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s que a Camará quer mudar de parecer; pó-de fazc-lo ; e nem as fêrncndas que passam de uma Camará á outra tem oulro fim, senão o de convidar essa Camará a reconsiderar a questão. Não se deduza do que en tenho djto outra cousa que não seja o fazer ver ao Sr. Relator, que os argumentos que adduziuj não são aquelles , em que esta Camará deve fundamentar a sua decisão: a Camará não pôde fazer-se cargo desta espécie do consequência , q~ue e uma verdadeira inconsequência ; Jx-sla espécie de cnherencia de princípios, que é u

Sr. Presidente, o estado da Igreja Lusitana creio que está muito longe de ser uni estado normal; por que, tendo a Náo da Igreja íluctuado no mar das nossas tormentas, soffieu com ellas, e não podia deixar de sofficr, é necessário hoje tocar todos os appíuelhos dessa N ao, c necessário ser-lhe ate á nl-tiaia junctura desunida do costado; e será no (rio-mento em que ha tanta obra a fazer que deverá diminuir-se o numero dos Obreiros? Eu entendia que não; e eis a razão~em que me fundei para me oppòr á reducçno do numero dos Bis-pados no Reino, e uas Ilhas Adjacentes, eis a ra/ào porque me oppo-úho agora a reducção no Ultramar. Porem a Camará 'votou a reducção no Continente e Ilhas, e eu sou obrigado á submetter-me ás Leis votadas pelo Parlamento. Nada direi pois sobre o que está vencido; mas, vendo que se quer estender esta auclorisoção ale^n do vencido, vou fazer algumas ponderações áceica dessa nova faculdade.

Sr. Presidente, os nossns Bados do Ultramar eslão êituados, ou na Afiica, em pequeno numero, -ou na Ásia; consideremos-primeiro os Bispados da África. -Todo o Mundo >abc . todas as Nações que tem Colónias reconhecem-hoj", que os Estabelecimentos dos Ewropeos na África tem por fim piinci-pal, tem por principal irnpoitancia augmenlar, quanto lhes seja possível, as relações corn os naluracs Africanos; estender o mais possível para o interior

,as relações Commerciaes , e sobre tudo ás da sociabilidade e civilisaçâo. É isto o que procuram todos

.as Nações cultas, é este o único proveito reaj de taes Estabelecimentos. Não é menos reconhecido hoje por todas as Nações cultas, e não só Catholicas, mas simplesmente Chrislã's, que o facho do Evangelho e' quem caminha necessariamente na vanguarda da civilisaçâo, que a Cruz é o Pendão dos Civiiisa-dores; assim o entenderam nossos Maiores, alumiadas pela. fé somente, assim o entendemos nós hoje, alumiadas pela fé, e pela filosofia. E querer-se-ha , por ventura, em Ignjas assim.collocadas, supprimir c primeiro Pastor f Querer-se-lia acaso privar de urn Chefe especial essas Igrejas essencialmente Militantes l Pertender-se-ha que seja ra/oavel, que seja pro~-piio? E agora que se ha-de tirar o General áquelies que combatem? Não creio que o faça oGoyeino da Rainha; não o auclorisarei eu para que o faça.

Passemos á Ásia: ha ali Bispados acerca do Padroado dos quaes existem reclamações pendentes do Governo de Sua JVIagestade á Santa Se. 'Supponho que essas negociações sejam reguladas com pruden-(± a j não supponlo o'mal, não careço de o suppor

para o meu argumento; quero admittir que essa negociação seja conduzida com a maior perícia, e no interesse da Coroa Portngueza ; mas para que ella" possa ter um bom resultado e' que eu quero armar e fortificar o Governo; quero que o Governo tenha á força precisa para resistir a estranhas pretenções. Sr. Presidente, quando o Governo Portuguez não tiver recebido do Parlamento auclorisação para consentir na reducção dosBi.spados da Ásia, estai á na impossibilidade de ceder. O Governo armará o seu negociador de toda a força do veto nacional; mas perderá essa força desde que tiver recebido essa aucto-risação. Sr. Presidente, os Governos das Nações, quando tem que negociar com Governos Estrangei-los, e principalmente os Governos das Nações pequenas, jamais ganham com a amplitude da aucto-risação; pelo contrario, a limitação dos poderes, arma-os contra as pertençòes dosexijentes. Esta Po-lilica não é minha, é a de todos os homens entendidos. Não só neste caso; mas em todos, os Ministérios ."e forte quando pôde responder apoiando a sua negativa ria Constituição do seu Paiz, na força do veto nacional: o Governo, assim armado, não cede, não trasige; porque lhe é vedado legitimamente ceder e transigir. Eu espero que a Camará partilhe esta doutrina ; esta doutrina e eminentemente nacional; esta doutrina e eminentemente política; eu estou persuadido, que chegando a haver umaComrnis-são Mixla dos Pares e os Deputados, encarando-se ali a questão com a maduieza e com o ternpo ne-ce^sario, ha de vir a adoptar-se e ta doutrina, doutrina que é verdadeiramente, e eminentemente útil, e nacional.

Sr. Presidente, duas razões se allegaram principalmente paia a reducção dos Bispados, eu conheço uma e outra razão, A economia e' uma delias; mas eu rejeito toda a economia incompatível corn os interesses públicos, corn a dignidade do Estado. A outra e a difficuIdade de achar homens capazes para tão importante e tão alio Ministério. Mas, Sr. Presidente, se esta razão milita , desgraçado^estado é o da Igreja Portuguesa! ... Eu convenho, que, principalmente para os Bispados d'Africa, são ne-cessarios homens de surnma intelligencia, homens de grande constância de grandes virtudes, e d'umã singular abnegação própria ; eu reputo os Bispados d'Africa tanto ou mais importantes que os Bispados do Reino; não e o numero dos fieis, e' a natureza da particular Igreja que se tem a dirigir, que cons-litue mais diílicil a situação dos Pastores; e digo mais; que, se essas escolhas dos Pastores para as nossas Igrejas do Ultramar tivessem sempre sido reguladas e dirigidas pelos verdadeiros ptincipios, não teriam tido Jogar essas uzurpaçôes por Auctoridades alheias ( si Criados).