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déficit de nove mil cohlos, o déficit annual médio nessa época seria de dois mil contos.

Não pôde deixar de causar (continua o Arliculis-ta) uma sensação penosa a demonstração da existência de um déficit tão considerável; e estamos certos de que não fora acreditado quem aventurasse, sem a dernonstar, a proposição de que na época, de que Ira-ciamos', 90 gastaram aneualmenle dois mil contos mais que os rendimentos públicos, etc.

Ora eu trago isto. não para fazer imputação a alguém, porque a Historia e que foadeavaliar os Actos praclicados pelos homens que geriram a Fazenda Publica nessa época, trago isto somente para mostrar que quando se dizia que havia um grande-credito, •que a náo cia Fazenda ia de vento crn popa, e que havia saldos positivos, tudo deu em resultado urn déficit accumulado em nove mil contos, os qaa->s repartidos pelos ânuos que decorreram de 4â a 46, dão um déficit annnal médio do dois mil contos. (.) que e certo o positivo é que, nessa época dos saldos positivos, se creou esse irnmenso déficit.

Rn!ré a Praça Nova e a Maria da Fonte .consumiram-se nove mil contos mais. que os rendimentos públicos daquella época! MÍ.IS nual será a causa de se U;r acemnulado um iuunenbo dc-fiMt? A causa esiá de certo na falia que tem havido (ia apresentação das coutas (./Ipoiados) : que imporia que se votem os Orçamentos, uma vez que não venham depois as coutas mostrar que e.lh.-s são uma re.alidade? Sem contas os Orçamentos hão do ser sempre uma pura decepção, hão de «•; n gana r os próprios Ministros — o Parlamento o- o Paiz (Apoiados) j etn quanto isto se não fizer, o mal ha do existir. O que succedeú nessa época sobre a qual se publicaram algumas con-í.as ainda que incompletas.' O que se viu foi que nessa época tão gabada, cru que as dèspozas publicas se reduziram e a receita augmeu:tou, segundo as-sevoía o nobre" Deputado por Chaves fizeram-se des-pezas enormissimas que.não estavam a-uctorisadas pôr Lei. Só por uma verba — a dos juros e diversa despe/as dos Encargos' Geraes, 'para a qual a Lei de 1(> de Novembro auclorisava a despega de cento e cin-eoeni.a e Ires contos, gastaram-se no anuo de 44 a d f), seiiceulos'e vinte i: oito contos-! E não obstante era t? s ti a época .das economias o da boa administração !

Mas, Sr. Presidente, paia que ;se Irouxo tantos montões do cifias? Para que veiu o nobre Orador que mo procedeu, agrupar algarismos sobre algarismos? Para provar que as Administrações Sclembris-tas linham creado mais divida, que as Administrações Cari islãs.

• Não entrarei na analvse desta parle do discuro do illustre Deputado: deixo-a intacto, e ouvirei a resposta do pessoa mais competente (só a quizer dar) c não só mais competente paru responder, mas mesmo mais d i recta me n Ia interessada em entrar neste objecto, e examinar o que ha do exacto nesta aílirinaliva do illustre Deputado.

Agora o que ou não podia esperar, e porque .não podia deixar do me admirar, o que o mosmo Cavalheiro que tinha apresenlado esta questão, que linha trazido lauta cifia, lauto algarismo para provar qual tinha gasto mais, qual tinha gasto menos, no fim dó tudo, concluísse dizendo que, reputava a divida publica como um bem. Admira-me,.-como o illustre Deputado com a mais plena confiança da sua §uperi'o-

ridade, disse .que no.seu tirocínio financeiro também caíra no erro vulgar de considerar como um mal a divida publica consolidada; mas que depois mudara de opinião.

A primeira conclusão que RC pôde tirar de tudo quanto disse o nobre Deputado sobre este ponto, é que S. Ex.!l lev.e a condescendência de tecer o elogio das Administrações Setetnbristas á custa das Administrações Cartistas, porque são, segundo a sua af-firrnàtiva, as que crearam urnasomma maior daquillo que'reputa um bem (Apoiados}. .

Ora eu não compreheridi ainda ne,m mesmo me julgo capaz do eotupréliender um tirocínio financeiro, como o illustre Deputado; mas aprecio as cousas segundo se-me figuram,-e .pelo simples .bom senso. Aqúrllo 'que S. Ex.:i apresenta como um resultado a que chegou depois de um assíduo e laborioso ti.roci-nio, não e outra cousa se. não as ideas cio Ganilh: c aquillo que ha 'muito tempo está reputado como erro de doutrina : não e nada mais do que as doutrinas cscriptas etn diversos Economistas da Escola inglcza, que a dizer a verdade, já são pouco no:vas ua Scióncia. .E aquilio que está pienam.erile refutado pelos Economistas modernos d<_- chegar='chegar' a='a' resultado='resultado' nome='nome' _.='_.' p='p' urn='urn' slealiuenle='slealiuenle' para='para' ião='ião' valia='valia' _.a.poia-dos.='_.a.poia-dos.' melhor='melhor' tirocínio='tirocínio' destes='destes' rio='rio' largo='largo' não='não' gastar='gastar' pena='pena'>

Hoje Ioda a gotite reconhece a divida publica ro-ino^um grande mal; como uni mal grandíssimo. Todos sabem que a.s theorias de Ganilh eslão proscri-ptas da Sciencia moderna, mas o que e vorchule. é que lios vimos que ollas tiveram abrigo' na .scioneia do illustre Deputado ( dpoiados-).

A divida publica e um-grande mal principalmente quando se cria para despezas que não são produeti-vas: ha casos, e ninguém o duvida, ein que a divida publica c um mal que produz bens; mas nem por isso deixa de ser em si um mal: todos sabem que ,e im-possivel crnprehencler grandes imelhoramentos sem se usar do credito. Sirva clc exemplo'o caminho de ferro

Isto *ão lheses e eu não quero cançar a Camará com. theses; mas não posso deixar passar seui reparo estas sentenças axiomáticas que a Sciencia repelle, e que se querem proclamar em nome da Sciencia, para se applicarem depois á questão que se .tracta.