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foi assim, a Camara sabe que foi auctorisado um emprestimo, e que foi commettido á Associação Commercial do Porto o levar a effeito este emprestimo; esta declarou a impossibilidade que tem de o levar a effeito, como eu já tive a honra de fazer conhecer a Camara. O motivo por tanto que até agora tem existido para se não poder dar principio ás obras do Douro, é a falta de meios, e este motivo continuará a existir, se por ventura as Cortes não votarem ao Governo os meios necessarios para se dar principio a esta obra.

O illustre Deputado deseja saber quaes são as intenções do Governo a este respeito, ou a respeito de outros melhoramentos, que julga indispensaveis no Paiz; eu digo que as intenções do Governo são leva-los a effeito sempre que esteja habilitado com os meios necessarios para isso; mas de pouco servirá votarem-se Propostas ou Projectos de Lei sobre melhoramentos, que se julgam indispensaveis sem haver os meios para ellas se realisarem. O Governo ha de apresentar o seu pensamento sobre o objecto:- finanças - ha de pedir os meios necessarios com os quaes possa ficar habilitado para levar a effeito este e outros melhoramentos, e ha de especialmente attender aos que são precizos para a obra da Barra do Douro. É o que neste momento posso responder ao illustre Deputado.

O Sr. Corrêa Leal: - Sr. Presidente, na Sessão de sexta feira da semana passada pedi eu a palavra a V. Exa. para reclamar uma rectificação sobre o discurso do meu nobre Amigo, o Sr. Palmeirim, Deputado pelo Minho, discurso em que se referia ao que eu tinha pronunciado no dia de quarta feira dessa mesma semana; S. Exa., como Cavalheiro que é e meu Amigo, não teve difficuldade nenhuma em explicar as ultimas palavras daquelle seu discurso, com as quaes eu me não dera por satisfeito, e acabou por fazer a explicação dessas suas palavras. E, ou por que me parecesse que era explicação sufficiente, ou por que mesmo a S Exa. parecesse que com ella me satisfaria, eu para não fatigar a Camara dei por concluido o incidente esperando que no dia seguinte no Diario do Governo viesse satisfeita a minha exigencia. O dia seguinte, Sr. Presidente, foi sabbado, no sabbado veio a resposta do nobre Deputado, ella em nada me satisfez; mas S. Exa. é tão Cavalheiro que elle mesmo veio prevenir o meu reparo, chegando-se a mim e dizendo-me: - Talvez se não dê por satisfeito com esta resposta como ella vem descripta no Diario do Governo; eu estou prompto como Cavalheiro a satisfazer d'uma maneira mais clara a sua exigencia para ficar salvo o melindre d'um e d'outro; - e, Sr. Presidente, a bondade do nobre Deputado chegou ao ponto de redigir diante de mim a sua nova rectificação; feita esta rectificação foi ella depositada na Mesa por S. Exa. a fim de que fosse publicada; mas infelizmente não vem hoje no Diario do Governo. Eu pedi agora a palavra para dizer a V. Exa. e á Camara, que a rectificação que o Deputado exige sobre o seu discurso, ou sobre o discurso de outro Deputado, que póde implicar melindre para um ou para outro, essas rectificações julgo eu ser uma coisa de muita attenção, e de muita importancia para não deixarem de vir publicadas no dia seguinte á Sessão a que se referem.

Sr. Presidente, foi-me preciso vir á Camara doente para reclamar isto, digo a V. Exa. que estou bastante incommodado de saude; mas não vendo no Diario do Governo publicada a rectificação que novamente tinha feito o Sr. Palmeirim, como era devido que viesse, eu em logar de ficar em casa saí, porque não quiz esperar mais dias, para vir a este logar pedir, como tenho direito de poder pedir, a publicação daquellas explicações, porque é negocio que implica a minha honra e o meu melindre. Não queria pois, por modo algum, que se passassem mais dias sem que as minhas palavras fossem transcriptas no Diario do dia seguinte, e sem que nelle tambem apparecesse a referida rectificação; e assim peço aos Srs. Tachigrafos que tomem nota das minhas palavras para que ámanhã no Diario do Governo ellas appareçam com toda a exactidão no publico.

O Sr. Presidente: - É livre a cada um dos Srs. Deputados rectificar, ou pedir que seja rectificado um ou outro discurso seu ou de outro Deputado, que appareça publicado no Diario do Governo de uma maneira menos exacta; por este motivo o illustre Deputado fez a devida exigencia, pelo que dizia respeito á ultima parte do discurso do Sr. Palmeirim: o Sr. Palmeirim, como Cavalheiro que é, não teve a menor duvida em declarar os motivos porque tinha usado das palavras, sobre as quaes se fazia reparo, e dar a conveniente satisfação ao illustre Deputado; porém o Sr. Palmeirim na Sessão de sabbado veio á Mesa entregar uma rectificação, ou para melhor dizer, uma ampliação á que tinha feito na Sessão de sexta feira, declarando, que a que tinha vindo no Diario, saíra muito pouco exacta; o Sr. Palmeirim, querendo deste modo satisfazer completamente ao illustre Deputado, mostrou até que ponto chegava o seu cavalheirismo; e agora devo dizer á Camara, que a razão porque essa nova rectificação não veio hoje publicada no Diario do Governo, assim como duas outras que tambem deveram ter vindo, é porque para isso ter logar era preciso mais meia folha no Diario, porque já não havia na folha do costume espaço sufficiente, o que importava uma despeza muito grande para a Camara, e de certo isto não era objecto que demandasse uma despeza assim (Muitos apoiados). A rectificação ha de vir publicada junta ao extracto da Sessão de hoje, caso haja espaço para isso; e por esta occasião devo observar á Camara, que as despezas se estão augmentando todos os dias com as impressões feitas por conta da Camara, e d'aqui a pouco hei de propor á Camara que vote uma verba maior que aquella que votou no Orçamento passado, para as despezas de impressão, porque as que se estão fazendo actualmente, são enormes.

Parece-me que este objecto que o illustre Deputado tocou, é negocio mais de Deputado para Deputado do que objecto pelo qual se esteja a tomar tempo á Camara (Muitos apoiados). (O Sr. Corrêa Leal: - Peço a palavra). Eu não posso dar a palavra ao illustre Deputado, porque sobre este objecto não posso admittir discussão alguma (Apoiados) nem são cousas que tenham cabimento tractarem-se nesta occasião ( Apoiados). (O Sr. Corrêa Leal: - Mas eu não estou satisfeito, e preciso ainda dizer duas palavras). Repito, o illustre Deputado já recebeu as convenientes explicações sobre este objecto, e isto são cousas que só tem logar de Deputado para Deputado (Apoiados). (O Sr. Corrêa Leal: - Não o considero eu assim, e exijo fallar, e por isso peço ainda outra vez a palavra a V. Exa., e V. Ex. deve con-