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prehender, os riscos, que o nosso thesouro cone na remessa das leiras, que vão todas por sua conta, segundo os contractos, que teem sido feitos constantc-rnente a esle respeito entre ajunta do credito publico, e o banco, (apoiados)

E ern que circuraslancias foi feita urna proposta, que laes vantagens nos offerecia? Quando nós estávamos n'uma situação muito mais deplorável do que aquella etn que nos achamos hoje; quando os nossos fundos estavam n1 uma tal depreciação que o capital, que então valia 30, valia 69 no fim do quadriennio dos 2 e meio, como demonstrei esta manhã, e hoje vale muito'mais. Se o governo não quiz pois acceitar essa proposta então, como acceitou hoje uma muito mais desvantajosa , quando a situação é melhor, quando o governo diz estar convencido de que esse melhoramento continua l (apoiados)

E que pressa foi esta de acceitar tal proposta logo no começo do quadriennio dos 3 por cento ? Não devia o governo ao menos procurar conhecer pela pratica a influencia, que exerceria no preço dos nossos fundos a passagem, de facto, do juro de 2 e meio para 3 por cento? Digo a passagem de facto, porque de direito começou cila já este atino; mas não pôde negar-se, que a circumstancia do pagamento ha de produzir muito melhor effeilo; porque demonstrará que contávamos effectivamenle corn esse encargo, e que estávamos habilitados para o satisfazer. Tínhamos ainda quatro annos diante de nós, ern que só erarnos obrigados a pagar Ires porcento: porque não meditou pois o governo mais sisudamente essa proposta? Consultou a respeito delia os capitalistas do paiz, ou de fora delle? Trouxe-a, sobre tudo, aqui antes de a approvar para orvir sobre ella os conselhos dos representantes do povo ? (apoiados) Poderia resultar algum damno á causa publica da discussão, que a este respeito se abrisse? (apoiados)

E se e verdade, como creio, o que porahi se conta entre as pessoas mais bem informadas, que, constando que os proponentes tinham exigido do governo a approvaçâo ou rejeição da proposta dentro de um curto praso, associações poderosas se tinham offereci-do ao mesmo governo para levar a etfeito idêntica proposta, se depois de a ter devidatnente meditado, o gabinete a julgasse acceitavd, e os proponentes, por virtude dessa demora, tivessem retirado a sua iniciativa , grande imputação cabe aos srs. ministros pela pressa com que andaram n'um assumpto tão grave, e pela confusão com que pertendem que este negocio se Iracte aqui, involvendo-o corn outros da mais alta importância; o que torna impossível o debate. É tão útil essa proposta como o sustentais ? A discussão o demonstraria, e tínheis á vossa disposição o tempo que quisésseis para discutil-a; porque sabíeis que, quando a operação fosse appro-vada, se o fosse, não vos faltava quem se encarregasse de a realisar. E por esta occasião não posso deixar de dar os devidos louvores a essas associações, que tão desinteressadamente se apresentaram ao governo, não para lhe pedirem que as encarregasse da operação, mas para lhe dizerem « fe?.-se-voâ uma proposta, que pôde ter as mais gravea consequências para o paiz; não a accctteis precipitadamente; meditai-a com asisudez que ella requer: e se por ventura ein razão do tempo, que nisto empregardes, os proponentes retirarem a sua iniciativa, nós nos SESSÃO N." 2.

comprometíamos a encarregarino-nos da operação, se a reputardes vantajosa. « (muito bem) Como ha de o governo responder a isto ? Como ha de salvar-se das suspeitas, pelo menos, de parcialidade no ír-regularissimo comportamento que adoptou ? (apoia-do t)

Pertende-se fazer passar esta medida por muito vantajosa; e diz-se, para que assim se acredite, que a companhia, obrigando-se a leval-a a eííeilo, fez ao paiz mui relevante serviço: perguntarei ern que? Em que consiste esse serviço ? (apoiados)

Se a companhia se encarregasse de nacionalisar a divida (e nole-se bem, que e o que se perlende fazer crer ao publico) (apoiados) se a companhia, como disse, se tivesse encarregado de nacionalisar a divida, para rne servir de lingoagèm corrente, ou de trocar os nossos títulos de divida em Inglaterra por iriscripçôes da junta do credito publico, eu diria que a companhia tinha feito um serviço ao paiz: não que eu me persuada que o ministério inglez, fossem quaes fossem os membros que o compozessern, houvesse de valer-se da sua posição para nos forçar ti ,satifazer os juros dessa divida, se circumslancias desgraçadas nos collocassem na imperiosa necessidade de repelir o deplorável precedente de 1837. Os nossos empréstimos em Inglaterra não são transacções de governo para governo, são transacções entre particulares. O governo inglez não ha de nunca Afazer o contrario do que fez a este respeito de 1837 a 1840; não ha de nuncacommetter oexcesso, ou deseapos-sor das nossas províncias ultramarinas, ou de nos forçar por outro qualquer meio a satisfazer os juros d'mna divida, a que nos fosse absolutamente impossível altender. Não lenho esse receio; mas elle existe, e exerce uma influencia maior do que se pensa nas nossas cousas; (apoiados) e seria mui útil des-truil-o ; (apoiados) e o meio de o conseguir fora trocar os nossos titulos de divida ern Inglaterra porin-scripçòes da junta do credito publico, que se confundissem com as antigas, e fizessem desta maneira impossível o discriminar as que provém da nossa divida externa, das que foram ernillidas por diflerentes circunstancias cá dentro. Se a companhia, como disse , tivesse feilo essa proposta, eu reconheceria de bom grado que ella nos linha feito um serviço destruindo um receio, sem fundamento é verdade, mas que existe, e que no» tem já feito muito mal, e ainda o ha de continuar a fazer, (apoiados)

Além de que eu já demonstrei que , pondo mesmo de parle esse pânico, que me não cançarei de repetir, que o e', ha vanlagens reaes na Iroca dos nossos titulos de divida externa por titulos de divida in-lerna : poupam-se consideráveis sommas ao thesouro em pagar ern réis, e não em esterlino, em Lisboa, e não em Londres; e seria por consequência um verdadeiro serviço a esle paiz o habilitar-nos para reduzir a urna só espécie os títulos dn nossa divida, a pagar os seus juros n'uma só espécie de moeda, a moeda portugueza, dentro do paiz, e não fora delle. (apoiados)