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Em virtude de resolução da camara dos senhores deputados se publica o seguinte

(Continuado do numero antecedente)

6.ª Declaração

Augusto Butler Elerperk, capitão do regimento de infanteria n.° 13, a quem foi lida a copia do officio a fl. 3 do ex.mo commissario regio em Villa Real disse:

Que no dia 24 de janeiro proximo passado, marchára commandando cincoenta bayonetas do memo regimento para o Couto de Ervededo, povoação duas leguas distante de Chaves, fazendo constar á auctoridade administrativa que ía auxilia-la na eleição camararia que n'aquelle dia ali ía ser repetida, e postando a força segundo as instrucções que recebeu do quartel general da divisão, a distancia tal que não visse a igreja, e num largo isolado de casas, ali permaneceu durante todo o dia, em cujo tempo lhe constou que a eleição correu com regularidade; ao pôr do sol foi lhe pedida pelo substituto do administrador do concelho uma guarda composta de quinze bayonetas commandadas por um official inferior para segurança da urna, dispensando o restante da força que marchou a quartel. Acompanhando aquella guarda viu que a porta da igreja estava aberta, a urna em cima de uma mesa dentro de um bahú que se achava fechado, fez collocar as sentinellas que a auctoridade exigiu, e para não tornar sobre a força a seu cargo toda a responsabilidade de tal deposito, pediu ao administrador que fornecesse alguns cabos de policia para juntos com a guarda vigiarem pela segurança da urna durante a noite, que immediatamente lhe foram dados em numero de sete.

Disposta assim a guarda e evacuada a igreja de pessoas entranhas a este serviço, conservou-se sem novidade até ás dez da noite, hora em que alguns mal intencionados armados de fouces e sacholas pretenderam aggredir as sentinellas, dando gritos de que ía ser roubada a urna, pretextando para isto a entrada do sachristão na igreja, que ía levar um cantaro de agua para os soldados; a guarda resistiu, cruzando bayonetas á porta da igreja, e em seguida os aggressores dispersaram dando quatro tiros ao acaso proximo da mesma. Mandando tocar a reunir formou toda a força que foi postada ao lado esquerdo da igreja, com frente para o caminho, ficando assim a entrada principal do adro entre a escolta e o resto da diligencia.

Pelo alarme que este acontecimento causou, meia hora depois affluiram ao adro varios cavalheiros da villa que se achavam na Torre, povoação ali proxima, seguidos de muito povo; depois de algumas altercações entre elles e a auctoridade, convencera-os de que a urna não corria perigo, e que se responsabilizava pela sua segurança, a cuja promessa evacuaram aquelle logar; por cautela conservou-se com toda a força junto da igreja até amanhecer, hora em que dispersou, ficando só a guarda de antemão collocada no templo.

Pelas nove horas da manhã tornou a formar a diligencia na localidade da vespera, reunindo ali a guarda da igreja, procedeu-se todo o dia ao escrutinio sem que mais fosse alterado o socego publico, findo o qual a tropa recolheu a quarteis, regressando na manhã de 26 para Chave.

Declarou mais que toda a força que deu foi a requisição da auctoridade administrativas, e que longe de pôr em coacção os eleitores, os deixou em plena liberdade, e foi só empregada durante a noite para segurança da urna.

Nada mais disse, e sendo-lhe lidas as suas declarações, que achou conformes assignou com o official interrogante e commigo secretario que o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario = Augusto Butler Elerperk, capitão de infanteria n.° 13 = Barreira, capitão interrogante.

7.ª Declaração

Antonio José Vieira, capitão do regimento de infanteria n.° 13, a quem foi lida a copia do officio do ex.mo commissario regio em Villa Real, a fl. 3, disse:

Que no dia 21 do novembro proximo passado, marchou com cincoenta e quatro praças para a povoação de Canedo, debaixo da direcção do administrador do concelho de Boticas; que esta auctoridade mandando fracionar a força ordenára que um sargento e mais quinze praças fossem para a povoação de Bobadella, e que o sr. alferes Ventura com dezeseis praças ficasse nas Boticas; elle declarante marchasse para Canedo com o resto da força.

Que no 22 pelas nove horas da manhã, recebeu ordem do regedor de Canedo para se collocar nas immediações da igreja, a fim de evitar qualquer tumulto que podesse haver.

Assim o cumpriu, collocando a força talvez a mais de tiro de bala.

Corrido que foi o escrutinio aquartelou-se, e no dia seguinte regressando por assim o haver ordenado aquella auctoridade, recebeu na Granja uma das frações, e a outra nas casas novas, depois de todas terem dado parte de que não houvera novidade.

