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ou á sua imperfeição, quando o caso verdadeiro e que esse estado e devido á falta de execução das Leis que ha, á falta de vontade, á falta de préstimo executivo, e sobre tudo á falta de dinheiro.

O Governo não tem um real para cousa nenhuma ,de utilidade publica, algurn vintém que apodera não é certamente para mariler um Systema- de Instroc-ção Publica, os seus cuidados são bem diíferenles da illustraçâo dos Povos, e teetn razão , porque os Povos, quando illlistrados, não se goveYnam pelo seu Systema, e então collocado na impossibilidade absoluta de fazer cousa nenhuma, vem ao Parlamento com um m asso de papeis, e cuida que assim tem toreado um Systema de Instrucção, acha quem o acredite, que lhe admitia o expediente, quem tenha fé', tem conseguido o seu fim. .

Ora eu não tenho essa fé implícita no Gabinete, não juro nas suas palavras, e portanto incumbe-me discutir ò Systema projectado .em presença do Systema actual.

O Systema'actual ronheço eu bem, porque o redigi por ordem, e debaixo das indicações do meu nobre amigo o Sr. Manoel da Silva Passos, entào Ministro do Reino, que o examinou e referendou. Em quanto ao Systema projectado, também ;lenho algumas ra/ões para o conhecer, porque rne será permittido dizer que não e' senão u:u cofnmentariõ, uma gloza do Systema que existe, mas um commen-tario, e uma gloza inferior ao texto, com uma fraseologia já antiquada, ,e algumas provisões novas, que pela maior parte não são boas.

Portanto pelo lado do conhecimento dos dons Planos o actual, e o proposto, acho-me com algumas habilitações para entrar na discussão.

Agora em quanto á pureza da vontade, faltando também deste assumpto, segundo o louvável estilo desta Casa devo dizer, que não tenho motivos ne--nhuns, alem dos motivos derivados,do raciocínio que possam influir em -mim , ern favor do Systema quê existe, e contra o projeclado; porque c verdade que todo o Redactor tern syrnpathia pelas JLeis que redige ; mas ern quanto á parte da Reforma que se nos apresenta agora, Instrucção Primaria e Secundaria, que amor posso eu ler a uma Instituição, que nesta parte quasi que não tem nenhuma execução, a uma instituição q lê não vejo por esle motivo, e só por este motivo produzir os fructos de illuslração para que era destinada? Uma Instituição engeitada , em poder,de padrastos, mal comprehendida pelos seus Executores, e odiada pelo supposto peccado da sua origem, antes vê-la morta do que ern sernilhanté e tão calamitoso estado. Depois que a fouce do Gabinete a ceifar juntamente com toda a seara de Setembro, que já. lá vai, cessou a minha responsabilidade Amoral.

Qiíando par;i o futuro se disser — neste Paiz não ha Instrucção Publica, escusará ninguém de dizer que e' por culpa das Leis de Setembro, a responsabilidade pertence de hoje em diante aos novos Instituidores aquém desejo melhor fortuna que lhes não espero.

Não defendo portanto por sentimentalismo uma Instituição que não foi executada, antes mal tracta-da , perseguida, e, odiada pelos seus Executores.

Oxalá que essa Instituição absolvida do peccado

original, rehabilitada pela virtude magica dos com-

menlanos e g\ozusi do Governo/ e da iUusVre Com-

VOL. 5> — MAIO ^-

missão, possa prosperar "e lenha as receitas nécessài nas para viver, que ate' agora' lherfaltaram e quê principalmente foram causa da sua morte.

A respeito da outra parle da Reforma não posse» dizer, que não tenho sentimentalismo por ella por falta de execução^ tenho a respeito dessa a sympathia que nasce dos fructos que lhe vi proJuzir, vi-à executada com proveito" publico pelas faculdades Académicas, observèirlhe os promptos e magníficos resultados nas Escolas Medico-Cirurgicas de Lisboa e Porto, na Academia do Porto, Instituto -Iiidus1 trial. Por essa tenho este género de sentimentalismo, mas justo e fundado, que resulta dos fructos dá utilidade publica que procisiziu., mas nenhum oatro j mas dessa Reforma não se tracta por'ora, ainda não chagou o seu dia de juízo, brevemente terá de com* parecer diante do mesmo Tribunal tremendo, mas não e ainda hoje.

Entretanto mesmo por essa parte da Reforma, não posso t?r nenhum outro género de sentimenta-liátrto, por quanto, como já dis"sè, o meu nobre amigo o Sr. Manoel da Silva Passos, quando me fez a honra dtí me encarregar da redacção desses trabalhos, disse-rne que queria quejhe apresentasse urtf-Syslema completo de Instrucção Publica ^ eminentemente Líber \l, accomodado siui ás circunstancias, habitoà, e índole moral do nosso Povo, mas a uivei e em harmonia com os Systemas Europeos maisadian* lados, e que supposto elle Ministro, na sua gerência se tinha imposto e a todo 'o seiuGabinete como um dever rigoroso, uma econo:nia seve'ra em todas as'Reformas, todavia não queria que no Projecto de Instituições- de [nstrúcção Publica que houvesse de apresentar-lhe, fosse sacrificado o principio de illuslração, ao principio económico, porque na illus-Iração de utn Povo não desejava ser tão avaro ua 'Fazenda Publica como se propunha ser em tudo ò mais.

Eu desempenhei á risca as prescripçôes dó nobre Ministro, e na Projecto que lhe apresentei, todos os Empregados do Professorato -tiveram melhoramento de ordenado, isso era de justiça, era unrtâ-necessidade publica, reclamada ha muito pela opi-niãogeral. Assirn mesmo S. Ex.% não abandonando nunca o seu principio favorito das economias, qui2 examinar minuciosamente a despeza .dos Lyceos , e compara-la cotrt o Systema antigo; mas o Plano tinha sido combinado de modo, que com os dons Mappas na mão mostrei a S. Ex.a que o SyUema novo em virtude do grande numero de Cadeiras dispersas que deixava dê existir, não era mais caro do que o antigo, apezar do que por ahi se tem dicto por gente que não entende da matéria.