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da sagrada; mas quanto ao dos mil e dez contos! . . (Fozes: — O nobre Deputado está enganado, esse é o mesmo que o Sr. Deputado approva). O Orador:

— Poderá ser; mas eu duvido que seja assim, e então e necessário examinar este negocio, porque a Camará por certo não ha de consentir que se approve uma cousa, que seja injusta, ficando no esquecimento outras dividas muito mais sagradas, como são os títulos azues: os títulos azue-, Sr. Presidente, que se de'ram em compensação de serviços prestados em defexfi da liberdade do Pai/, e que ainda ate hoje ninguém fallou nelles. (fiifferentes Srs. Depu-tados foliaram ao mesmo tempo, uns apoiando o Orador, outros impugnando). (O Sr. Presidente:

— Se os Senhores que Icem pedido a palavra pretendem fallar ao mesmo tempo*, o resultado e' a confusão, e isso e' o que eu não devo consentir). (apoiadas) O Orador:—Se V. Ex.a não me per-mitte que falle, eu não quero de modo nenhum desobedecer.

O Sr. Presidente:—Isto não e' com o Sr. Deputado, é com quem o estava interrompendo: o Sr. Deputado pôde continuar. O Orador:—Sr. -Presidente, não e' possível que haja um só Deputado nesta Carnara, que de boa fé possa annuir a uma medida de semilhante naturexa. Mas para que vem aqui este negocio nesta occasiào, quando ha outras dividas mais sagradas do que esta, e a que senão tem satisfeito ainda ?.. Acaso querem-nos cegar?.. Não é possível, porque a razão que se dá, a respeito deste negocio, é de todo o mundo conhecida ; demais, isto são titules que se compraram e um e meio, e a dois por cento, c agora querem que a nação os pague por inteiro: querem que ella venha a pagar uma cousa que não pôde. Isto é uma imprudência. Sr. Presidente, eu concluo requerendo a V. Ex.a, que consulte a (.'amara, se este negocio se deve tractar agora, u na occasião presente estando a findar a Sessão.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado poderia ter reservado esse requerimento para amanhã, porque e quando pôde ter logar.

O Sr. Pereira de Sarros: — Perdoe V. Ex.a, mas i«to e' u tu negocio que eu tenho trancado na garganta ; é uma noz que aqui tenho (indicando a garganta) que não pôde ir nem para cima, netn para baixo.

O Sr. Presidente:—A Camará decidiu que se tractasse amanhã este negocio, e então é que o Sr. Deputado pôde propor urn adiamento.

O Orador:—~ Eu o que não quero e que se ep-prove tal medida, hei de propor urn adiamento, e não ha de ser definido; ha de ser indefinido, ha de fer para que nunca rnais se tracte de semilhante negocio, e por isso roqueiro a V. Ex.% que tenha a bondade de consultar a Camará, se se deve occupar deste objecto.

O Sr. Presidente:-**Não está por ora em discussão o parecer da Commissão; o que se votou, foi que se imprimisse no Diário do Governo, para amanhã se discutir.

O Orador: — Bem, enião amanhã fallaremos.

O Sr. Silva Cabral:—-Sr. Presidente, o meu iHtistre amigo o Sr. Barros deu de certo a entender a verdadeira idéa , em que se achava a respei-lo deste negocio, e se se altender ao que disse, vê-t-e que effecti vá mente o seu espirito não estava in-SRSSAO N." 16»

leiramenle tranquilizado, para poder raciocinar com aquella frieza, que e necessária, e que este negocio pede.

Sr. Presidente, o negocio, bem ou mal, tem o seu parecer da Commissão; a Camará decidiu que esse parecer fosse impresso no Diário do Governo, para amanhã se discutir; por conseguinte amanhã tem o illustre Deputado o campo aberto, para mostrar que o parecer e' fundado em princípios, que o illustre Deputado acha injustos; mas quando isso se tractar, ha de-se mostrar ao illustre Deputado, que realmente está ern um perfeito equivoco, quanto ao facto, que apresentou, porque nem o negocio dos mil e dez contos lern relação nenhuma com as appreheusões notadas pelo meu amigo a respeito do tempo do governo da usurpação, nem a respeito de outros objectos de idêntica natureza.

Sr. Presidente, o negocio dos mil e doz contos acha-se tão intimamente ligado corn a questão dos padrões de juros reaes, que não pôde deixar de ser considerado pela Commissão, como uma e a mesma cousa, e que não podia ser approvado um negocio, sem que fosse o outro.

Sr. Presidente, a questão da justiça, ou injustiça e' aquella que aqui tem de tractar-se ; a questão dos meios, que e a que parece alludir o illuslre Deputado, e outra, e essa não e possivel tractar-se de maneira nenhuma neste projecto, nem vem nada ao caso para o momento A.

Mas, Sr. Presidente, a que vem tudo isto ?... O meu illustre amigo pôde estar toda a Sessão a fallar, e eu de certo hei de ouvi-lo com toda a atten-cão, mas parece-rne que a Commissão de Fazenda não merecia, que o illustre Deputado dissesse, que nós o queríamos cegar!... Pois o illustre Deputado já viu que ella o quizesse alguma vez cegar?!.. O illustre Deputado já viu alguma vez que a Commissão de Fazenda quizesse enganar esta Camará!... De certo não viu. Nem isto são expressões, que se digam n'um parlamento, (apoiados)

Sr. Presidente, a Commissão de Fazenda conheceu os princípios de justiça, em que se baseava este negocio ; pôde ter-se enganado, mas persuade-se que não (apoiado) e quando amanhã se discutir o negocio, a Camará decidirá se sim, ou não é o illuslre Deputado, que tem razão, ou a Commissão de Fazenda.

Sr. Presidente, eu não posso deixar de tomar este fogo por esta questão, quando vejo nma Commissão respeitável, e de que eu tenho a honra de ser membro, insultada d*uma maneira, que não merecia á Camará nem ao illustre Deputado. De rnais, Sr. Presidente, a que vem tudo isto?... A Carnara já decidiu que o parecer fosse impresso, e que amanhã se discutisse, por tanto o illustre Deputado poderá amanhã propor o adiamento, poderá impugnar o parecer, porque tudo isto lhe é permittido fazer pela letra do regimento; mas o que lhe é vedado, é transtornar assim a ordem dos trabalhos da Camará, e querer que se rejeite urn objecto, sem que a Camará o tenha discutido.