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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

converteram-as em recurso financeiro; de sorte que muitas vezes ficam sendo verdadeiras graças.

Citando taes factos, creio ter provado que o communismo existe dentro do nosso estado com manifestações de injustiça e de immoralidade.

Principiemos por ser justos; só depois teremos direito de usar da força para reprimir qualquer excesso d'aquelles que atacarem a justiça e a liberdade.

O desejo que a camara tem de ouvir o sr. Barjona de Freitas, e a necessidade de concluir esta discussão (que tem sido larga, mas cuja largueza foi necessaria), obriga-me a não entrar em outras considerações, e mesmo a não mandar para a mesa uma proposta que podia complicar o debate.

Eu vou ler a proposta, declarando comtudo que não a mando agora para a mesa, e me reservo para a apresentar quando se tratar da interpellação ácerca da estrada da Covilhã.

A moção diz o seguinte:

«A camara, attendendo a que os documentos ácerca da estrada da Guarda a Castello Branco, mostram que o actual ministerio pretendeu influir de modo criminoso na eleição da Covilhã, e com o intuito de obter votos apressou o começo das obras n'aquella cidade, decreta (em conformidade com os artigos 37.° e 103.° da carta, constitucional), que tem logar a accusação dos ministros.»

Hei de manda la para a mesa, se ainda na segunda feira for tempo de, se discutir esta questão.

E leio-a agora unicamente para indicar a rasão de ter ha dias proposto como questão previa a da Covilhã; entendendo eu que ha fortes rasões para accusar, o governo, devia propor que a tratassemos antes de votarmos a resposta ao discurso da corôa.

Resumindo, digo que, na minha opinião, o governo não cumpria, o seu dever, mas não sei que procedesse de modo que mostrasse vontade deliberada de calcar, as leis, e portanto devemos absolve-lo do erro que praticou. (Vozes: — Muito bem.) Não sou communista, nem socialista; comprehendo comtudo a differença que ha entre o communismo e o socialismo, e o que, ha entre o socialismo moderno e o socialismo passado. Que julgando grave a questão social, e conhecendo a necessidade de diffundir, boas doutrinas, sou por isso mesmo, favoravel á livre discussão, e contrario ao systema preventivo, que-tantas vezes tolhe o bem e fomenta o mal (apoiados).

Vozes: - Muito bem, muito bem.

(O orador foi comprimentado por muitos srs. deputados.)