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áoi ura que tem em seu favor o interesse de todas as classes trabalhadoras J Que fiscalização lhe poderá resistir? Diga-o o Commercio dos cereaes! Ha um facto de que, eu bem o sei, se tem lançado mào tríumfanteinente, e e que o p^ior dos elevados direi* tos, o preço do bacalhau 'não tem augmerilado: muito: admittindo .que elle seja exacto em toda a pafte, do que muito duvido, a..magica é tnuito fa-eil de adivinhar.

Ei», Sr. Presidente, tenho para rnim que esse facto e a rnaior prova de que o contrabando se faz. O bacalhau que por isso contribuiu, entrou, mas não pelas portas da Alfândega, e esta inferência tem em seu favor muitos outros factos conhecidos na historia commercial de muitos géneros carregados de direitos haverem ate diminuído em preço. Na minha terra quando em 1823 ou 24 se augmentáva mui* too* direitos no arroz e no a&sucar em pedra, é que esses géneros se vendiam mais baratos que nunca. Querem alguns Srs. que o alto preço tenha o boiti etfeVto de desrubrir hum substituto ao bacalhau; mas além de na Madeira não o haver, nem o poder levar de Portugal; esse substituto onde G houver será muito bom em outro sentido, mas nào no sentido fiscal por que diminue a importação do género e por consequência o producto do imposto. QuanJo á cir-cumstancia que notou o Sr. Ministro da ^Fazenda de ser também o clima do Douro de veràò, excessivamente quente, e de pôr aquelle Paiz nas mesmas circumstancias da Madeira; eu respondo que ainda quando no verão o calor no Douro suba'mais alguns giáus que na Madeira, n'esta o calor dura mais tempo; e pôde afiirmar-se que sua acção combinada Com a humidade se estende mais ou menos a todo o anno. Nào admira que por algum tempo no verão o calor seja t ao forte no Douro: e' isso o queaccon-tece em terras ainda muito mais ao Norte: nos poucos dias de calor que essas tè^m e elle'muito mais forte; mas no resto do anno é ruuito menor. Quanto ás distancias que o Sr. Ministro da Fazenda rnetr teu em comparação, alfirmando que o-bacalhau que vai do- Porto ás terras do Douro tem um transito de 12 a 14 legoas —e que a navegação do Douro e' mui custosa: também a que vai do Funchal para todas as terras chamadas do Norte da Madeira tem um transito de 7, 9, e mesmo 10 ou 12 legoas; por que os caminhos não são em linha recta; mas muito tortuosos por cima de serras e montanhas eleva* dissimas, e atravessando de inverno caudalosos ribeiros: quem atravessa a Ilha do Sul ao Norte passa os Alpes ate mais de uma vez e não passa pela estrada que ha nos Alpes — rnas por desfiladeiros por onde nem bestas carregadas podem ir, e por isso as conduções são quasi todas ás costas de homens. Por mar também de inverno custa immenso chegar á costa do Norte que e bravia em muitas partes como já disse. Diz ov Sr. Ministro que se se fizer esta excepção a fespeito da Madeira, se ha de fazer a res^ peito do Douro, por que o considera no metmocaso. Eu e os meus Collegas nunca pertendemos que a ex.-cepção fosse somente a respeito da Madeira, propo-zemo-la para ella por que melhor conhecemos as suas circiHíJstancias especiaes, mas se ha terras no Reino em que estas s

. nbecem as necessidades de suas terras. Tem-se arguido corito sã nós «tão tivéssemos attenção a outros interesses senão aos de nossa terra: parecia-me que

/por mais d'uma vez nosainhamos explicado de ma-" neira que excluía este juizo a nosso respeito. Mas Sr. Presidente, se isso não óasta, eu protesto a V. Ex..a e a esta Camará, que se eu não altendesse senão sóinen-te ao interesse dos meus constituintes, pela resistência que vejo fazer á nossa Proposta, Já d'el-Ia tinha desistido por não gastar maistéíripo em và>; rnas como eu vejo que ,ao mesmo tempo que.ellês são severamente lesados, o Thesouro e a Junta do Credito Publico vão perder o producto do imposto. S$ agora , ou na reforma ás Pautas .não se modifica?

- r«m os direitos pesadíssimos com que esta mercadoria está onerada, ta«s na verdale, que parece que o objecto que se teve em vista foi ex,cluida do mercado, não posso em consciência deixar de insistir nas minhas ideas. Tenho cumprido com os mesiáde^ veres segundo a minha convicção, assim peto que respeita á Província que me me honrou com a sua confiança, como ao Reino em. geral —a Camará decidirá como lhe parecer —e o tempo nos fará justiça a todos.

• O Sr. dlberto Carlos: —Sr. Presidente, eu disse hontem que se estava disputando sobre esta matéria

• muito aereamenle, porque, se estavatr» fazendo., e baseando argumentos em comparações de logares,,. s~o a producçâo, e seus, recursos, sem que haja reciprocamente os conhecimentos exactos disso mesmo que se

.compara! Eu decerto não conheça ascircuirtslancias especiais da Madeira, nem as suas producçoes jáossi* veis; e creio que nesta ignorância nào serei só ; mas lambem e'certo que os Srs. Deputados pela Madeira? e designadamente aquelles que mais parle têeuj tomado nesta questão, se acham em igual falta de,conhecimentos a respeito da maior par4e das Províncias do Continente (apoiado.) Então para que se está a clamar; a Madeira está em peiores circuiastaocias do que Portugal; se Portugal não é conhecido nesta parte que se compara?! Eis»aqui por que eu torno a repetir, que quanto se tem argumentado com tanto afan tanto vale como cousa nenhuma, e melhor fora não t«r perdido o tempo com isso. . .

Pelo que eu lenhu ouvido aqui, e fora daqui a rés-s peito da Madeira, acredito que lá haverá Í»ga,r«â em peiores circumstaneiaà do que alguns pontos de Portugal; más também acredito que ha muitos ò«-tros logares em muito melhores circurnstancias do que uma grande parte dos Concelhos das Províncias do Continente; porque, Sr. Presidente, quem conhece alguns logares', e muitas das nossas Províncias, è que tem idea da miséria de seus habitantes, da estereii-dade .dos terrenos, fidas fadigas que alii custa a pró-

• ducção agricula, entende perfVitainenle que n ao pôde haver na Madeira nenhum mais inferior, e Com especialidade a respeito das difficuldades das com mu-nicaçòes, ^que de certo são muito peiores nas Províncias do Contineute; por conseguinte como se ha de votar uma excepção a favor da Madeira , e deixas oneradas as nossas. Províncias?