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teria muito grave, e ser conveniente ouvir a opinião publica a este respeito.

Ficou para ter seguimento na Sessão seguinte.

O Sr. Judo Pedro de JÍlmcida Pessan/ta;— Sr. Presidente1, tenho sempre votado pela mais stricla economia nas nossas despezas publicas desde que tenho o honrn de occupar uma Cadeira nesta Cama-ro, por isso que o estado pouco favorável dus nossas rircumssancias financeiras, assim o exige. Estou persuadido desde muito tempo, e agora cada vez maií, que o pessoal de todas ns nossas Repartições e excessivo, e muito superior ás forças do Thcsouro, c mesmo ás conveniências do serviço (Apoiados) j e por esta razão sou sempre muito parco em annuir a qualquer nova despeza, ou augmento delia.

Porem apesar desta minha firme e constante opinião venho hoje propor á Camará o augmento do uma dospeza publica, e glorio-me de fazer esta Proposta ; mas osse augmento de despe/a que vou propor sendo muito pequeno na quantia, e nos resultados do rnuior alcance com relação a vantagens de inuilo valor para as Sciencias, e de muita gloiia para a nossa Pátria.

A economia em alguns casos pôde degenerar em vergonhosa mesquinhez, e no mais culposo desperdício.

A Camará sabe muito bem que o Governo do nosso Paiz encarregou cm França um eximio Lilte-ralo, um dislinctissimo Sábio Portuguez de trabalhos ícienlificos os mais importantes; i; que esse exirnio Liltorallo satisfez ao árduo o difíicilimo encargo que lhe foi commettido com o mais manifesto proveito o i n lei esse para a Nação Portugucza ; e com o reconhecimento c admiração dos Humboldls, dos sliagos ( dpoiadu*) tí do todas as Corporações Suunlificíis «Io ambos os Hemisférios.

Pelo que acabo de dizer, aCnn,nra vê bem quem f a l Io do Sr. Visconde do Sanlarem, e das Obras Lit-terarias com que «sle Sábio nosso tem enriquecido ns Sciencias e grangeado tanto credito para a nossa tora !

Dsgraçadamente se está agora verificando a respeito do Sr. Visconde de Santarém, e de seus preciosos trabalhos, o que muitas vex.es tem logar entre nós; muitas vezes entre nós se deixa de dar consideração ao que mais a merece, para a prestar, e fornecer recursos ao que c insignificante. Como já disse, o Sr. Visconde de Santarém foi encarregado pelo Go-\crno Portuguez dos mais importantes trabalhos lit-loraiios, os meios pecuniários com que o Governo auxiliava, para aquullt: fim, o Sr. Viscondecram já mesquinhos e ténues com relação á empreza gigantesca, a que lançou bombros aquellc Sábio; mas ainda assim aqtielles meios pecuniários foram cerceados em uma terça parle da sua iuiporlancia depois dos acon-UciiiK-nlos políticos occorridos entre nós cm 181-6, deixando reduzida desde então a quatro contos de íris a prestação de seis contos que recebia ate áquella época.

As obras do Sr. Visconde d

e todos os Jornaes lilterarics da Europa, o corri particularidade da França reconhecessem a nossa justiça nas questões que nos suscitava o Governo Franccz sobre o direito que lemos nos territórios situados no Cazamanza. Ê também sabido que aquelle illustre Erudito emprega o tnaior empenho c assíduo disvello para a confecção da Historia Política de Portugal desde o principio

E hoje um principio geralmente seguido que os trabalhos da intelligeneia devem ser considerados como os primeiros na ordem dos trabalhos humanos; mas parece que nós nos apartamos muito deste principio.

E conhecido por todos que o Sr. Visconde de Santarém tem dado ate' ao a n rio de l O-KJ progressivo andamento á publicação do.- trabalhos de q u o fora rn-carregado, empregando a rnnis perseverante- assiduidade, e dispendendo o seu piopiio património: também o subido geralmente qoo possuindo antigamente o Sr. Visconde de Santarém avultados londimontos cm bens da Coroa c Ordens, hoje os seus recursos pocuniaiios são muilo inferiores á elevação das suas aspirações scientificas, e á sua dedicação patriótica pelas glorias nacionaes. Nestas ciicumstancias e urna veigonha paia a Nação Porlugueza collocarmos na impossibilidade tão honrosas e nobres disposições-! Um Jornal Lilterario fiancez, analysando as publicações feitas pelo Sr. Visconde sobre a Geografia da meia idade, diz : u O Sr. Fiscondc de Santarém c digno de toda a admiração, e satisfez honrosamente a um encargo ingrato e penoso, que muitos Sábio* modernos cmprchendcram cm vão!

Eu coufio que o Parlamento e o Governo não quererão que deixem de concluir-se trabalhos de tal magnitude a troco da economia de dois contos de reis! Alem dos relevantissimos serviços prestados pelo Sr. Visconde de Santarém ás Scieucias c ao Paiz, dos quaes acabo de apresentar uma breve synop-e á Camará, lembrarei ainda que aquellc- illuslre Poiliiguez alcançou para a Bibliolheca da Academia Real das Sciencias de-Lisboa avulladissimos volumes do Obras preciosas em Iodos os ramos das Sciencias; c considerável numero de Cartas Geográficas e Hydrogiíificas estrangeiras.