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Ò Sr. Camacho :~St. Presidente j eu pedi a palavra para uma explicação, para dizer que aos credores dos Açores foram passados uns títulos com o juro de 5 por cento, ^e ate hoje não receberam juro algum ; eu. não sehse os outros, que referio o Sr. Deputado por Lisboa, estão neste caso, porem os dos Açores estão nestas circurnstancias, e merecem por isso mesmo toda a consideração. ~ ' ^

O S. Ministro da Fa%enda : —Sr. Presidente , levanto-me simplesmente para fazer algumas reflexões, pelas quaes me parece satisfazer aosSrs. Deputados que querem que se discuta o additamento, porque intendo que convém muito que esta matéria seja tractada na Commissão de Fazenda, antes de aqui serdiscutida. Sr. Presidente, a Junta do Credito Publico não tem a seu cargo pagamento algum , senão o da divida consolidada, e não pôde pagar outra qne o não esteja, e então está visto que é impróprio nesta Lei dizer-se que a divida, sem declarar mais nada, ha de ficar a cargo da Junta do Cré-' dito Publico, e isso .objecto para uma .Lei especial, porque ajuda depois de se conhecer a naturesa de cada uma destas dividas, se ha de dizer—.o pá-gárnento de tal e tal divida dos Açores deve. ser consolidado pela Junta do Credito Publico como amais divida do Eâtado— roas já se vê que não é possível aqui dar agora os esclarecimentos da divida, que está nestas circumstanciaa. Sr. Presidente, e inegável o principio de que as Ilhas contribuam com os meios para ajudar a satisfazer os encargos da Junta do Credito Publico, assim como e de justiça que a Junta pague os juros d'aquella divida, mas depois desta Camará intender, que tem essa naturesa. Creio por tanto, Sr. Presidente, que para não tornar-mos uma decisão (permittain-me a expressão),de afogadilho, convém muito que vá esse additamento á Curmnis-são de Fazenda. Eu o que posso fazer e extraltir amanhã os esclarecimentos necessários, exigir da Juuta esses esclarecimentos da divida contratada, e da sua naturesa, e traze-los á Commissâo para eila dar o sen parecer. Ora^, isto não pôde ser dentro em muito menos de 8 dias, e por tanto pòder-se-ha passar a outro artigo ficando este negocio reservado á Commissão.

O Sr. Aoila: — Eu estou tão convencido da Justiça da doutrina do meu additamento que não duvido,um só instante de que ella será approvada pela Camará, e se me oppuz ao que propoz.o Sr. Roma , foi por me não parecerem convenientes as rã- -zoes, que o illustre Deputado ponderou. Se pore'm 'a Camará deseja que o mau additamento vá á Com-Tnissão de Fazenda, e constitua uma Lei especial', não me' opponho a isso , convencido como estou de que a iliustre Commissâo satisfará á promessa que acabam de fazer seus Membros, isto e', que uma •Lei não irá sem a outra para aquelle Archipelago. Eu também não quero decisões precipitadas, nem" o meu additamento carece de ser votado pôr sur-prezá: sua justiça e'tamanha que não poderá dei-

xar de áttrânir todas as simpathias da Camará; è a discussão suficientemente o demonstrará.

Reservo-me para essa occasião para destruir as ^ponderações, que acabou de apresentar o i Ilustre Deputado o Sr. Midosi: dizer-lhe-hei comtudo agora, que não deve perdei"de vista, que esses empe-nhos foram contrahidos quando a Ilha Terceira era o único ponto da Monarchia Portugueza, que resistia ás forças do Usurpador, e que succumbiria por certo sem esses sacrifícios; que da queda da Terceira resultaria o reconhecimento de D. Miguel, e com elle a destruição de todas as nossas esperan-, ças :• que sem esses sacrifícios não seriam restauradas as outras Ilhas, e o Duque de Bragança chegando á Europa não encontraria um único ponto, onde fosse 'reconhecida a Authoridade de sua Filha, a nossa Augusta RAINHA (numerosos apoiados) : que não teria onde fazer o grande recrutamento, que constituio.o Exercito Libertador, nem poderia vir a Portugal expellir o Tyranno , e restituir á Nação Portugueza a liberdade, de que o Usurpador a havia tão aleivosamente esbulhado (numerosos apoiados}. Lembrarei ainda ao Sr. Deputado, que esses empenhes foram contrahidos an par nas mais apuradas circumstancias, e que o Governo solemnemente prometteu, que estariam satisfeito^ até aojim do anno de 1837. Não escureço os serviços, que foram prestados por muitos outros pontos , e em geral por toda a Nação Portugueza, que mais ou menos concorreram para a expulsão do Usurpador , mas e também necessário não desconhecer a parte mui principal, que a Ilha Terceira^ e os Açores tomaram nesta campanha de gloria, e de heroísmo (numerosos apoiados.}

Nem pareça, que eu proponho este additamento levado unicamente dos' interesses da. minha localidade.. (Vozes, não, não). Não é assim, Sr. Presi-* dente, a Província que eu tenho a honra de representar, não lucra quasi nada com esta medida; as que tiram grandes vantagens são as da- Terceira, e S* Miguel. Porem eu não me considero aqui unicamente para advogar os interesses dos Povos, que cá me mandaram, eu considero-me como Representante de toda a Nação, e debaixo deste ponto de vista entendo, que a honra desta exije, que se façam quanto antes eífctivas as solemnes promessas, a que se obrigou n'uma hora de apuro. Estou tão convencido, que a Nação Portugueza deve olhar aquel-las dividas, como empenhos de honra, que deve quanto antes solyer, que tivesse eu ou não assento nesta Cam^ray como Deputado pelos Açores , logo que um Cireíiío do Reino me fez a honra de me mandar aqui, resolvi-me a apresentar esta mesma indicação , certo de que praticaria um acto de justiça, que teria em seu apoio o voto de todos os verdadeiros libéraes. Apoiados].