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APPENDICE Á SESSÃO DE 6 DE AGOSTO DE 1890 1744-C

vincia. Assim se aperfeiçoará um trabalho, que pelo que d'elle tenho noticia, faz honra ao sr. Julio de Vilhena.

Por ultimo chamo a attenção do sr. ministro da marinha para as circumstancias desagradaveis em que se acham alguns soldados europeus, reformados, que roendo febres no palmar para os lados do Campal, estavam á espera de transporto do estado para regressarem á Europa! Emquanto que qualquer empregado, a pretexto de doença, vem á metropole tratar dos seus negocios, é triste ver que aquelles desgraçados não obtém uma passagem que os livre da miseria e do clima.

Eu pediria ao sr. ministro da marinha que auctorisasse o governador a dar passagem áquelles homens e suas consortes, em terceira classe. As condições em que aquella gente lá está, alem de serem contra a dignidade individual, são tambem contra o decoro da nação.

Tambem peço ao sr. ministro da marinha, e é este um ponto que requer desde já a sua attenção, que eleve aos soldados europeus que lá estão, os seus prets.

É condição indispensavel n'uma colonia conservar o nivel moral e o prestigio dos individuos que representam a metropole; o seu desprestigio e degradação não fazem mais do que rebaixar o paiz. (Apoiados.}

Não quero para as nossas colonias todos os processos inglezes, mas n'esta parte estimaria que procedessemos um pouco á ingleza. (Apoiados.)

São poucos os soldados europeus que estão na India, creio que uns trinta de pret, e têem mais do que os soldados nativos, apenas um anno ou 25 réis.

É uma miseria para as condições do europeu n'aquelle clima.

Eu pedia ao sr. ministro da marinha que lhe augmentasse pelo menos três ou quatro annás.

A alimentação do soldado europeu na India, não deve, nem póde ser a mesma que a do soldado nativo, sob pena de soffrer um grande prejuizo na sua saude, e alem d'isso as condições de inferioridade social em que elle fica collocado não acredita um paiz, que toma sobre si a missão civilisara em paizes estranhos.

Por este conjuncto de medidas, que apenas deixo esboçadas, nós mostrariamos, sr. presidente, se as adoptasse-mos, que tinhamos pensado um pouco n'aquelle provincia, que infelizmente jaz n'um grande abandono, e o sr. ministro da marinha realisaria assim uma obra meritória, que tornaria o seu nome querido e estimado n'aquellas longinquas terras tão portuguezas pelo coração.

Se não queremos considerar aquella possessão como alguma das melhores provincias da Africa, isto é, como uma colonia productiva, - o que não seria assim, se soubermos aproveitar os seus recursos,- consideremol-a, pelo menos, como uma antiga jóia da corôa portugueza.

Já que o sr. ministro da instrucção publica, a quem me dirijo n'este momento, tomou a peito o encargo de salvar as joias e reliquias da mãe patria, tome tambem sobre si, o sr. ministro da marinha o honroso encargo de conservar aquella velha joia portugueza que, por todos os titulos, nos deve merecer mais cuidado e mais estima do que até hoje nos tem merecido.

O sr. Ministro da Instrucção Publica (Arroyo): - Pedi a palavra unicamente para declarar ao illustre deputado que com muito prazer transmitirei ao sr. ministro da marinha as sensatas e uteis considerações que s. exa. acaba de fazer.