cá tornassem, declarei eu, que como Deputado ficava nas mesmas relações para com elles, como estava antes; não espero que elles cá tornem depois de terem perdido a maioria parlamentar; mas aonde e' que está o artigo constitucional que diz que um Ministério tendo perdido a maioria n'uma quês*