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; Continuando no ponto em quê estava, direi que ò Projecto não pôde produzir effeilo porque não aecres-vcenta os elementos nem financeiros nem intellectuaes, nem cria principio algum vivificante.

Agora direi mais, por incidente, que encontro aqui algumas espécies de Ensino que realmente não sei b que significam. Vejo v. g. qne nos Lycêos se rnan-!da ensinar Geometria e Mechanica applicada ás Artes, sem que se tenham mandado ensinar Geometria e Mechanica, o que me parece importar o ensino da applicação de uma Sciencia, antes de se ter 'ensinado a Sciencia. Sr. Presidente, a que Artes ou 'a. que Otíitiòs se- pertendem aqui ensinar as appíi-çaçòes da Geometria e daMechanica? Será por ventura á generalidade das Artes e Offici-os? No estado -actual da industria, só a nomenclatura artística, com as suas definições, gastaria mais de um anno ao Professor que a quizesse expender, e quem seria o hoi híem encyclopedico que se atreveria a reger tal Cadeira ? Sr. Presidente, a Mechanica e em geral'to* das as Sciencias podern ensinar-se nas Escolas, mais ou menos elementarmente, com .mais ou menos desenvolvimento; rnas as applicáções das Sciencias ás Artes não se ensinam nas Escolas: ensinam-se nas Ofiíicinas: ensinam-se nas Fabricas: ensinatn-se nos Laboratórios dos Artistas. Não se ensinam fallando: rião se aprendem ouvindo: ensinam^se dirigindo trabalhos, e aprendem-se trabalhando.

Sr. Presidente, -ser-mc-ha licito confirmar esta douctrina com um exemplo, e com o parecer since* ro e confidencial de urn homem abalisado. Quando eu estudei em França no Jardim das Plantas, havia ali um Curso de Chymica applicada ás Artes, que linha sido. instituído no tempo de Fourcroix, e era preenchido pelo celebre Vauclain. Durava este Curso três annos, em que se applicavam successiva-

'mente ás Artes, a Chymica inorgânica, à Chymioà Vegetal, e a Chyfnica animal, e como eu estudasse Chymica nos Laboratórios, pratrcando os proces-isos d'ella, -preparava o Curso publico deste Piófes-sor, e muitas vezes rne disse èíre que no conhecimento dos processos das Artes, qualquer Prático ô excedia. Tractavamos um dia da Tinturaria, e q.iu telle que mandássemos vir para preparar a Lição uiti Tintureiro dos Gobèlins , e disse-me : o T.iitnreirô sabe mais do que nós todos, accresceivtando na sua fraze'singella. uSon tour de main vaut mieux quz toutes nos leçons.»

Sr. Presidente, os Cursos de applicação ás Artes professados da Caieira não tem utilidade alguma pratica; não illustram,.nern comoSciencia. nem como Arte. O que não é Artista ouve o Professor sem entender o processo; O Artista ri as rn>is das ve:es da falta de conhecimentos especiaes d > eloquente Professor/ As Aries, Sr. Presidente^ aprendem-se^ torno a repetir, nas Officinas.

Vejo aqui muitas outras cousas em que poderia tocar, rnas realmente julgo que de nada serviria isso, e,por tanto concluirei dizendo á Camará que não vendo neste Projecto cfeados novos meios, nem elementos novos para melhorar o estado da Instrucção Publica: persuadido que na esseircia, é éllé o mes^ mo que sé acha legislado, persuadido finalmente que oSystema que se propõe, não é exequível, voto contra p Projecto.

O Sr. /. M. Grande!—- (O Sr. Deputado ainda não restituiu o seu discurso.)

O Sr. Presidente: — A ordem do dia para amanhã, é a continuação deste Projecto, e o N.° 81—• Está levantada a Sessão. — Eram b horas da tarde.

O REDACTOR, JOSÉ DE CASTÃO FREIRE BE MACEDO. ^

N.° 10.

11 to JHaio

Presidência do Sr. Gorjdo Henriques.

'hamada—r Presentes 3? Srs> Deputados.

-Três quartos depois da uma hora. s — Approvada.

CORRESPONDÊNCIA.

Um Officio: — Do Ministério da Fazenda, parti* cipando â expedição das ordens demais vinte exemplares dos Orçamentos de 1812—1843 —e 1843-*-

Outro: — Do Ministério do Reino, remeltendo iiin OfBcio do Governador Civil do Funchal , que acompanha um Mappa , contendo os esclarecimentos exigidos pela Commissão de Legislação a respeito da Santa Casa da Misericórdia daquella Cl' dade. — »/í' Commissán de Legislação.

Umn Representaçãn:~—T)c vários Egressas, residentes no Districto d'Evora , apresentada pelo Sr. Beirão, pedindo que se lhes mande pagar. ~ *4* Commissão de Faiendu.

Quiri, • — De varias Viuvas *• Órfãs dos Officiaes da extinclu Biigadà da Marinha,, apresentada pe> ln Sr. B<_-irão com='com' de='de' a='a' seu='seu' atenda.='atenda.' os='os' f='f' oíficiaes='oíficiaes' dos='dos' o='o' p='p' monfe-pio='monfe-pio' se='se' comrnisftán='comrnisftán' para='para' pagarem='pagarem' doidos='doidos' mies='mies' pedindo='pedindo' effectivos.='effectivos.'>

YOL. 5.°— M AIO — 1843.

1843.

Outra: — De vários Professores, apresentadape« Io Sr. Ottolini, reclamando contra o Projecto da Commissão dTnstrucçâo Publica sobre Instrucçâo. Primaria e Secundaria.—- A Commissão d^Instruc» çâo Publica.

Outra : —Da Câmara Municipal de Barcos, apresentada pela Sr. Felix Pereira de Magalhães, pedindo ser elevada á cathegoria de Cabeça de Co* marca o seu Concelho. — A's Commissões d*Esta-* tistica e jídmini&tração Publica.

Outra:—-De vários Egressos residentes no Districto d'Evora, apresentada pelo Sr. Alves M,»r* tins, pedindo a alteração no processo dos seus re« cibos. — A1 Commissão de Fazenda.

O Sr. Presidente:—'A hora da chamada estavam presentes 37 Srs. Deputados, e depois da hora e meia acham-se presentes 72: nern o Diário do Governo, nem os outros Jornaes podem deixar de fazer menção deste successo.