O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

358

DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

que seria mais regular que a camara esperasse que esse documento se apresentasse sobre a mesa para o apreciar, e depois resolver se deve ou não ser publicado. Pela minha parte presumo que é um documento, cuja publicação não tenho duvida em votar; parecia-me entretanto mais regular que, só depois de se saber o que era, se deliberasse ácerca da sua publicação.

O sr. Mariano de Carvalho (sobre o modo de propor): — Nós sabemos qual é o documento; e parece me que não póde haver duvida em decidir já a sua publicação, tanto mais que o governo já declarou que não tinha duvida na apresentação e publicação d'esse documento.

O sr. Presidente: — O governo já disse que mandava o documento; depois de o mandar, o documento é da camara, e esta resolve se deve ou não publicar-se (apoiados). Entretanto vou consultar a camara sobre se quer desde já decidir a publicação, isto é, se approva o requerimento do sr. Lourenço de Carvalho.

Posto a votos o requerimento, foi approvado.

O sr. Presidente: — Em virtude da deliberação da camara, tem a palavra o sr. Lourenço de Carvalho para uma declaração.

O sr. Lourenço de Carvalho: — Começo por agradecer á camara a prova de benevolencia com que me honra, permittindo que eu faça uma declaração, com referencia á questão da estrada da Covilhã.

V. ex.ª sabe que esta questão se refere muito especialmente a um cavalheiro que não tem voz n'esta casa, mas que tem assento na outra casa do parlamento; pois eu estou auctorisado a declarar a esta camara que s. ex.ª, na primeira sessão da camara dos dignos pares, rectificará, na presença do governo, a exposição feita pelo sr. marquez d'Avila e de Bolama, dos factos relativos á estrada da Covilhã, que tiveram por consequencia a saída do mesmo cavalheiro do seio do gabinete.

Pela minha parte não desejo por fórma alguma inverter a ordem do debate, nem alterar a inscripção; e por isso limito-me a esta simples declaração, esperando pela occasião em que eu, sem preterição dos oradores inscriptos, possa tratar d'ella com mais desenvolvimento.

O sr. Presidente: — O sr. deputado pelo Porto pediu a palavra para um requerimento antes de se encerrar a sessão.

O sr. Pinheiro Chagas: — Eu tinha pedido a palavra antes para um requerimento.

O sr. Presidente: — É verdade; desculpe o sr. deputado, porque no meio d'esta agitação em que a camara tem estado, é quasi impossivel, a mim e aos srs. secretarios, tomarem nota dos srs. deputados que pedem a palavra.

Tem a palavra o sr. Pinheiro Chagas.

O sr. Pinheiro Chagas: — Requeiro a v. ex.ª que consulte a camara para que declare se esta questão da estrada da Covilhã se ha de tratar especialmente. Eu estou inscripto sobre a materia, mas não quero ficar com isso prejudicado para tratar d'essa questão.

O sr. Presidente: — Peço perdão ao sr. deputado para lhe dizer que a camara já decidiu, que se não devia tratar esta questão agora separadamente; ha uma interpellação ácerca d'esta questão, e n'ella póde tomar parte o sr. Pinheiro Chagas.

Tem agora a palavra para um requerimento o sr. Rodrigues de Freitas.

O sr. Rodrigues de Freitas: — Desejava saber se no ministerio das obras publicas ha o documento pelo qual varias pessoas da Covilhã se responsabilisavam pelas expropriações; e se esse documento é de tal natureza que possa ser trazido á camara. O sr. presidente do conselho alludiu a elle; e como póde esclarecer a questão, desejava que s. ex.ª me dissesse se o documento que citou existe e é de natureza que possa vir a esta camara.

O sr. Presidente do Conselho de Ministros: — Vou responder ao nobre deputado.

No meu discurso não me referi a nenhuma offerta por escripto. Referi-me a uma offerta feita em presença de algumas pessoas por um cavalheiro superior a toda a excepção, que me declarou tomar sobre si a responsabilidade das expropriações se porventura a camara municipal da Covilhã, que se tinha encarregado de as fazer, as não realisasse. Esta declaração foi feita diante de mim, e de um modo tão solemne, que, pela muita consideração que me merece esse cavalheiro, não entendi necessario exigir garantia, e por consequencia não exigi que a fizesse por escripto. Mas declaro que respondo por essa declaração.

O sr. Pereira de Miranda (para um requerimento): — Requeiro a v. ex.ª que os documentos, cuja publicação foi auctorisada, sejam impressos com urgencia e distribuidos por casa dos srs. deputados, porque sendo eu um dos que estão inscriptos para fallar na resposta ao discurso da corôa, tinha tenção de me occupar da questão da Covilhã quando se verificasse a interpellação que a este respeito está annunciada; mas vendo agora pertender se discuti-la conjunctamente com a resposta ao discurso da corôa, não desejo que por causa d'aquella questão se altere a ordem da inscripção.

O sr. Presidente: — Isso é do expediente da mesa, e portanto escuso de consultar a camara.

O sr. Pinheiro Borges: — Mando para a mesa o seguinte requerimento (leu).

O sr. Santos e Silva: — Requeiro a v. ex.ª, ou antes peço tenha a bondade de mandar ter a ordem da inscripção, para que cada um saiba a altura em que está inscripto na resposta ao discurso da corôa.

O sr. Presidente: — A ordem da inscripção é a seguinte (leu).

A ordem do dia para segunda feira é a mesma que está dada, tanta na primeira como na segunda parte.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas da tarde.