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nas circumstancias de avaliai os serviços que elle pretou durante o cerco do Porto, o sr. João Cypriano de Barros e Vasconcellos. Não vem pedir pensão nenhuma, vem pedir simplesmente, que a camara dos srs. deputados chame a si o processo instaurado no ministerio da guerra, para se lhe pagar o seu montepio Esta senhora tem duas filhas e um filho, e reduziram-lhe os seus vencimentos a 9000 réis, não lhe dando consideração ao montepio, como tem sido dada a muitas outras viuvas, de certo não em circumstancias mais dignas.

Ha a respeito desta viuva um caso acontecido, que eu não quero acreditar como verdadeiro; mas, se pela inspecção dos papeis conhecer que o é, tenho a desadorar do conceito que fazia de alguns individuos: diz se, que estando já decidido este negocio a favor da requerente, em 1350, só pelo simples facto de ella ser parente de um outro militar que não merecia a confiança do chefe da administração desse tempo, de pois de se tirarem as notas dos recibos foi tudo annullado, e rasgado o decreto que a tinha agraciado! Parece incrivel! Eu ainda o não acredito; mas o certo é que, se diz, acontecera.

O sr. Lourenço Cabral: — Alando para a mesa o seguinte requerimento. (Leu)

Ficou para se lhe dar destino ámanhã.

O sr. Gomes Corrêa: — Envio para a mesa tres representações, uma da camara da Covilhã, outra da camara de Castello Branco, e outra da associação fabril e mercantil da Covilhã, em que se pede a desobstrução do rio Téjo, de Abrantes até Ala) pique, e que daquelle ponto se abra uma estrada em direcção á cidade da Guarda, passando pela cova da Beira, entre o Fundão e a Covilhã.

Sr. presidente, por esta occasião chamo a attenção da camara sobre um tão justo pedido, e que despoze esta medida, que é da maior importancia, pois que por ella se vai dar vida a uma provincia rica e cheia de recursos, que pela maior parte são desconhecidos por fallas de vias de communicação.

A Beira-baixa é sem duvida uma das mais bellas provincias, que possuimos no nosso continente; rica pela sua agricultura, porém especialmente, rica pelo grande fomento industrial que ella encerra.

Nesta provincia está situada a villa da Covilhã, a terra mais industriosa do reino, que nestes ultimos annos, depois da protecção das pautas, tem dado um incremento espantoso á fabricação dos lanificios.

Sr. presidente, eu não quero cançar a camara com a enumeração dos muitos e grandes sacrificios que tem sido preciso fazer-se para vencer os obstaculos dos máos caminhos, principalmente no transporte de objectos volumosos e pezados.

Todas as fabricas da Covilhã, que são hoje em numero consideravel, estão cheias de machinas vindas de Inglaterra, cujo transporte de Lisboa até áquella localidade importou aproximadamente em tanto como o custo primordial das mesmas machinas: e todos os objectos que são materia prima no fabrico dos pannos, que são muitos, e variados, são, pela maior parte importados de Lisboa para a Covilhã, uma grande porção dos productos daquella industria é trazida ao mercado da capital; e como é possivel ser barata esta manufactura duas vezes onerada com o excessivo transporte, como o que actualmente se paga? Só uma grande dedicação pela industria é que póde animar a tantos esforços e sacrificios como os que se têem feito.

Sr. presidente, acaba-se proximamente de construir uma fabrica em Castello Branco, cujo motor é uma machina a vapôr; e tanto esta como todas as machinas que laboram naquella fabrica, são de construcção portugueza, foram feitas na officina de Collares & irmãos; machinas bellas e perfeitas, que nada deixam a desejar no seu acabamento, mesmo comparadas com as melhores machinas estrangeiras. Porém que difficuldade não houve, em levar estes objectos de Lisboa a Castello Branco? Conseguiu-se, e verdade; ellas lá estão a trabalhar, mas porque carestia de transporte 1 Houve uns objectos pezados, umas prensas hydraulicas, cujo transporte em um barco de Abrantes a Villa Velha, pequena distancia, custou 200 e tantos mil réis; e ha umas pedras de moinho que ainda não foram, nem provavelmente irão, por cujo transporte pedem 300000 reis, quando pouco mais custa o frete de um navio inglez. Ora com taes embaraços não é practicavel a vida, nem o movimento commercial e industrioso; e na presença de taes obstaculos é impossivel não succumbir.

Sr. presidente, o Téjo já em remotos tempos fo navegavel até á Hespanha. Além da historia existem nas suas margens sobejos vestigios, que attestam este facto; e é devido á nossa incuria o pejamento e obstrucção em que actualmente se acha.

É sabido que nestes ultimos annos alguns trabalhos se têem feito para facilitar a navegação do Téjo entre Abrantes e Villa Velha; tem-se gasto algumas quantias, que a meu ver são arriscadas, senão perdidas; por isso que a obra que alli ha a fazer, não se faz de uma vez, e porque de uma vez se não desfazem todos os obstaculos, que não permittem ás agoas o formarem uma corrente seguida, que obste á formação de novos pejamentos. Além de que esta obra, que os meus constituintes pedem, não é dispendiosa; e quando ella se faça, como espero, será para a provincia da Beira-baixa um manancial de vida e de riqueza; será para ella o seu caminho de ferro.

Peço, por ultimo, que estas representações sejam quanto antes remettidas á commissão das obras publicas.

O sr. Mello Breyner: — O decreto de 23 de outubro de 1851, que extinguiu a classe dos officiaes amnistiados, separados do quadro effectivo do exercito, não abrangeu todos aquelles a quem devia aproveitar; por isso eu apresento o seguinte projecto de lei. (Leu)

Ficou para segunda leitura.

O sr. Arrobas: — Mando para a mesa o seguinte projecto de lei. (Leu)

Ficou para segunda leitura.

O sr. Rivara. — Mando para a mesa alguns pareceres da commissão de administração publica. (Leu-os)

Ficaram para opportunamente se tomarem em conta.

O sr. Jeremias Mascarenhas: — Sr. Presidente, hontem se distribuiram nesta camara os exemplares das consultas das juntas geraes dos distinctos do continente do reino, e das ilhas; aproveito esta occasião para lembrar ao sr. ministro da marinha, a promessa que s. ex.ª, respondendo a minha interpellação n'uma das sessões da camara dissolvida do anno passado, promessa, digo, de publicar no Diario do Governo as consultas da junta geral de Gôa, como é da lei, e se tem executado relativamente ás das juntas geraes do reino. S. ex. no anno passado declarou no par