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ílaram o que poderam; agora mesmo me dizem ainda outra circumstancia, que os guerrilhas temem o Sr, I7ontoura , que até dizem : —agora é que se pôde fazer alguma cousa, porque não está cá o diabo/ do Fontoura —, 'e dizem isto, porque no seu tempo é que os principaes caudilhos foram apanhados. Torno a repetir, se algum Sr. Deputado me-apre-•sentar outro militar que esteja nestas circumstan-cias, eu/de muito bom grado recuso o pedido do Governo: no entretanto louvo o zelo que os Srs. Deputados téem, e dou-lhes razão em pedirem éscla-•recirríentos do facto, é justo; mas, Sr. Presidente, negar a uma malfadada Província, que está com «ma guerra ha cinco ánríos , como todos sabem , o que lá tem andado, negar esta licença, não digo que seja uma grande responsabilidade para os Srs. Deputados que assim votam, porque nós somos irresponsáveis pelas nossas opiniões (apoiados), e se eu o não fosse não levantava a mtnííNjumilde voz, porque( não rne atrevia a encarar uma responsabilidade legal, e diria, aos meus constituintes, agradeço as vossas provas de confiança, mas recuso os vossos votosj porque não posso ser responsável pelas mi-.nhas opiniões. A lei allivia disso aos Deputados, e se a lei no-la não marca, ninguém então a pôde invocar aqui. Mas, Sr. Presidente, eu como Deputado da-qwella Província lamento os males porque ella ha de passar,-se. ii Camará recusar este voto ao Sr. Fontoura, que é mais preciso alli cem vezes do que na Camará , eu quizera que elle me não levasse isto a -•mal. O serviço que elle pôde alli fazer não .sei .que possa ser feito por outro militar. Não é pela falta de militares mui dignos; maa pela falta destas cir-cumstancias particulares, e então, S.r. Presidente, como Deputado do Algarve não posso deixar de votar pelo pedido do Sr. Ministro da Guerra, e como desejo que este objecto seja conhecido de toda a Nação, e muito principalmente de meus constituintes, a quem de rnais perto elle toca ; bem como quo possamos incorrer na responsabilidade moral pelos votos que aqui expressarmos, peço a V. Ex.a que quando se proceder á votação seja ella nominal (apoiados.) -

O Sr. Garrett: ~— Sr. Presidente, a questão constitucional/está plena e perfeitamente elucidada pelos Oradores que me precederam: é claro a todas às lu-, zes ser absolutamente constitucional o pedir o Governo a dispensa da Constituição no caso quê se trata, assim como e' perfeitamente constitucional considerar a Camará se deve daNa, ou não. A questão é unicamente política, e sincera e candidamente tra- . •táda,'póde ser redusida ao seu estado natural esim-ples, considerando cada um dos que tem de votar, se o Ministério lhe dá ou não garantias bastantes para o auclorisar com um voto da maior e roais alta confiança que o Parlamento pode dar, o de dispensar em seu favor a Constituição do Estado.

Posta assim a questão, e' a posição da direita .e da esquerda da Camará simplíssima e facillissima; pois 'se a esquerda reputa garantias sufncíentés no Ministério, não ha nada raais natural do que entender a direita que as não tem : e por isso .perfeitamente justo e parlamentar, apparecerem duvidas e receios d'uma parte^quando tanta confiança, certesa eern-penho havia dá outra. Quanto mais fácil porém e a •posição ;dos dous lados:da Camará, tanto mais dif-ticil é a.do centro: não estando ligado por compro-

misso algum , e havendo todavia de.votar com um, ou com outro lado, por este ou aqúelle Ministério, .que, qualquer que fosse a sua origem, sustentasse os princípios advogados pelo centro, é a sua posição tão definida, tão certa, e tão constante e inaltera-yel\nas questões de princípios, como diíficil e indeterminada nas que nâo,pertencerem á princípios; ainda que nestas mesmas determinada a respeito de um Ministério, cujos princípios de governança fossem plenamente conhecidos, e os Ministros vinculados a esses princípios por seus discursos eactos ministeriaes.

Infelizmente a questão que agora occupa aCarna-ra veio' (para o. centro) acompanhada de um ana-chorismo, pois não foi precedida de uma questão de princípios; é por isso que o centro não tem ainda uma escala fixa, um documento parlamentar por o qual avalie o grau de confiança que deve ter no Ministério como taí.

Sr. Presidente, eu não quero dizer com isto que o actual Ministério houvera primeiramente devido trazer essa questão de princípios, pois não tinha pá-rã isso obrigação alguma; porém é para lamentar que antes disso o não tenha feito,.

Eu^into, Sr. Presidente, qne a Constituição, que muito respeito aliás, e a que obedeço sem com tudo a approvar, chamasse ao Parlamento uraa/ques-^•ã"õ~-Tão pessoal, tão desagradável e tão difficil como esta é: em minha opinião pôde o Governo nomear para os empregos quem lhe .parecer, comtarito que ise algum Deputado fosse nomeado eacceitasse, perdesse o seu assento na Camará, e se sujeitasse a no-vá eleição. Mas já que outias são as nossas formas conslitucionaes, e vem aqui por isso esta questão, em que tanto e tão inutilmente'se tem excitado os ânimos, não resta aos meus ajnigos do centro, nem amim algum meio de sahir desta incerteza. Ha,, Sr, Presidente,"uma questão máxima, única e de maior trancendencia , questão que deveria fixar a nossa posição na Carnara, e a respeito do Ministério; e esta questão e a do censo: porem seria-indecente q.ue nós interpellassemos o Ministério sobro tal questão, e quando mesmo o fizéssemos não podiamos esperar que nos respondesse........ por isso resta-nos somente consultar, cada um de nós as nossas consciências, as nossas esperanças ou receios havidos extra-parlamentarmente, as informações adquiridas ele. para por estes dados regularmos a nossa votação.

Quanto a mi m, Sr. Presidente, posto que faça o .melhor conceito de cada um dos Srs. Ministros, como homens e como cavalleiros, e não posso por isso deixar de os estimar e considerar; pore'm como, segundo se acaba de expor por vários Oradores'de ambos os lados da Camará, não está ainda fixa e determinada a sua marcha governativa, nem" conhecidas suas affinidades políticas, vejo-me obrigado a negar aquélle voto de confiança, o maior e mais alto que em minha opinião pode dar-sè a algum Ministério. ,