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pé) "Não era agoa-pé; quer V. Ex.a saber o que era J Era muito bom; e o illustre Deputado, que creio não estudou ainda Economia Política, nâ:o sabe que o preço está na razão .da offerta e da procura ; era tanto naquelle anno que ninguém o queria. O vinho do Douro apesar de bom e fino quando e muito,, .lambem e barato, quando tem pouca saída também e barato; e se o vinho ser bom e' motivo sufficiente para ser caro, para que p^dem favores para os vinhos dó Alto Douro (O Sr. Moraes Soares:—* Não. se querem favores)? róis o que são os cento e cin-coenla contos que se concedem á Companhia, 'não são um favor? Eu queria apresentar aqui uma idéa a este respeito e estimaria muito que me escutassem os illustre? Deputados, que tanto pugnam pelos vi. r\ho.s do Alto Douro; a miu-ha idéa é a seguinte. D^o-se á Companhia cento e cincoenta con|ps para comprar vinho do'Douro; a Companhia compra e não dá contas nenhumas. Ora, eu queria que se dessem os cento e cincoenta contos á Companhia, mas para que7 Para ella comprar ceplo e cincoenta contos de vinho do Alto Douro, e tPansporta-los para portos onde não costuma ir (Boiados): ainda que perdesse nos primeiros tempos; porque supponhamos que no primeiro anno perdia metade dos cento e cincoenta contos, rio anno seguinte recebia outros cento e cincoenta contos, que juntos á outra metade do anno anterior já corn essa soturna se fazia a exportação de uma grande quantidade de vinho, e desta maneira levava-se o vinho do Alto Douro a portos, .onde não costuma ir, como, por exemplo, os da. Rússia ; introduzia-se" nesses mercados o gosto pelo vinho do Porto, e estou persuadido que se conseguiriam -grandíssimos resultados; mas dar cento e cineoenta contos á Companhia para ella comprar o vinho que .lhe parece e ficar com os lucros, isso é que eu não intendo.

O Sr. Barjona :—Eu proponho que se vote — se ha de ou não nomear-se u;na Commissão —e uma vez que a Camará decida que a Commissão se nomeie, como intendo que decidirá, que ella seja nomeada pela Mesa, como b tem sido nas Legislaturas passadas. O mais que ha a dizer, fique para outra occasião; hão consumamos mais tempo com isto, porque apenas se tracta de nomear se ou não uma Commisjâo: portanto como não fallei sobre a matéria, parece-me que tenho direito a pedir que a matéria se julgue discutida.

O Sr. Presidente: — Não posso por esse Requerimento á votação depois da ultima resolução da Camará. (Apoiados). •

O Sr. Moraes Soares (Sobre à ordem) : — Sr. Presidente, eu intendd que não se perde o tempo quando se tracta desta questão. .... (O Sr. Presidente: -—.Mas o Sr. Deputado pedin a palavra sobre a ordem) Sim, Senhor, e quero fazer uma Moção. Eu peço a V. Ex.a que proponha á Camará, se consente que se dê toda a latitude a esta discussão, pôr isso -mesmo qne tendo-se apresentado da parte de alguns Srs. Deputados as idéas oti os pensamentos que elles intendem que são os convenientes, para resolver a questão, eu julgo que estão no seu direito todos os outros Srs. Deputados, que quizerem também manifestar quaes são as suas opiniões, porque n'uma matéria de tanta importância, como festa, são poucos todos os esclarecimentos. E visto que a matéria veiu á Camará, eu intendo que a Camará deve dar-lhe

ioda a attenção e pennittir que a respeito delia se" estabeleça uma discussão, ou pelo menos uma conversação parlamentar como se usa em outros paizes, porque a matéria e de summa importância.
O Sr. Leçnel Tavares: — Sr. Presidente, o illustre Deputado que acaba de fallar, pediu que se desse toda a latitude para se fallar nesta questão, visto a irnpor-ta.acia delia, e visto o muito que ha a dizer; mas qual e' a questão 1 A questão e' por ventara a agricultura e commercio dos vinhos do Alto Douro? Isto não é questão para ninguém..... (C/mi vo% : -—A, Questão e' o que disse o Sr. Ferrer). O Sr. Ferrer o que disse foi, que todos os annos se falia no Parlamento em vinho do Do.uro, e a final nada se tem remediado, e o Sr. Ferrer disse a verdade. Repito: a importância dos vinhos do Dou.ro e dos vinhos de Portugal não e' questão para ninguém ; a questão é o que se deve fazer a esse respeito ; mas pôde agora tractar-se disso ? Ha por ventura algum thema, algum texto para discussão ? Havemos de estar aqui (permitta-se-me esta"expressão vulgar) e dizer cada um o que lhe vem á cabeça sobre uma matéria sem texto^para discussão? Não á possível; assim não se pôde chegar a uma corteiusãó. A única cousa que se pode fazer, e' ver, se se estebelece um caminho pôr onde possa vir á Camará um texto para discutir; e qual é o caminho para isto? A nomeação de uma Commissão? Convenho; mas perdoe-me o Sr. Maia, o seu Requerimeato não conduz a cou-a nenhuma, nem a thema para a discussão, nem a nada ; isto não é faltar ao respeito devido, a,o Sr. Maia, e' fallar sobre a sua Proposta, e parece-me que o único modo de chegar a algum resultado é este que eu proponho na seguinte
PROPOSTA.—Que seja nomeada pelas Secções uma Commissão Especial, que tome conhecimento de todas as Representações e mais objectos relativos a melhorar a cultura e commercio dos vinhos, e que exponha á Camará o que intender. —- Leonel Tavares. (Continuando) Nomeie-se a Commissão; a Com-, missão trabalhará e fará alguma Proposta á Camará. Agora dar latitude a esta questão, não >me parece útil; a questão ou não o e para ninguém, ou e' quês-. tão para que ninguém está preparado agora ; dir-se-hão aqu.i cousas muito boas ; mas no firn ad quid perditio hcec ?
Foi admittida a Proposta do Sr. Leonel, e ficou também em discussão [