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lavamos, senão em aberta desinlellígencia com aqúel-la .corte,'.ao menos em grande desabrimento : as disposições eram desagradáveis, ciúmes, e talvez receios se haviam levantado cá, e lá; e longe estavam de app!acar-se os ódios, que tinham sj.do effeito da separação violenta dos dqus paizcs. Os Portuguezes europeo/s eram maltratados era quasi to^Jas as terras do Império ; e elles em quanto podiam não deixavam serh represália .os insultos recebidos. Eram' irmãos mal avindos na repartição' da herança paterna ; e pò.r Isso tornados furiosos inimigos-. • , .

Ainda havia pouco tempo que novos motivos de desconfiança t mimar exacerbado contraTortuguezes os anjrnòs dos Brasileiros; e convinha muito pôr termo a um estado de repugnâncias que podiam-ter funestos resultados. Q Si. Joaquim António de Ma-gajtíães, era conhecido na Corte do Brasil., aonde' estivera cpm-urna missão patriótica em 1828. No .MinVsLerio.se acjvavam amigos seus, que foram seus 'condiscípulos, ç'qmé se correspondiam com elle ; e .alguerji l"he, assegura vá , que se eile fosse alli mandado trazia ab^ns lermos o negocio dos dons paizes . ,a contento .de ambos. Bei» sê sabe qual seja onpsso^ interesse 'eth -conf&rvar boa paz ç harmonia •com o Império do Brasjl : basta ler,abrar-nos que ha .aUi .50 .m i l PoTluguezes, e que é aquelle o paiz com .quem mais utilmente podemos cornmerciar. Eis-aqui .porque o Sr. .Magalhães foi escolhido, ainda deixan- • cio de fazer menção de seus conhecidos talentos, e ..grande interessa pela sua pátria. Os serviços do no-, ^bre Deputado foram grandes : tudo quanto dependeu de-lle como Diplomático foi feito com grande acerto ? e dignidade; nem isto pôde ser contestado, .porque'é de toda a notoriedade. Eis-aqui pois justir (içado também este precedente, cujas circuinstancias ,sao, como no caso- do Sr. Saldanha, diversas das que actualmente se .apresentam a respeito da .Com-missão do Sr. Fontoura. ^— Pelo. -que temos ouvido .o Ministério .não apresenta motivos que façam urgente a sahida do nobre Deputado : se alguns tivesse,, que devesse conservar em resguardo, não duvidaria de os apresentar em Sessão secreta; porque eu creio que o Ministério não duvida 4a honra, e .probidade dos Membros d.e todos os lados da Gamara. JSâo ha pois outras causas, além das expostas: essas já.eii .mostrei a rã?ao porque as não acho pondero-' .sãs., e taes que possam auctorisar-.nos para a concessão dç que se trata; na proposta do Ministério:' £m consequência do que'me vejo, com muito senti-rrjerUQ , obrigado a votar contra ella.

O S.r. Presidente do Concelho de Ministros:-**-Vou responder ,a alguns dos mais. illustres Oradores de$,t'a Camaça , e debajxp daquélla desvantagem qite acompanha sempre; -quem responde no dia seguinte aq$ a,rg-u«í«ntos do ;dia antecedente : entre-, tanto íentairei d-estruir ò effeito, que possam ter :pro-çluzicU) s^as razoes.-Começarei respondendo ao meu pobre amigo, .o Sr. Seab:'^ j para lhe dar uma explicação,;!,e mesmo para a pedir a S. S.a Eu appello o. testemunho de'toda esta Cs mura-"^ 'e se hou*, vjm Sr. Deputqdo .ráa.is, que pense como o Sr; bí»-.? .» respeito dá ae-cepçiâo èrn que eu pmpre-

Í a palavra cavalhçw.o, dou-nie por convencido:

€ ai preguei a palavra cavalheiro na accepçaò mo-fts acções^ Eu não sou tão erudito coúia o Sr. ,, mas tenho bastante escola do r.õu!a,tio pára não comiiietler a insensatez de recorrer a argumen-

tos tão frágeis e banaes: por consequência o Sr. Seabra dirigiu-me um arguemento ad odium ^ que rejeito. •

Disse S. S.a que , n.o*nieu discurso, descobrira eu o me;u flanco; é possível, mas se assim foi não vi que^S. S.a manobra&se de sorte que rne envolvesse.

Depois disto eu m pré-tne reconhecer a amisade, o favor, e a generosidade com qvie .-o Sr.'Seabra em .muitas occasiões, mas particuíarníente «'uma das mais arri&cadas da minha vida, me deffendèu ^ não direi como cavalheiro somente, mas como um -ath-leUu-^—O 'iiieu reconlieciinento por essa devoção , nunca lhe tem faltado". ,

.Continuou o.illustre Orador, dizendo que não podia appreciar os motivos do.Governo para pedir 05 serviços do Sr. Fontoura na guerra do Argarve. O Governo disse aquillo que entendeu dever dizer,. e era que o Sr.'Fontoura era ali i necessário para o bem do Estado : se esta palavra sacramental não co«. brir os Ministros, acabou com ella a sua responsabilidade; negado o Sr. Fontoura, o Governo d'hoje em diante não tem. responsabilidade alguma pelo que alli acontecer; lança-se por terra todo o artifi-cioido Governo Representativo, que se funda prin--cipalmente na responsabilidade dos Ministros. 'O Governo allegou para o Sr. Fontoura o conheci-.mento que el!e tem da serra do Algarve, e a estimação dos seus habitantes e soldados : isto tem sido dito por todos aquelles Sís. Deputados que deffen-dérrr o -pedido do Governo, e se isto não basta, então não sei ó que será'necessario. O Governo po-

• dia ler outros motivos; mas, o Governo te«i direito de não revelar aquillo que não deve; os Srs. Deputados ,podera , talvez , succeder á administração ,, e no gabinete encontrarão sobejos, para justificar o Ministério. A

O illustre Deputado disse também (e admiro-mfe que sendo tão vastos os seus talentos ^ e conhecimentos, se quizesse esquecer do que muito bem sabe) disse , que em França , e Inglaterra , os Deputados não acceitavam com missões do Governo : pelo con- -trario, em França, e Inglaterra, sahem constante-mente das Camarás para qualquer serviço que oGo-

• verno lhes quer dar. (O Sr. Seabra : — Mas perdem .alugar.) Perder o lugar é.cousa differente ; e ainda não se trata se o Sr. Deputado ha de perder o seii lugar, ou não. A Constituição não o exige.