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2476 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Se forem mais, que parece-me, não são, é apanhado em qualquer das duas hypotheses.

Multiplicando 174 comarcas, por 4, que é o numero minimo dos louvados nomeados por cada comarca dá, 696 louvados. Cada um ganhará 200$000 réis e pagará de contribuição industrial 28$800 réis. Multiplicando-a por 696 dá 20:044$800 réis.

Aqui tem s. exa. a cifra de que se falla no relatorio. Acrescente ainda os addicionaes e s. exa. terá uma receita superior a 20:000$000 réis.

Se não lhe serve esta demonstração, eu pão lhe sei argumentar melhor.

(Interrupção do ar. Firmino João Lopes.)

Se a camara não estivesse já tão cansada na sua paciencia benevola, com o trabalho aturado das sessões de dia e de noite, se não estivéssemos tão fatigados, eu podia apresentar alguns estudos comparativos entre a reforma do sr. ministro da justiça com a que actualmente existe.

Mas tenciono fazer esse trabalho quando se tratar da reforma judiciaria ultimamente apresentada ao parlamento.

O meu fim, pedindo a palavra foi sustentar a minha moção e defendel-a no tocante ao ministerio da justiça. Sustentei-a com o testemunho insuspeito, e com a opinião, auctorisada do sempre chorado sr. Fontes Pereira de Mello que com ella se defendeu, quando em 1851, pediu que lhe dessem ,o bill de indemnidade, se porventura das suas medidas resultasse algum bem a favor do povo.

Então como hoje. O governo actual pede ao paiz, representado pela maioria que elegeu, que analyse todas as suas providencias actuaes é, se n'ellas encontrar alguma cousa util feita, a bem do povo, lhe conceda o bill, isentando-o da responsabilidade em que incorreu.

Pois que?

Têem sido concedidos buis de indemnidade pelas oito dictaduras que tem havido desde 1836 até 1870, e ha de pior odiosa excepção negar-se o bill e este governo? Porque? Tudo que fizeram foi a bem do povo ou para interesse da nação. Nas suas consciências honradas assim o pensaram os ministros. (Apoiados.)

Agora só resta que o paiz o absolva por meio da nova sentença. Faço sinceros votos para que este governo continue nas suas idéas de reformador benefico e sempre proceda a favor da nação;

Persistindo na sua senda gloriosíssima, o partido progressista, terá o apoio sincero e dedicado dos seus verdadeiros amigos e só assim o paiz saberá corresponder ao que d'elle se exigir, porque só assim conhecerá que o empenho do governo é bem servil-o. (Muitos apoiados.)

Antes de concluir permitta-se-me que não acceite para a maioria a affronta, que lhe foi atirada ultimamente. O illustre deputado o sr. Arroyo, disse que nós consentimos que esto governo faça dictadura com as casas do parlamento abertas! Protesto contra tão immercida injuria. Nós, maioria, por esta dedicação e respeito que tributámos ao governo, não consentimos de maneira alguma, que se nos tire uma fracção, mínima que seja, da nossa soberania. Se lhe votâmos as suas medidas; se muitas d'ellas ia, de boa vontade, foram por nós votadas, é porque entendemos que são dignas do nosso apoio; mas o governo não póde de modo algum saltar por cima da maioria, seno trazer ao parlamento as suas propostas para serem estudadas e discutidas, como sempre honradamente tem feito, ouvindo as opiniões sinceras e auctorisadas das commissões que sobre ellas emittem o seu parecer. E, até entre o governo e as commissões não tem havido conflicto; porque elle tem sido sempre o primeiro a receber os votos, conselhos e opiniões de todos, uma vez que o seu pensamento fique, a sua idéa não seja alterada e a essência das suas propostas seja a mesma.

Governo, que assim procede, e que tem servido o paiz, como este, bem merece da nação é de nós todos, que somos os representantes legítimos do povo. (Apoiados.)

Vozes: - Muito bem.

(O orador foi cumprimentado pelo sr. ministro da justiça e pelos srs. deputados de ambos os lados da camara.)

Redactor = S. Rego.