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no__isto a um Governo notoriamente impotente em

matérias de Inslrucçâo Publica.

A matéria dos art.c§ 59.°, 60.% e 61.* —exames annuaes e omissa etn o novo Plano.

A provisão d-o art. 82.°, i n novação importante do Plano novo, que manda que .es Estabelecimentos de Instrucção Superior dêem pelos exames dos Lyceos do Porto, Lisboa, CoimbFa, Braga, e Évora nào é sustentável j é prejudicial ao ensino e derriba um meio de Fiscalisação. O Juiz natural da aptidão .preparatória que devem ter os~Alumnos que se destinam -á frequência de qualquer Estabelecimento Superior, e' esse Estabelecimento pelos se«s Conselhos, esses Conselhos são os fiscaes naluraes do gráo de Instrucção que devem ter os Aluirmos nos Lyceos; e por isso .que,pelo arl. 1)5.° do Plano actual se mandaram fazer os exames perante umJury que, offerece todas as garantias, e meios de Fiscalisaçào. O .Governo e a ilfustre Commissão suppozeram.talvez que estes exames eram feitos perante o Ly.ceo.de Coimbra, e não

As Matriculas ^rarn altas, mas .por uma .parte o melhoramento na Instrucção mereceu essa taxa, e por outro lado que appliçação se lhes deu no art. 62.°, se o expediente das Aulas, guarda e conservação do Edifício era quanto, sem este Collegio Pu f blico, tem de gastar uru Alumnò em Collegibs particulares?

Inspecção e Direcção do ensino Secundário regulado pelo art. 63.° e seguintes, ê quas) reduzido a um celebre Commissariado de Estudos, que apezar cie revogado pelo Systema em vigor, tem sempre taes Artes, graças ao vigor de Administração em o.nosso Paiz, que sobreviveu sempre, e soube sempre/con-servar os-seus 200:000 reis; e o tal Commissariado que tinha sido extincto, apparece como o molho de tudo em o novo Systema, e foi o auctor de toda esta trapalhada para fazerinserir o art. 86.°, pelo qual o Reitor do Lyceo deve ser o Commiasario nomeado .pelo Governo. É a única Emenda que proponho para relatar urna traça ridícula, que não seja exau-torado o Professor mais antigo do Lyceo para dar logar ao Coimnvssariado dos Estudos.

AasSrn como na Inslvucçao Primaria, com a ajuda da distiuccào do primeiro e segundo gráo, o Governo põe fora do Quadro do ensino a metade dos' Capítulos do Plano actual, assim no ensino Secundário, corn outra invenção de Lvceos e Sublyceos eliminou também do Quadro a parte mais interessante do ensino, ornais prático, mais industrial. Pelo Plano dó Governo para a .totalidade, dos Lyceos

fica só o .ensino que antigamente se dava antes d* - Reforma de Setembro , Gramrnaticã , Lógica, Rhe* torica, e Arithmetica.

^ Este Systema deixando somente em vigor para a totalidade do ensino a parte especulativa, e clássica, tende a corroborar um grande vicio social, quê vem a ser a tendência que-tem n nossa rnoci Jade para os Empregos Públicos com preferencia ao Estabelecimento pelas differentes industrias. ;

Este vicio tem a sua causa pr.incipa,! no Systema de IflstTucção Secundaria. Como não habilita senão para o ensino protessional, cuja carreira principal é somente nos empregos, a gente que se dedica entre nós aos estudas, quando os conclue, não tem outro recurso senão apresentar-se ao Governo para pedir w m e H j prego.

Este vicio social é uma calamidade, que nos faz consumir muitos cabedaes inutilmente.

Era preciso combate-lo com um Syalemã próprio de Educação e Instrucção Secundaria , tal que habilitasse a mocidade para cultivar com proveito as carreiras induslnaes.

Um Paiz que se pôde dizer novo em Agricultura porque quasi todas as s.uas terras são maj cultivadas, novo em industria^Fabril/ que oífcrece uai campo immenso, e novo em Commercio, quasi todo de contrabando, havia de offerecer muitas e muitas lucrativas carreiras a uma mocidade preparada para iíso com um Systema. próprio de Instiucção , mas o Systema projectado tem em vista, e toda a tendência, para produzir Rhetoricos, Poetas, G rã m. ma ti cos e Geometras, quando nós do que carecemos mais é de produzir valores.

Bom e não esquecer dos beus internos e da civi-lisação, mas sem riqueza natural-não ha civilisação possível. Como o doíjioverno tetule á cultura estéril do espiiito, aos hábitos Aristocráticos, e ávida com-templativa, o actual se fosse executado, devia produzir pela civilisação a riqueza, e pela riqueza a civi libação. - .

Um dos caracteres mais bellos do Plano actual era fundar em cada Capital de Districtò* um Collegio com o seu governo económico elitterario, para onde os Pais podessem mandar os seus filhos confiados á um Estabelecimento com garantias, cousa ,que não temos hoje, e que faz -muita falta. Este pensamento legislado com muito cuidado no PJano antigo des-apparece inteiramente no Systema projectado.

Passarei a fatiar de outra Secção do Plano, porque para o poder abranger em a discussão é necessário não demorar muito ern cada parte.