Debates Parlamentares - Diário 088, p. 359 (1853-04-30)

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— 359 —

N.º 24.

SESSÃO DE 30 DE ABRIL.

1853.

PRESIDENCIA DO Sr. SILVA SANCHES.

Chamada. — Presentes 82 srs. deputados.

Abertura: — Ao meio dia.

Acta: — Approvada.

O sr. Presidente: — A deputação encarregada de ir hontem comprimentar Sua Magestade a Rainha, pelo anniversario da outorga da carta constitucional, cumpriu a sua missão, e dirigiu, em nome da camara, a Sua Magestade o seguinte discurso (Leu).

«Senhora! Á vinte e sete annos que, em dia como o de hoje, o augusto pai de Vossa Magestade, então rei deste reino, espontaneamente outorgou aos portugueses a carta constitucional da monarchia. De sua muito livre vontade preferiu, pois, á conservação do mando absoluto o dividir com a nação os altos poderes do estado.

«E ficou podendo mais que dantes podia, porque pelo que outorgara alcançou o poderio do reconhecimento, respeito e amor, que nem o tempo nem a força dos acontecimentos já mais podem abater.

«Assim é que a memoria do immortal dador da carta impera ainda, e eternamente se conservará na saudade dos leaes portuguezes.

Mas Vossa Magestade não só tem firmemente sustentado as liberaes instituições da carta, se não ainda em tempos de mui difficil provação em tempos de quasi geral cerceamento das publicas liberdades, Se dignou de a desinvolver no acto addicional, e prosegue no glorioso intento de as firmar mais e mais.

Tambem, Senhora, Vossa Magestade já dispõe daquelle immenso poder de eterna dura, que emana da gratidão dos povos, que se escora no acatamento e veneração delles, e que é por isso, indestructivel.

Assim tambem é que Vossa Magestade, tendo penhorado a fidelidade de seus subditos, reina com toda, a segurança, e com a satisfação de ver que Sua Magestade ElRei, cujo efficacissimo empenho pela manutenção do governo representativo, e por quanto possa concorrer para a prosperidade do paiz, ninguem deixa de reconhecer. É sem a minima discrepancia respeitado e venerado como Rei verdadeiramente portuguez.

«Tão poderosos motivos, Senhora, e a solemnidade do dia, é que dictam a sincera solicitação que a camara dos deputados respeitosamente envia a Vossa Magestade, rogando-lhe se digne de acceita-la como um testemunho de sua cordeal dedicação a Vossa Ma-

— 359 —N.º 24.SESSÃO DE 30 DE ABRIL.1853.PRESIDENCIA DO Sr. SILVA SANCHES.Chamada. — Presentes 82 srs. deputados.Abertura: — Ao meio dia.Acta: — Approvada.O sr. Presidente: — A deputação encarregada de ir hontem comprimentar Sua Magestade a Rainha, pelo anniversario da outorga da carta constitucional, cumpriu a sua missão, e dirigiu, em nome da camara, a Sua Magestade o seguinte discurso (Leu).«Senhora! Á vinte e sete annos que, em dia como o de hoje, o augusto pai de Vossa Magestade, então rei deste reino, espontaneamente outorgou aos portugueses a carta constitucional da monarchia. De sua muito livre vontade preferiu, pois, á conservação do mando absoluto o dividir com a nação os altos poderes do estado.«E ficou podendo mais que dantes podia, porque pelo que outorgara alcançou o poderio do reconhecimento, respeito e amor, que nem o tempo nem a força dos acontecimentos já mais podem abater.«Assim é que a memoria do immortal dador da carta impera ainda, e eternamente se conservará na saudade dos leaes portuguezes.Mas Vossa Magestade não só tem firmemente sustentado as liberaes instituições da carta, se não ainda em tempos de mui difficil provação em tempos de quasi geral cerceamento das publicas liberdades, Se dignou de a desinvolver no acto addicional, e prosegue no glorioso intento de as firmar mais e mais.Tambem, Senhora, Vossa Magestade já dispõe daquelle immenso poder de eterna dura, que emana da gratidão dos povos, que se escora no acatamento e veneração delles, e que é por isso, indestructivel.Assim tambem é que Vossa Magestade, tendo penhorado a fidelidade de seus subditos, reina com toda, a segurança, e com a satisfação de ver que Sua Magestade ElRei, cujo efficacissimo empenho pela manutenção do governo representativo, e por quanto possa concorrer para a prosperidade do paiz, ninguem deixa de reconhecer. É sem a minima discrepancia respeitado e venerado como Rei verdadeiramente portuguez.«Tão poderosos motivos, Senhora, e a solemnidade do dia, é que dictam a sincera solicitação que a camara dos deputados respeitosamente envia a Vossa Magestade, rogando-lhe se digne de acceita-la como um testemunho de sua cordeal dedicação a Vossa Ma-

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