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, que o pouco peixe que se salga dura pouco; a sar-ninha de Portugal já lá chega corrompida e aihda (Renos se conserva; o próprio bacalhau dura Lá muito menos do que aqui, e os Negociantes são obrigados a importa-1 o em grandes barricas para se po-.der .conservar y e assim 'mesmo em passando 15-dias «xposto ao ar se faz negro, e se corrompe, o que-dá «mito pfí-jirko a- este'género. . : - ; < ,

Appell-a o Sr. Deputado para á industria dos'insulares , e. não'appella em vão; elles.já pozerarn. era acçãoi, e fizeram uma tentativa em'grande',, inas encontraram1 taes. difíieuIdades no mar,/dos grandes aparelhos' e armações, por causa do fundo das mesmas rochas bazaltieas, que dominam em toda a-ílba ,. e tantos outros obstáculos, que a'empresa cahiií, e mesmo sem esses obstáculos como-podia, eíla d^r-nos a mesina abundância que teovPortu-gai em peixes, se nós os não tenros'?, a este res= peilo havemos' de ficar .sempre de.peio r.condição , porq.utv ítté o^atuni, 'que/nqs lemos', tem-no a- costa: do Algarve, &"a" visinliá d'elle em nraior abuhdan-.ciá-. Os ríkíios.de n os-sos "pescadores nãscKpassam da eana, •íia.hd, e alguns outros, que os mais eíficazes', não passam.- de redes de atravessar comparativa-' mente' pe'q.!íen.as-, c que: quasi unicamente apanham" peixe fino. ' O sal 'que todo aos vai de Portuga! e. Cabo-Verde não pôde deixar de ncs chegar' lá orais'-caro: quen o Sr. Deputado que vamos para os^raa-res ^le;Larache ; íica a Madeira pôr ventura a estes rríasres como o Algarve'?, finalmente a costa do Norteada Madeira é tão bravia, que mesmo dê verão, raras vezes lá chegam barcos de pesca Diz o Sr. Deputado, que as ilhas abundam ^em cereaes, que podem" substituir a falta'de peixe ; primeiramente é singular esta substituição, -substituir uma espécie de peixe salgado com outro, -ou ainda com 'carne , entendo eu, mas. substituir peixe com pão , isso só se pôde admittir para os casos d'extrema fome, mas não para o alimento diário; depois aqui confundiu o Sr. Deputado a Madeira com os Açores; quetn não sabe que a Madeira não dá cereaes, nem para metade do anno ? o pão ordinário dá-gente, gue trabalha íios campos ao Norte, Norueste, e Sueste da Ilha, são Os inhambanes, raiz esta que é .o alimento maisMnsipido do mundo sem algum" peixe salgado, e eis mais uma razão porque o pescado era isempto de direito. Diz o Sf. Deputado, que as Ilhas abundam em gados, cujas carnes podem sirpprir a falta de peixe, por serem muito baratos; outra vez confundiu o Sr. Deputado a Madeira com os Açores; bastava qualquer lembrar-se que a Madeira e' uma terra coberta de vinhas na parte cultivada para logo inferir que ella não podia ser tão abundante em gados, como um paiz de cereaes., mas o facto e' que nós importamos algumas vezes gados dos Açores, e que de lá nos vinham, è creio que ainda vem muitos toucinhos , como nos vem de Portugal, e a carne tanto de vacca, como de porco e' na Madeira muito cara, tal na verdade que ha centos de'catnponezes, que a não comem mais de duas vezes no anno. Quiz o Sr. Deputado provar a igualdade de nossas circurnstancias com a igualbondade do nosso clima, e a fertilidade de nosso terreno; que differença porém , Sr. Presidente, não se encontram a este respeito não só na nrai.or parte dos bens de Portugal, mas mesmo entre a Madeira e os Açores. A Madeira, Sr. Pré*

sidente, é. uma massa de montanhas ê rochedos de formação bazaltica, e. o seu solo está entre-cortado destas rochas, e, de seus, fragmentos; daqui verii . immensas difficuldades, e despezas á cultura dos vinhos; em muitas partes e preciso estallar às rochas com pólvora, em. outras arrancar e remover para fora muitas e grandes pedras. Como a inclinação do terreno e grande,, e: necessário atravessa-lo coui extensos e amiudados: sncalcos para o suster contra a força da torrente das agoas. Para plantar as vinhas é necessário por quasi toda a parte praticar grandes fossos,, que vulgarmente chamará mún* tas, e na profundidade.de três ate' seis pe's ; as vinhas em muitos terrenos duram :pòuco, em todos dão uvas, levam mais tempo a produzir do que na maior parte dos paizes que .conheço , e dão muito menos que as vinbas de muitos outros paizes ; e para que poduzam ao Sul e' indispensável conserva-las sobre latadas, .cujas canas e madeiras custam muito eara.já-hoje pela falta d'arvoredo. Os vinhos requerem um continuado tracto e amanho para adquirirem em a velhice a qualidade de generosos, que os destingue ; nos Açores- a cultura da vinha na Ilha do*Pico custa muito menos, e' muito menos também-custa em todo o Portugal, excepto no Uouro: O nosso clima ainda que benigno e fértil, de certo não o e' mais para vinhas ,do que o de Por-tiigal, e para cereaes e hortaliças pela maior parte Vomito menos. O Sr. Deputado também tirou algumas inferências contra nós destas considerações es-

- tatisticas d'extençãp, de área, população, etc.; ora a ;este respeito perdoe-me o Sr. Deputado, a s-ua posição não podia ser menos vantajosa; não e pela extensão do terreno somente, nem ainda pelo do terreno combinado com a da povoação que se podem avaliar as forças productivas dos sequeiros; e necessário tomar em consideração muitas outras circumstançias; estes problemas são sempre muito complexos, e a falta d'attenção a um só dado pôde conduzir a grandes erros. Tal paiz. ha mui pequeno que renda muito pelo comiriercio só por sua situação , sem produzir muito pela lavoura, como poí

• exemplo , algumas dessas .pequenas Ilhas das Pos-. sessões Britânicas das índias Occidentaes, que são