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1905

DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Disso o sr. Dias Ferreira, e por muitas vezes, «olhemos ao futuro, olhemos pelas nossas finanças! E eu digo tambem: olhemos para o futuro, tratemos do exercito, tratemos da nossa força publica, para guardar as nossas casas. Olhemos para isto seriamente!

Não dou mais explicações, o com mais largueza, porque todos devem entender-me,

O que é necessario é que não fiquemos só em palavras; mais obras e menos palavras é maxima antiga.

Eu não gosto dos homens que fallam muito, gosto dos homens de acção, como Thiers; é certo que como este ha poucos; todos sabem os serviços que elle fez á França.

, O dinheiro da França valeu-lhe apenas para que o inimigo abandonasse mais depressa o seu territorio.

Sinto muito fallar na ausencia do sr. Dias Ferreira, mas não posso deixar de aproveitar esta occasião, em que repito a declaração que fiz no principio, que respondo por tudo o que disser, o acrescento que, do que disse não retirarei uma só palavra.

Saiba a opposição que eu não tenho o compromisso de defender o governo, que não carece da minha defeza, e entendo que n'este caso dou provas de independencia.

Apresente a opposição propostas que me satisfaçam, que lhe dou a minha palavra de honra que as approvarei.

Trate-se das cousas militarei, trata-se do exercito. Eu sou d'aquelles que respeito o exercito, como a classe que deve ser hoje a mais intelligente e a mais distincta da nação, na classe dos seus officiaes.

E preciso, pois,.uma reforma radical nos quadros do exercito.

As nossas escolas do instrucção militar acham se em estado deploravel 1

Eu se quizesse dar idéa do estado do uma certa escola, bastar-me-ia repetir umas certas definições que se dão aos alumnos.

A camara instinctivamente preromperia em gargalhadas!

Não o faço, porque nem a minha idade o permitte, nem quero faltar á seriedade que me impõe este logar. Mas a reforma do estudos militares é urgentemente reclamada, deve ser radical, muito estudada, muito pausada e muito reflectida.

Eu sou d'aquelles que a respeito do ensino militar quero o principio ao lado do facto, quero a instrucção e ao lado a educação.

Não gosto da maneira por que os nossos officiaes tratam 03 soldados; é preciso que os officiaes se convençam e se inspirem de que o soldado é filho do povo, que este nos confia para o educar com o fim de defender o territorio da patria, manter a ordem no interior, tratando o soldado, não como escravo, mas paternalmente.

Este tratamento é claro, não consiste em tolerar-lhe faltas, que jamais devem ficar impunes para exemplo dos outros, é isto o que a disciplina bem entendida exige.

E preciso que, em todo o caso, o soldado seja bem tratado, e que os nossos officiaes comprehendam que a disciplina não está na arrogancia com que tratam os soldados.

Quando eu commandava um regimento, e que de mim se approximava um soldado pedindo-me alguma cousa, fazia-lh'a, se podia, se então não lh'a podia fazer, e só mais tarde, fazia lho a promessa; se lh'a não podia fazer então; nem mais tardo, dava lhe o desengano negativo, mas de fórma tal o fazia, que o soldado se separava de mim resignado, e até certo ponto satisfeito, porque conhecia, que sendo possivel, era attendido, e não o sendo, que nada lhe fazia que importasse injustiça

Não quero tomar tempo á camara, quiz pó mostrar ao sr. Dias Ferreira a magoa que me causou s. ex.ª dizer que o exercito se achava em dissolução

O exercito do que precisa é de instrucção; a disciplina, tem-na, felizmente; para o provar bastará dizer á camara que senda abolido o castigo da chibata no exercito, na

epocha da transição, não houve alteração nenhuma na media das faltas do disciplina.

Por haver uma ou outra falta de disciplina, não se póde dizer que o exercito está indisciplinado.

Eu li um jornal francez ha annos, que pedia a dissolução do exercito, só porque o exercito d'aquella nação estava perdido, que mais valia dissolvel-o, e isto dizia um jornalista em consequencia de tres desordens alguns militares em tres departamentos, na mesma epocha, pouco mais ou menos, tinham tido desavenças com cidadãos não militares, por effeito de bebidas alcoolicas o ciúmes de mulheres.

Porque succede geralmente dizer-se, quando um soldado faz uma desordem, o exercito está perdido, e que o exercito está indisciplinado, o que importaria o mesmo dizer, que uma familia inteira ficava infamada, quando um dos seus membros commettesse uma acção má.

Não digo mais nada.

Vozes: — Muito bem.

O sr. Bocage: — Mando para a mesa um projecto de lei que melhora as condições de promoção aos lentes da escola polytechnica, que sejam officiaes de cavallaria e infanteria.

Limito-me por agora a mandar o projecto para a mesa e peço a v. ex.ª que queira envial-o á commissão competente.

O sr. Pedro Jacome: — Mando para a mesa a seguinte

Declaração de voto

Declaro que se estivesse presente quando se poz á votação a proposta apresentada pelo sr. José Dias Ferreira para a sua admissão á discussão, a teria rejeitado. = P. Jacome.

Mandou-se lançar na acta.

O sr. Casimiro Ribeiro: — Mando para a mesa, um requerimento pedindo, esclarecimentos ao governo pelo ministerio das obras publicas.

O sr. Jeronymo Pimentel: — Mando para a mesa a seguinte.

Declaração de voto

Declaro que se tivesse assistido á ultima parte da sessão nocturna de hontem, o que não pude fazer por. incommodo de saude, teria votado para que não fosse admittida á discussão a proposta do sr. deputado José Dias Ferreira.

Sala das sessões, 27 de maio de 1879. — Jeronymo Pimentel.

Mandou-se lançar na acta...

O sr. Gomes Teixeira: — Mando para a mesa um parecer da commissão de fazenda com respeito á proposta de lei n.º 69-A.

O sr. Frederico Arouca: — Mando para a mesa a seguinte

Declaração de voto

Declaro que se estivesse presente á sessão nocturna de hontem 26 de maio de 1879, teria votado contra a moção do sr. Dias Ferreira.

Sala das sessões, em 27 de maio de 1879. — Frederico Arouca.

Mandou-se lançar na acta.

O sr. Cazimiro Ribeiro: — Mando para a mesa um requerimento pedindo esclarecimentos ao governo. É o seguinte:

Requerimento

Requeiro que, pelo ministerio das obras publicas, sejam requisitados com urgencia á direcção das obras publicas do districto do Bragança, os trabalhos do gabinete de dois lanços da estrada real n.º 39, comprehendidos entre a Foz do Tua e o Castanheiro e entre esta povoação o Carrazeda de Anciães.

Desejo igualmente que se dêem as ordens necessarias para se proceder aos estudos de campo d'esta mesma es-

Sessão do 27 de maio do 1879