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mesmo; por tanto veja S. Ex.a como "deve avaliar o silencio dos Srs. Deputados: não sou ocioso, se fallo neste objecto, porque elle é de importância. Tenho acabado a minha Interpellação.

Tenho outra muito importante, que é a da Convenção Sanitária; e já disse que desejava-que se achasse presente também o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros; e por isso pedia que algum dos Srs. Ministros quizcsse ter a .bondade de communi-car-Ihe, que eu desejo fallar sobre esse objecto, e mais que tudo sobre queixas que se me tern dirigido; mas a Camará está cançada, e ficará para "outra occasião. ^ '

O Sr. Ministro do Reino: — Sr. Presidente, eu faço justiça, ainda que seja difficil ao illustre Deputado acreditar-me; mas faço justiça á pureza dos seus sentimentos, e ao zelo com que tracta os negócios públicos, e especialmente aquelles que respeitam á segnrança de pessoas e propriedade. Não posso, deixar de lhe fazer essa justiça; ainda que eu não mereço ao illustretDeputado a mesma consideração; mas talvez um dia lhe venha a merecer depois da morte um epitáfio honroso, escripto pelo illustre Deputado, que consolará as minhas cinzas -(Riso.).

Eu não digo, que não corre moeda falsa em Coimbra : consta que existe uma fabrica de moeda falsa, mas não existe em Coimbra; não posso dizer a localidade; ha d'às minutos, que me foi communi-cada, mas não posso dizer onde existe. Que levasse a Coimbra uma porção^de moeda falsa um ou outro homem, e natural': e natural porque a moeda falsa costuma de ordinário correr a grandes grupos onde ha mais transacções, mais compras, e mais vendas: onde também concorre a gente dos campos, menos esperta e mais capaz de ser enganada ; e ate porque, pela rnaior quantidade do numerário, se não faz tanta observação sobre o dinheiro, como geralmente acontece nas pequenas transacções das aldeãs,"onde a pessoa que recebe, é gente desconfiada, e pre'sa muito uma pequena mçeda, para deixar de examinar se ella e verdadeira. Este dinheiro falso apparece mais conimummente nos pagamentos que se fazem em cartuxos, porque ahi e muito mais fácil passar-se, e as queixas que" se apresentam da apparição da moe-" da falsa, vem quasi sempre dos grandes grupos da população. Aqui está a razão porque o illustre Deputado a recebeu em Coimbra, e onde a receberia muita mais gente. Mas o illustre Deputado vê bem, que isto não significa que seja alli que ella se fabrica... f O Sr. Barjona:— Mas ern Lisboa não acontece assim). É verdade que eu não sou nisso muito intendido, mas se. fizesse a resenha, no fim do mez, do dinheiro falso que recebo .. efn fim não estou para me accusar a mim mesmo, mas isto não seria accusação, porque eu lenho visto, e c iljustre Deputado que esteve ern Inglaterra muito tempo, sabe que e tanta â moeda falsa naquelle Paiz, que não ha um indivíduo só que lhe receba um Soberano sem o tocar; c sabe 'que alguns dos nossos Portu-guezes, quando alguém lhe batia a moeda, suppimha

que .tinha nisso soffrido uãia desfeita. Ora se islo acontece em Inglaterra, n'um Paiz de tanta transacção, tão eminentemente commercial, e onde o Governo tem adoptado tanta rnedjda para evitar que ella appareça, não será muito para admirar que entre nós appareça m também algumas moedas falsas.
Agora o que eu digo ao illustre Deputado, e' queç me parece conveniente que nos não alarguemos muito, nem topográfica nem pessoalmente acerca deste negocio.
Pelo que toca á Convenção Sanitária, eu me encarrego de prevenir o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros do desejo do illustr© Deputado. Neste negocio eu podia dizer alguma consa, mas o ilkistre Deputado reconheceu a necessidade e conveniência de estar presente o meu Collega dos Negócios Estrangeiros, e por.isso não quero ir contra os desejos de S. Ex.a; no entretanto sempre direi ao illustre Deputado, que eusnesmo lhe podia mostrar por documentos, que o Governo se não descuidou de todas aquellas cautellas e prevenções com que nos parece pôde ser ratificada a Convenção que se fez, para bem não só da saúde publica, mas digamos mesmo, para decoro do Governo. Esse objecto ainda não pôde ser tractado em toda a sua extensão, porque realmente existem ainda questões pendentes, sem as qiíaes decididas, não pôde ter logar a ratificação da Convenção Sanitária. De modo que receio que ainda por agora tanto o illustre Deputado, como a Camará, não fique cabalmente satisfeita a respeito do estado desta negociação, porque ainda não chegou ao seu termo, e por isso como o illustre Deputado e a Camará sabe, não e*possivel revelar tudo; mas creio que para satisfazer aos escrúpulos do illust-re Deputado, já bastante se poderá dizer.
O Sr. Barjona : —- E u já disse n'outra occasião que desejava falíar nesta matéria, apesar de se ter dicto que o negocio ainda não estava acabado; mas todo o mundo sabe que deve haver prudência, quando se dá uma resposta destas. Mas permitta-me S. Ex.11 que lhe diga que- esta Convenção Sanitária e' suí generis, c permitta-me mais que lhe diga, que logo que ácêrcax dei Ia se estabelecem algumas appreben-sões, parece-me que a Política manda: que se tracte de tirar essas mesmas apprehensões. Aqui está a razão porque desejo fazer a minha Interpellação.
O Sr. Presidente: ^ A ordem do dia para a primeira Sessão, que e sexta-feira, e na primeira parte a continuação da discussão*da questão previa proposta pelo Sr. Deputado Ávila; em segundo logar, o Projecto N." 89 que auctorisa o Governo a proceder á cobrança dos impostos e a applicar o seu pro-ducto' ás despezas do Estado : havendo tempo entrará em discussão.o Projecto das Sete Casas, e na ultima hora Interpellações. Está levantada a Sessão. — Eram cinco horas da.t arde.
O REDACTOR,