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em que se tem lançado o espirito humano na sua longa marcha, ha sempre uma demora de vacillação e de reconsideração; e este methodo não é senão a economia moral, e um imposto productivo bem regularisador é o crédito com o seu respectivo fomento e fomento por todos os modos, e por todas as maneiras. Não ha outra politica para todos os males financeiros.

O sr. ministro da fazenda citou já um exemplo, que o desengano de todos os systemas falseados. A Belgica que estando n'uma crise summamente precaria e assustadora, não fez nenhuma companhia Confiança) nem de Credito nacional, nem contrahiu nenhum emprestimo com o banco, nem fez nenhuma operação de 3 de dezembro; fez caminhos dê ferro. Ora isto parece absurdo para nós que não intendemos de finanças, mas pára quem intende dê finanças não ha outra administração, não ha senão dar mais para obter mais: é preciso progredir mais; é preciso que o governo ajuda para que nó orçamentos se repartam as sobras do que não se gastar pára todos os melhoramentos a que é necessario applica-las, e que não se appliquem a despezas improductivas. Aqui os nossos orçamentos têem um capitulo, que é o dos desperdicios improductivos, mas não tem é das despezas productivas que é o mais principal, e é preciso faze-lo.

Eu voto por todas as economias, mas não promovo nenhuma que não seja em grande; não tenho confiança nellas. Quero o credito, quero os impostos, ruas não como sé acham estabelecidos; e não tinha duvida nenhuma em que se votasse uma lei que dissesse — as despezas improductivas são estas — as productivas estas outras — e todos os impostos lançados além de certas designações hão-de Ser applicados para despezas productivas, hão-de ser applicados a cousas materiaes e tangentes. Não acho que houvesse inconveniente nenhum em expedir essa lei, e essa lei creio eu que exprimia um pensamento politico, porque estabelecia uma linha divisoria entre esta politica velha, rachitica, esteril, e a politica productiva, que seria de uma alta efficacia. Já aqui ouvi arguir o sr. ministro da fazenda por taxar a divida publica com dois juros; uma 3 por cento e outra 6; felizmente que os 6 por cento são para os capitaes empregados em cousas uteis. E esta differença reputo-a eu vantajosa e uma grande lição para o credito Velho, para o credito improductivo, porque ella lhe intima, que os capitaes productivos mesmo n'uma occasião de crise, foram respeitados por Um governo que se diz que não respeita nada. O juro de 6 por cento cicio ser só para o caminho de ferro e para a valla de Azambuja; e eu desejava que houvesse esta separação de juro, que se fizesse nina distincção clara e terminante, que os poderes publicos fizessem intender que entre o credito agiota, o credito esteril, e o credito real é productivo, havia uma differença consideravel.

Sr. presidente, vou fallar do banco. A questão do banco para mim não é uma questão que venha para a maior parte dos casos, isto é, a questão da sua gerencia passada; eu não prescindo della, mas não é esta que me occupa mais. Tem-se feito locubrações e grandes discursos para provar sé o banco levou 17 e ½ por cento ou não; eu dou a palma a todos os que tem escripto sobre este assumpto; para mim que o banco levasse 17, 18, 19 eu julgo estes peccados remiveis. O banco nas suas pretenções no fundo de amortisação descortina perfeitamente o seu estudo, e, diga-se a verdade, as cúrias vistas de seus administradores.

Sr. presidente; Napoleão dizia quando se constituiu um banco “Vamos em fim estabelecer Um banco, mas gente que intenda de um banco é uma cousa que não ha em Pratica Isto ha uns poucos de annos, mas em fim naquelle tempo não havia em França quem intendesse do assumpto. O banco está com o fundo de amortisação como uma creança está com um trabalho, com um brinco. Está a creança entretida com uma cousa que se póde quebrar, que lhe faz mal, e offerecem-lhe uma Outra cousa semilhante; diz-se-lhe — Oh! Menino Hão brinque com isso, brinque, antes com este bonito que aqui tenho; ande para a janella, ande passear —; mas o menino não quer ir passear, não que ir para a janella, quer por força, o objecto de que o querem privar. E o mesmo que acontece ao banco; não quer Senão o fundo de amortisação.

Oh! Sr. presidente, pois sé eu fosse director do banco, que nunca fui nem Serei, havia de disputar um boneco? Eu havia de arriscar-me a despopularisar-me no meu paiz, e proclamar nos paizes estrangeiros o seu estado de descredito? Havia de arriscar me a todos os dias pela manhã Ver que lêr uma grande cópia de convicios contra a minha administração e mandar escrever outros? Havia de arriscar-me a presidir a assembléas tumultuosas, onde o, excessos de palavra excederam mesmo as reuniões já cobertas? (Apoiados) Havia de arriscar-me a estabelecer uma propaganda geral em todo o paiz pela imprensa? Não me arriscam a cousa nenhuma destas. Quando o governo me fosse pedir o fundo de amortisação dizia-lhe — para que querem o fundo de amortisação? Para um caminho de ferro. Ora essa! Isso queremos nós todos. E não era isso um systema novo, porque um illustre deputado que tem horror aos interesses materiaes, já aqui rios mostrou tanto enthusiasmo pelo caminho de ferro, que foi até ao homicidio; já aqui nós disse, que se fosse ministro da fazenda e a junta do credito publico ou o banco obstassem á confecção do caminho de ferro, convertia Os seus membros em acções do caminho de ferro! Até aí não chega o meu enthusiasmo, e ha gente que pela Sua constituição, admittido este systema, não daria senão uma acção! (Riso)

Sr. presidente te eu fosse a direcção do banco dizia abertamente — querem o fundo de amortisação para um caminho de ferro? Nós tambem queremos um caminho de ferro; se é para isso o fundo de amortisação, aqui está.

Mas, sr. presidente, que fez b banco? O banco negou obstinadamente todos os recursos para depois os offerecer, mas de uma maneira tardia e mesquinha; o banco offerecia 1:000 contos por 4 ou 6 mil que era o fundo de amortisação! Quer dizer, não offerecia nada para o caminho de ferro, dava 1:000 contos para resgatatar 3 ou 4 mil. E estão persuadidos que eu creio que o banco póde ser um grande elemento para o caminho de ferro? Não tenho esperança nenhuma nas caixas do banco, mas desejava que elle mostrasse a sua boa vontade de ajudar, não este governo, mas todos os governos, nos melhoramentos materiaes; desejava que o fizesse, não pelos meios que tem, mas pelos meios que podia ter. Pois se o banco não póde dispor de maior somma, se o