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SESSÃO DE 21 DE MAIO DE 1888 1645

do navio for avaliada em pés cubicos, a tonelada de arqueação em 100 pés cubicos; se em metros cubicos, em 2,83 metros cubicos.

Assim nasceu a grande tonelada official ingleza de 100 pés cubicos, dupla da antiga tonelada, adoptada para as mercadorias de importação; assim o divisor, 2,83(tm) da capacidade real obtida pelo systema Moorsom, quando tal capacidade for expressa em metros cubicos.

D'esta resumida historia concluem-se facilmente as rasões que a vossa commissão teve para, de accordo com o governo, fazer desapparecer da proposta tudo o que se referia ao nosso actual systema de arqueamento, do qual nenhuma rasão theorica nem vantagem pratica aconselhava a conservação; assim como o que a levou a adoptar no projecto, que vem submetter á vossa approvação, o divisor 2,83, acceito hoje pelas duas nações com que mantemos maior trato commercial maritimo. De resto este divisor não se afasta muito do que real e rigorosamente era a nossa unidade de arqueação.

A commissão portugueza nomeada por decreto de 9 de dezembro de 1873, com o fim de propor um methodo de medição dos navios mais exacto e perfeito do que o até então em vigor, procurou determinar a relação entre o volume real dos navios e o dos parallelipipedos a elles circumscriptos, e chegou
em resultado dos seus trabalhos a concluir se r= Vn = 0,676 =
1 Vp
1,479 relação muito superior á determinada por Legendre
1 1
(0,446 = 3,242) e mais proxima da de 0,75 = 1.3333 calculada por Vosin Bey, antigo director dos trabalhos do canal de Suez, em uma nota que apresentou á commissão encarregada de dar parecer sob o modo de percepção dos direitos de transito no mesmo canal. Adoptando a media entre as duas relações, a achada pela
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nossa commissão de 1873, e a de Vosin Bey, isto é, 0,716 = 1,396 e decompondo a nossa formula de arqueamento C.P.L./3,24 qual é igual á relação entre o volume real do navio e a unidade ficticia de tonelagem. Teremos

C.P.L./3,94 = C.P.L. x 1/X =3,24/1,996 =2M3,32

d'onde C.P.L./3,24 = Vn/2,32

Logo admittindo, entre o volume do parallelipipedo circumscripto e a capacidade real do navio, uma relação mais approximada da verdade para a forma actual dos navios do que a dada pelo coefficiente da formula nivõse, a nossa tonelada de arqueação fica differindo apenas da tonelada ingleza e, franceza, que no projecto se propõe, 0m3,510.

Mas, para se ver quanto, apesar de tudo, era inexacto o nosso methodo de arqueamento, basta olhar para o quadro seguinte.

MAPPA A
[ Ver tabela na imagem ]

Dos trinta vapores indicador, nos, dezoito com velocidade maior do que 10 milhas, a tonelagem da nossa alfandega é superior á tonelagem bruta de Moorsom, com raras excepções, cujas causas serão naturalmente analogas ás que adiante apontamos; nos doze com velocidade inferior a 10 milhas, a primeira d'aquellas tonelagens é inferior, á segunda.

Facil é de explicar isto. Os navios de maior velocidade,
tendo as linhas de agua relativamente mais finas, a relação R, entre o volume do parallelipipedo envolvente e o da capacidade do navio, é menor do que a media d'esta relação, portanto deveria ser maior o denominador do coefficiente, ou a relação l : R; denominador que é um dos factores do producto, de que o outro é a unidade ficticia de tonelagem, porque ha a dividir o volume real do navio,

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