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vo-n lionra de lá servir, e conhecendo quanto esses esclarecimentos eram necessários já os tinha pedido a locias as Auctoridades Ecclesiasticas, e ef-fectivamenle eíles vieram, e os mandei paraaCorn-rnissão Ecclesiastica desse tempo; ha aqui um Sr. Deputado que etitào era Membro dessa Comnussào, o qual pôde confirmal-o. E' isto o que tenho a di-yer em observação ao que e.\po/ o Sr. Mmistin.

O Sr. Fcrrer : —O Sr. Deputado Albeito Carlos diz que nào c pola Lei de £0 d'Abnl, mas pela do Orçamento que S. E\.a pode defenr: Sr. Presidente ou seja poi unia, ou por outra não melhora a causa do Sr. Ministro. Este ou hade dèfenr a todas ou a nenhuma: o contiano c justiça, ou injustiça l A Camará ajuisará. ( f'o*e*. —(Jrdcnt doÍJia, Ordem do Dia.)

O Sr.Presidente : —Patsarno, á Ordem do Dia, que e o Projecto n.° 73 sobre a Corgiua dos Parochos.

Ordem do Dia. — Discussão Especial do Projecto n.° 78 (do CongTfiSo Constituinte ) sobre o modo de occorrcr á Côngrua sustentação dos Parodias.

Ait. 1.° •"> bm todas as Parochias do Continente do Reino, será aibilrada aos Parodias, e rto=, seus Coadjutores onde os houver, unia Côngrua para a sua decente sustentação, ale a quantia de seiscentos mil reis. v

O Sr. José Maria Grande : — Sr. Presidente, esta discussão seiá mais plácida, e productiva, do que algumas das piecedenles. Digo eu, que os Deputados toem ligoioza obiigação de sei breses neste de-batej .poique se o não foiem , até coircm risco de morrerá pina iningoa os funccionaiios, a quem especialmente inteiessa. Em todos os lempos,, e em toda? as Nações se prestou sempre aos Ministros do Culto grande consideração, e respeito, porque em-1odos os tempos foram reputados os preceitos de Religião , como o supplemento á imperfeição de todos os Códigos; e -os seus Ministios como os Conselheiros naturucs do povo, os árbitros nas suas desavenças domesticas, e os mantenedores dessas tradições Santas, e desses costumes veneráveis, que consti-toem em grande parte a nacionalidade d -s povos, que aneigam no espirito publico a individualidade, e a independência das Nações, e que arfiançam a moralidade das mansas, seui a qual não ha Sociedade possível. Continuo, dizendo, que se em todos os tempos se tem lido em gi anele consideração o bem ser, e a independência dos Paiothos, nos nossos dias, e na nossa situação, merece corn tudo este objecto uma especial attençào, por isso-que «-.rn toda a parte Javra uma desmoralisação espantosa , que controverte todos os princípios, e todos o= de\m's, um scepticismo político, e religioso, que ameaça de subversão todas as cienças, uma tendência deplorável a sacudir o jugo de ioda a auctoridade, que pòe em risco as mais valiosas garantias sócias, e finalmente uma prostituição da .Religião do Juramento que torna incertas as provas contra o cri me, contestáveis muitos direitos, e impossível (bastas vezes) a acção da Justiça.

- Destes princípios se depiehende, que nada e' cei-tamente tão urgente, como o prover d'um modo eí-iicaz á sustentação dos Parochos. Estes Funccioria-rios públicos (porque se não pódeclcixar dedar-lhes este nome, visto, que são Minislios da Religião cio Estado, e Empregados da nomeação do Governo) deviam evidentemente ser pagos pelo Thesoiiro ; ma

como isto não e por ora muito possível, e está de-terminado, que o devem ser pelos povos, é mister que ao menos a lei fixe muito determinadamente o modo, porque as Côngruas hão de ser estabelecidas. Havia no Decreto de 5 de Março de 1838, uma grande lacuna, ou imperfeição que deu logara rixas muito desagradáveis: esta lacuna consistia em se estabelecer o máximo, e não o mínimo nas Côngruas, mas como isto vem agora remediado no § único do Artigo 1.° da Substituição do Sr. Dei ramado, eu approvo o §, porque melhora a sorte dos Parochos, que eu dezejo ver bem remuneiados , e satisfeitos; porque tenho o seu Ministério por muito augusto, e a sua missão por muito respeitável. Assim elles estivessem todos convencidos da Santidade d'ella ! Assim elles fossem todos tão instruídos + e tão virtuo-zos, como cumpre aos interesses da Religião, e do Estado!! Os Deputados nào se deviam esquecer, de que o povo Portuguez ama a Religião de seus maiores, porque as mais bellas recordações da sua historia , ee acham identificadas com o espirito Religioso das epochas viris da sua gloria. Não é só dos Ccislellos, mas lambem dos Mosteiros, que depois, se tornaiam cortiços de zangãos, que sahiam os nossos valentes para o campo das batalhas. Na Azia , e na AHca me Mn o foi a Religião abraçada com a Liberdade, com a antiga Liberdade, e independência Portugueza, que nos tornou celebres na Europa. E mesmo nos no-sos dias não foi a Religião a p ar da Libeidade, quem fez milagres de valor, e patriotismo na Grécia 1. E não teve quasi esmagado o autocracismo dos Czars l E na Bélgica não sabia á pouco o povo dos Templos para ir ganhar no campo da honra a sua Liberdade, e a sua Independência? A^ Religião é uma grande alavanca , que a Política não deve menos pezar; e os seus Ministros são entidades muito importantes, que é necessário.atten-dei devidamente.

Concluo, declarando, que como desejo, que os meus constituintes, a quem sou responsável (como á Nação toda) pelas minhas opiniões», saibam, quaes cilas foram nesta questão importante, vou mandar ojneu discurso ao Stenographo do Diário, do Governo, paia que lhe dê publicidade, dando deste modo novo motivo de censura a um Sr. Deputado , que já a este respeito me censurou neste Parlamento, mosfrando-lhe assim, que despresara a sua censura, como desptezei outras arguições, que nessa mesma occasião me dirigira, e ás-quaes não quiz então responder, porque assentei, que devia sã-criticar até o meu amor próprio ao decoio desta Casa , e á dignidade da minha missão.