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contra o banco, o procurador geral da corôa ainda foi mais frisante, se é possivel, contra o banco. Depois do exame destes documentos, de auctoridades tão respeitaveis como estas, não me será licito duvidar? Não me será licito a mim, ministro da fazenda, quando tenho necessidade do economisar Os dinheiros publicos, para que cheguem para as despezas do estado, duvidar e examinar se aquellas auctoridades todas tinham razão, ou se as suas considerações eram destituidas de fundamento! Eu não escondo, nem quero, nem posso, nem devo escondei a camara que depois se fez uma conferencia, e para essa conferencia foram convidados dois cavalheiros, cujos nomes já foram citados aqui, e por isso posso repeli-los, os srs. José da Silva Carvalho, e Visconde de Castro, mas não assignariam a acta da conferencia; foram convidados tambem os procuradores geraes da corôa, e de fazenda, e eu tenho em resultado de tudo isto uma acta succinta, sem uma só razão, sem um só argumento. Eu a leio á camara, porque e necessario justificar-me da temeridade, que parece que commetti, em vir dizer a camara que tinha duvidas sobre estes emprestimos de 1835; não sobre a existencia delles, mas sobre o modo do seu pagamento. Se a camara me consentisse, eu lia-lhe a confirmação do sr. procurador geral da corôa que não é muito extensa, mas que é tão frisante e positiva a respeito deste objecto, e a auctoridade deste jurisconsulto e tão grande que me parece que me dispensa de muitos detalhes. Eu leio (O sr. Cunha Sotto-Maior. — Mas depois leia a segunda tambem). Não ha segunda. (O sr. Cunha Sotto-Maior; — Eu lh'a mando lá, leia essa, que depois lhe mandarei a segunda para v. ex.ª ver). Se o nobre deputado quer dizer que o illustre procurador geral da corôa se contradisse, sou o primeiro a dize-lo; contradisse-se, até na acta de conferencia a que foi, com a differença, porém, de que nessa acta não vejo as razões frisantes que vejo na informação; é a unica differença. (Leu a informação do procurador geral da corôa).

(Quando o Orador estava lendo o sr. Cunha Sotto-Maior mandou-lhe um volume do Diario do Governo, aberto na pagina onde se lia aquillo a que chamava a segunda informação do procurador geral da corôa).

O sr. Avila. — do se contradisse, declarou que tinha examinado novos documentos, e que em virtude delles retirava o que escreveu no processo.

O Orador: — (Dirigindo-se ao sr. Cunha) A isto que o nobre deputado me mandou, é que se chama segunda informação do procurador geral da corôa! Isto e a acta da conferencia, e esta lenho-a eu aqui. Eu respondo ao nobre deputado sr. Avila, que o illustre procurador da corôa declarou que examinára novos documentos, mas não diz quaes são.

O sr. Avila. — Escreva-lhe uma portaria mandando-lhe declarar os documentos que examinou.

O Orador — De certo que o hei de fazer, se o intendei conveniente.

O sr. Avila. — Ah!

O Orador. — Pois está claro, eu peço o que eu intendo conveniente e devo fazer; não peço o que o nobre deputado intende conveniente, já não tenho tutor. (Continuou a leitura).

Aqui está a informação dada pelo illustre juris-consulto, a que se tem alludido a respeito dos emprestimos de 1835. O illustre deputado creio que pensava que eu queria occultar este documento, não senhor, não queria. Eu tenho aqui a acta da conferencia, escuso de a ler, neste volume do Diario que é muito pesado. Aqui está a acta da conferencia a que se refere o illustre deputado, e a que eu me referi primeiro que elle. (Leu-a)

(Quando o orador leu a seguinte paisagem — «A vista dos novos documentos que lhe haviam sido apresentados “ — ouviram-se vozes da direita: — Ouçam! Ouçam!)

O sr. Avila: — Em vista dos novos documentos que lhe foram apresentados, retirou o que escreveu no processo; logo não sei para que é ler o que elle já retirou, já não é essa a opinião do procurador geral da corôa.

O Orador: — Sr. presidente, quando em abono da opinião do orador que falla, ha alguma auctoridade respeitavel, ha alguma razão distincta, eu posso citar essa auctoridade, eu posso citar essa razão esteja ella escripta onde estiver.

O sr. Avila: — Já não é a opinião do procurador geral da corôa, porque elle retirou a.

O Orador: — Mas teve duas opiniões, é o que se segue dahi.

O sr. Presidente — Eu peço que em observancia do regimento, os srs. deputados se abstenham de toda a interrupção.

O sr. Cunha Sotto-Maior. — Se não presta, demitta-o; não sirva com um homem que não presta.

O sr. Avila. — Estai a desacreditar os homens com quem serve!

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Está a injuriar um alto funccionario e a servir-se com elle!

O Orador. — Sr. presidente, eu não estou desacreditando nenhum alto funccionario; eu não estou desacreditando o procurador geral da corôa, que é um homem que comecei por dizer que era um jurisconsulto respeitavel; mas eu tenho direito de ler as razões — se não querem que diga opinião — que elle emitte n'um documento escripto por elle e que elle mandou para o governo (Muitos apoiados) e analysa-lo, e discuti-lo, e examinar, se tem razão; tenho direito para isso; e se essas razões me servirem, se essas razões se coadnuarem com a minha intelligencia, pergunto eu — devo reformar a minha opinião por ter em contraposição dessas mesmas razões uma acta em que se diz que appareceram novos documentos, que não sei quaes são, e que houve novas razões que não são mencionadas

O sr. Avila — Eu posso dizer quaes foram esses documentos, é a resposta do banco em que apparecem todos esses argumentos.

O Orador: — Note v. ex.ª que ha a resposta do banco, e ha umas poucas, porque nesse tempo era costume mandar ao banco as respostas dos procura-dozes fiscaes para elle as analysar. (Apoiados)

O sr. Avila: — Não e exacto. Estão a apoiar o que não sabem!

O Orador. — Isto é facto; sei-o eu; está no processo; se o nobre deputado quizer, eu lho trago aqui. S. ex.ª sabe-o de certo, não diga que não e exacto. Modernamente não é costume fazer-se isto; creio mesmo que o nobre deputado, como ministro não fez isto; creio que não mandava as informações dos pio-curadores fiscaes para serem examinadas pelos estabelecimentos particulares.

Sr. presidente, o que se deduz de tudo isto? A necessidade de exame (Numerosos apoiados. — O sr.