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a bondade de remetter este Edital ao Governo,, e eu faço para isso um requerimento, para que elle pró-, veja neste negocio de tal modo, que não permitta ' que a Cantara do Porto exorbite, e para que séjarn conservadas as estipulações do Contracto, que pa-,rece vão a ser violadas. — (Dar-se-ha conta do requerimento quando tiver segunda leitura.)

O íSr. Agiuar:—Sr. Presidente, mando para a JVieba uma. representação da Caruara Municipal de >avaes, Districto de Villa Real, sobre o mesmo objecto em que fallou o Sr. Joaquim António t!e Magalhães, pedindo providencias para obstar ao estado desgraçado do commercio dos vinhos ; a Ca-^inara já ^eoccupou desteobjecto, e mostrou a maior sollicitude, creando uma Commifesão especial; eu repito o requerimento do Sr. Magalhães, e peço a V. Jhx .á que recomrnende á Com missão que apresente seus trabalhos a este respeito; alem disso peço áComrnis-são de Commercio queira apresentar o resultado dos seus trabalhos, a respeito da reforma das pautas, porque pôde ser que esse resultado concorra para o melhoramento deste commercio. i O Sr. Seabra: — Se V. Ex.a me permitte direi duas palavras sobre este objecto, í^a Corn missão dos Vinhos já appareceram alguns.projectos dignos de ;attençâo ; rnas que desgraçadamente se limitam a providencias internas^ que estão mui longe de poder produzir os grandes resultados que se desejam. Sem que se facilite a exportação, se criem, e abram mer-.cados, e se aúgmente o numero dos consummidores, mal poderemos esperar que os preços deste importante género nacional se levantem do abatimento 'em que se acham. A ingerência que se concedeu áCom-panhia nada pôde influir tie^te resultado, mormente em quanto lhe faltarem os meios, e não sabir dos embaraços, financeiros em que se acha. Eu chamarei pois a attençào do Sr, Ministro dos Negócios Estrah-.geiros, que tanto interessa na prosperidade deste comiiiercio-, a fim de que empregue todo o seu despelo., e sollicitude, a fim de ver se e' possivel abrir negociações com alguns paizes,estrangeiros sobre este importante objecto.

O Sr. Presidente do Conselho : — O Sr. Seabra, meu, amigo, expendeu com particularidade duas ide'as': l.a que a Companhia actual não serve para cousa .alguma; sinto muito não poder concordar : esta Companhia creada pela Lei de 7 de Maio fez muito bem ao alto Douro, fez vender todos, os vinhos, baratos sim', mas venderam-se todos, o que não acontecia ha bastantes annos; não eprejuisò^sópara o lavrador o vender vinho barato, mas é também, quando chega o mez de Setembro, e não sabe aonde ha de recolher o vinho novo por ter os cascos cheios de vinho velho: o anno passado, ao contrario, vendeu-se todo ; e este anno todo se ha de vender barato, Sr. Presidente, e' verdade, por falta de mercados, rnas o Sr. Deputado ha de lembrar-se .que o único mercado importante que se pode abrir e o dos Estados tinidos da America do Norte, mas os Estados Unidos tem. um Tratado com a França ate' 1840, Tratado pelo qual o nosso vinho paga mais | do que o francez; se bem me lembro os vinhos francezes pa^ gam 2 dinheiros por galão e os nossos 6, e isso não se pôde evitar: ern 34 ou'35, o Ministro dos Estat dos Unidos quiz tractar este negocio, a França tinha- meios de ganhar, por que tinha um terreno que os Estados Unidos desejavam, e a França cedendQ-ltíe

esse território obteve dos Americanos essas vantâ* gens; agoraque a Companhia se acha falta deimeios, é verdade (e isso devia acontecer a uma Companhia cuja maior parte de propriedade foi incendiada, e a quem o Governo deve muito, e cuja dívida uma está liquidada e a outra por liquidar), mas e certo que assim mesmo tenífeito grandes serviços:... Sr. Presidente, o restabelecimento da Companhia abriu novamente o comsumo dos vinhos do Douro-no Bra-* zil, onde estava extincto : em 1834 a 1835 tinham-se_exportado do Douro para o Brazil 9 mil pipas; ' em 1837 exportaram-se só 500; e por que? Porque quando se extinguiu a Companhia augmentaram-se . os direitos de exportação para o Brazil mais de dous terços ; e o que aconteceu no anno passado, em quei os direitos foram diminuídos, e a Companhia reor-ganisada ? Exportaram-se17 mil pipas ; uma diffe^-rença de 7 mil para 500. De mais, ha muito tempo que a exportação para a Inglaterra; n ao e' tão grande como no anno passado e porque? porque a exportação tinha diminuído em consequência do descrédito ern que tinha m cabido os vinhos alterados , que « para alli se mandavam. Este antio espero que a exportação seja maior, porque o vinho está qualificado, e a marca é que os faz vender ern Inglaterra, e não a abundância.

Agora mesmo trago na pasta um Officio para mostrar ao Sr. Moniz e manda-lo depois á Commissão dos vinhos; por que no Rio de Janeiro fez se uma nova avaliação dos vinhos, mas não especialmente quanto a Portugal; e' quanto a todos os vinhos; não examinei ainda essas informações, para poder dizer-se aqui ha alguma cousa de differencial; mas parece-me que não; por, que o nosso Encarregado de negócios encara o negocio, como não desfavorável í e o que posso informar," por que tendo recebido ainr da hontem estes Olicios não pude tomar conheci-cimento delles por falta do tempo; e dépfois que o Sr. Moniz, versado nestas matérias, o tiver examinado , pedirei que passe para a Commissão dos Vinhos. For esta occasião direi bem alto uma cousa ? que desejava que soasse no pai? todo. Dous OfFicios tenho recebido do nosso Encarregado de Negooios, no Rio.de Janeiro, pedindo algum auxilio para os Portuguezes, quê,julgando ir achar alli as minas de Potosi., tem ido para o Rio de Janeiro. Os últimos que para alli fo.am viram-se* obrigados, para não morrer de fome, a sentar pr.iça nos Permanentes, ,que são uma espécie de guarda municipal, -que alli ha, em numero de 200! Ei,s-aqui a fortuna que a mocidade illudida vai procurar ao Rio de Janeiro; é irem para o adro dá Candelária (que é.onde. lica-quem não tem casa) , elles pedem continuamente es--moías ao nosso Encarregado, e ellé pede ser auxiliado para lhas prestar ! /

O Sr. Presidente : — Passamos á Ordem do Dia. O Sr. Seabra: — V. Ex.a adiou este incidente! O Sr. Presidente: — Não ha proposta nenhuma.r e então não pôde a discussão ter resultado.

O Sr. Seabra: — Mas parece-me que V,Ex.a disse que ficava para amanhã.

' O Sr. Presidente: —Se a Camará entender que deve ficar adiada, fica.

Ordem dv Oia: — Continuação da discusâo do

Projecto N.* 57, sobre as Côngruas dos Parochos.

,' Ô Sr. Ferrer:—Sr. Presidente> eu já hontem

observei que todos os projectos e substituições, q,ue