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da Silva Pereira, que vão remetler-so ú Commisiào de Poderes. '

SEGUNDAS LEITURAS.

_ 1 .* REQUEIUMENTO. — «Requeirb qiio pelo-Minis-terio competente seja rcrnetlida :a esta Camará uma informação circumstapciada das relações'etn que se acha o nosso Governo com o de Hespanha acerca ida continuação do caminho de ferro naquellé reino em seguida á linha que se projecta estabelecer desta Capital até Badajoz."—Barão d'/flmcirim— Barjona.

Foi admittido. — E posto á discussão disse

O Sr. Colide de Samodâes: — Não sei para que o illustre Deputado fez.este-requerimento ; o que clle pede, se me não engano, são as transacções ou combinações diplomáticas que haja actualmente entre os Governos de!Porsugal e Hespanha relàtivfls á cons-trucção de caminhos de ferro, e não me parece que isto seja objecto que se possa pedir no Parlamento; antes me parecia muito mais conveniente que o il-luslre Deputado-esperasse para quando se discutisse aqui o Projecto- que 'a 'Cúmmissàò já'apresentou ha rifais de dois rnezes, e pedir então !às informações ao Governo que julgasse necessárias para approvar ou rejeitar esse Projecto.

Sr. Presidente, ainda ha oulra cousa, e e', que este objecto está de alguma 'maneira um pouco delicado, visto que* o Governo nb/mtervállo das Cortes, usando tle'poderes, que-'não sei, se linha, 'publicou 'ó prõ-giarrima para â constrúcção da linha do caminho de ferro: c u'ma cousa no'ta'vel, e que talvez'só-nâo desse ainda'Cmpaiz algum ó ptíblicar-se o,programíriá para a conslrucção de um caminho de ferro antes 'de estar ^volada a Lei para essa conslrucção poder ler logar; confesso que é uma cousa que me espantou qViântío a vi publicada no Diário do Governo. Por consequência parecia-me quê este requerimento não devia ser discutido sem ã presença do Ministério para que clle podesso dar explicações. Suppohhâmos que a Câmara rejeilava o Projecto, .de que ficava serv'i'nd'o nquclle programam ?"Pór consequência parece-me qu'e e>se requerimento deve 'ser adiado ate' estar presente n Ministério para dar os esclarecimentos c informa» coes que o illiistie Deputado 'quer, ou, o que sVría nia-is conveniente-, que fique adiàdb para quando én-Irár cm discussão o Parecer da Commissão sobre a Proposta, para ò caminho de ferro,-que creio deverá ser breve.

O Sr. Casal Ribeiro: ~ Sr. Presidente, não tenho duvida cm approvar o requerimento do illuslre Deputado,' porque Iodos os requerimentos que são aqui approvados, pedindo esclarecimentos, s ubiri tende-se sempre que e não havendo- inconveniente érri o Governo os mandar: se o Governo intender que' ha inconveniente, não os manda (.Apoiados). Hntretahtó lambem confesso quc"não vejo utilidade alguma no requerimento proposto;' approvo-o porque estou disposto a approvar todos os requerimentos, satisfazendo nisto aos desejos de todos'os Srs. Deputados que lêem interesse em s'e esclarecer sobre' um ou outro ponto; más parece-me que nenhuma utilidade se pôde tirar; estando, como estou, persuadido d'c que o Governo' ha de naturalmente apresentar á Camará na occasiao' da discussão do Projecto-sobre caminhos de ferro, o estado das negociações entre' o Governo de Portugal e Hespanha sobre este importante.objecto.

Mas pedi íi palavra principal mente para d i/cr'; que

não posso concordar 'de iiíuneiira ulguMui com u pensamento que parece ter dictado o requerimento, '(je fazer dependente a approvação do Projecto da conclusão do Tractado entre o Governo Portúguez e o dê Hespanha; e confesso que neste caso creio mais no mappa do que nos Trãctados, pois ainda que o Tractado não esteja feito, basta olhar para o mappa:, ver aonde está Portugal, Hespanha e França, para ver que ainda que não haja esse Tractado, e da ináior conveniência a feitura dessa linha de caminho de ferro, tanto pára Portugal, como para'a íléspanha. Eu intendo que.a questão do caminho dê ferro e para'nós uma questão cie vida ou de morte, .porque ejíc e' p ma'is'poderoso incentivo que ha de dar energia á nossa agricultura, á nossa industria, u riqueza nacional; e e ri isto que esta, segundo o meu .intender, a -sôiuçao de toda a questão económica c financeira do páiz, porque o nosso estado financeiro não pôde melhorar, sem primeiro se pôr em movimento a riqueza do pai z., e'o caminho de ferro lia de ser b principal motor desse movimento (ApoiadosJ.

Não posso lambem censurar o Governo ppr 'ter, publicado o programma na ausência das Cortes. O Governo estava dentro dos'í imites das siias attribuiçÔes publicando o Decreto: 'isso faz-se cm lòdá á parte aonde ha Systema Representativo. Demais ô prasò para o recebimento dessas propostas ia ínuito alem dá época

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que estava lixada para a abertura da Camará ; por

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consequência "o Governo não ppdia acceitar proposta alguma seíião depbis dá^Ca/iiaYa aberta, c o contracto não pó'd'e 'obrigar senão depois cie ãpprováclb o Pror jecto. O 'Governo', 'por tanto, não fez mais cio que chamar a átienção dos capitalistas 'nacionaes e estrangeiros so:b'rc este pontp 'iihportàutissirno, sem quo por isso de modo algum cofnprbmetiesse a 'fortuna pública; c líésítá parle longe de ò Governo .dever ser censurado, intendo que merece elogio. Eu neste objecto de caminhos dó ferro .declaro que sod ultra-mi-nisterial. Em q'uaríto eu souber que o Governo emprega todos os meios ao seu alcance, em quanto me não convencer d'e quê elle não deseja sinceramente ;i linha de caniiiihos de ferro, hei de votar com ellê sobre este objecto, assim como hei de votar por todos os actos que elle praticar, que te fida rn a abbréviár esse nícilioraméiilb pára o páiz, esse documento da nossa

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illustraçãò, (jue talvez os estrangeiros tôeih apreciado melhor do que nós, havendo muito tempo que talvez não aconteça ter um facto nosso lá fura o eco c elogio que teve o facto db Projecto sobre os caminhos de ferro, d á rido' íogar á que no Tinte* se escrevesse que' Portugal reconhecia" ffnalníente os seus interesses, e queria entrar na comíniinhãb europeu, e cio progresso. Portanto, appfòvo o requeriríieiito: intendo que destes esclarecimentos que sé peclehi, u~vp depende de modo algum o cnirá'r-so quanto antes no debate do Projecto; c se e verdade o q'uc consta por ahi, creio que ate a resposta do Governo ao requerimento do illustre Deputado lia cie ser salísfacloria para elle e para á Camará.