Lidas as suas declarações porque as achou conformes vae assignar com o official interrogante e commigo secretario que o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario = Antonio José Vieira, capitão do regimento n.° 13 = Barreiro, capitão, interrogante.

8.ª Declaração

José Estanislau Ventura, alferes do regimento de infanteria n.° 13, a quem foi lida p copa fl. 3 do officio do ex.mo commissario regio em Villa Real, disse: -

Que no dia 21 de novembro do proximo passado anno, fazendo parte da força do commando do sr. capitão Vieira, quando chegaram á povoação das Boticas, recebeu ali ordem do mesmo senhor para com dezeseis praças que lhe foram confiadas, estacionar ali com ellas para coadjuvar o respectivo administrador.

Que no dia 22 recebeu d'elle ordem para com a força se collocar nas immediações da casa da camara, aonde correu o escrutinio para as eleições municipaes, o que cumprio, ficando a grande distancia d'aquelle edificio.

Que durante esse dia não houve occorrencia notavel, nem requisição alguma, nem memo no seguinte em que findou a eleição por cujo motivo recebendo ordem para regresso se incorporou á diligencia de que fazia parte.

Nada mais disse, e porque achou conforme, as declarações aqui exaradas as assigna, com o official interrogante, e commigo secretario que o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario = José Estanislau Ventura, alferes de infanteria n.° 13 = Barreira, capitão interrogante.

9.ª Declaração

Frederico da Cunha, tenente ajudante do regimento n.° 13, a quem foi lida a copia a fl. 3 do ex.mo commissario regio em Villa Real, disse:

Que no dia 23 do janeiro do corrente anno fôra commandar uma força de trinta bayonetas com direcção a Covas de Barroso, recebendo instrucções do administrador do concelho das Boticas, que se achava na povoação de Covas; ali, aquelle administrador e o presidente da assembléa eleitoral disseram a elle declarante mandasse aquartelar a força pois que não era preciza: assim se fez; mas na tarde do dia 24, foi-lhe exigida pelo referido administrador e presidente da assembléa uma força de do/.o homens para ficarem de guarda á uma; depois d'ella ficar fechada e lacrada, e em conveniente logar, o resto da força ficou por igual ordem em uma casa proxima á igreja; que no da, 25 correu o escrutinio que findou a tarde desse dia; sem que a força fosse empregada, nem se conservasse nas immediações do edificio.

E concluido o escrutinio, como já dito fica, recebeu elle declarante ordem d'aquelle administrador para recolher ao corpo, o que cumpriu. Lidas as suas declarações as assigna por achar conforme ao que tinha dito, com o official interrogante e commigo secretario, que o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario = Frederico da Cunha, tenente ajudante do regimento n.° 13 = Barreira, capitão interrogante.

E porque a hora estava muito adiantada resolveu o presidente dar hoje os trabalhos por findos para a ámanhã continuar do que se lavrou o presente termo que eu como secretario o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario.

Aos 8 dias do mez de março de 1864, n'esta villa de Chaves, e secretaria do regimento 13 de infanteria, se reuniu o conselho de que trata a ordem a fl.... para continuar os seus trabalhos na fórma do que dispõe a mesma ordem, se lavrou este termo, que eu o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria 6, secretario.

10.ª Declaração

E logo sendo presente o sr. Manuel Soares da Costa, tenente do regimento de infanteria n.° 13, a quem foi lida a copia fl. 3 do officio do ex.mo commissario regio em Villa Real, disse:

Que no dia 27 de novembro rio anno proximo passado tomou o commando de vinte e nove praças d'este corpo, e sobre a estrada de onze cavallos do regimento n.° 6, que tudo marchava para Villa Pouca de Aguiar, para auxiliar o respectivo administrador.

Declarou mais, que no dia 29 lhe fôra confiada pelo respectivo administrador a policia da terra, durante o apuramento geral dos votos camararios; cuja policia exerceu mandando collocar toda a força a muita distancia da matriz, mas n'um pateo fechado por um gradão; o apuramento findou ás duas horas da tarde, hora a que recebeu ordem para

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se aquartelar, murchando no seguinte dia a reunir ao corpo sem que houvesse a menor novidade.

E porque a presente declaração está escripta conforme a dictou, vae assignar a sua declaração, com o official interrogante, e commigo secretario, que o escrevi e assigno. = Agostinho José Pereira, tenente de cavallaria n.° 6, secretario = Manuel Soares da Costa, tenente de infanteria n.° 13 = Barreira, capitão, interrogante. (Continúa.)

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