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isto nas circtiTistancias em que'nos achfamos e «ma perfeita e -completa decepção, d querer lançar poei-ia aos olhas, e' querer e*camecer da Nação, e querer escarnecer das rtobsas circtiinstancias.

Ainda mesmo quando e?ta Camará entendesse que devia dar uma automação ao Governo, para levantar fundos para pagar o que S" está devendo aos servidores do Bbtado, csia autorisação devia ser limitada, não só em quanto ao fundo real ; mas em quanto ao fundo nominal, que se permitia ao Governo levantar, e devia ser limitada em quanto ao preço do empréstimo, isto e', a clausula, que a Commissiio propõe de não se pagar mais de 6 por cento de juro, não vale nada; porque o Governo fica livre para levantar ns sommas que quizer, e para com p ro-metter a fortuna (>ublica, lantp quanto quizer.

Eu, Sr. Presidente, devo accrescentar ainda que não é a desconfiança da probidade do St. Ministro, que me obriga a fallar deste modo ; eu não desconfio da sua probidade, do que desconfio e' dos actos do Sr. Ministro ern circuinstancias apuradas, desconfio não só deste Ministro; mas de todos em cir-cumstancias apuradas: po.rque logo que se chegue t> tempo de pagar reclamações estrangeirasse de pagar dividendos, e não estando o Governo habilitado para esse pagamento, hade fazer todos os sacrifícios, como já fés ha pouco tempo, hade sacrificar tudo para satisfazer aquelles encargos, sem lhe importarem os encargos que vai crear , e que para o futuro hão de pesar sobre a Nação.

São estas as razões, Sr. Presidente, porque eu entendo 'que semilhante Proposta de confiança não deve approvar-se, e se S. Ex a o Sr. Ministro da Fazenda quer ser coherente çomsigo mesmo, não deve aceitar este voto de confiança. S. Ex.* declarou já que-nâo queria voto de confiança, e isto é o voto de confiança mais evidente que SP pôde propor, e então se S. Ex.* quer ser coherente çomsigo mesmo, e necessário, que não aceite semilhante voto de confiança. S. Ex.a não deve aceitar senão uma somma certa e determinada, e com. taes condições e clare-zas, que se saiba desde já qual é o encargo que para o futuro deve pesar sobre a Nação. Accrescento ainda, Sr. Presidente, que esta Proposta da Com-missão é também limil.ada , porque a Commissão pão propõe meios, propõe que se autorise o Governo a levantar uma só mm a de fundos indefinida, e não propõe ao nesmo tempo os meios donde hade sahir o pagamento destes dividendos desta somma, isto é, donde hade vir o pagamento dos juros e atnortisações, que se hão de pagar por estes fundos, que se vão levantar. Tudo isto e' extraordinário, e é a isto que se chama systema de Fazenda l\l .. E' a isto que se vem aqui chamar organisaçâo completa de Fazenda? !!.. E' a esta ruína completa de Fazenda, que se vem aqui chamar a salvação da Na* cão, o systema de organisação de Fazenda ?!! .. Isto e' extraordinário!., o que nós devemos procurar é o augmenlo da receita, tractanda de melhorar certoi ramos dMndustna, porém d'isto e' que o Governo, não quer saber; mas sim de obter dinheiro, mais nada ; faz-se tão pouco caso de procurar os meios d'auginentar a industria, o comrnercioe a agricultara, ramos estes, que constituem os maiores rendimentos públicos; e que apesar de haver ha tempo um requerimento, aasignado por 41, ou 5l Srs. Deputados a fim de se fermar uma Commissão d'Ingue-

lilo para conhecer do estado dos nossos Vinhos, que ate agora esse requerimento não teve resultado algum. , tendo sido mandado a uma Commissão , que ainda não deu o seis Parecer, nem ainda o Governo fe^ cousa alguma a este respeito: estas cousas, sendo d'impnrtancia, tractam se de bagateila.

Concluindo, para não cançar mais a attensão da Camará, digo que aautorisação, que aqui se propõe, não e mais do que um voto de confiança, com que se vai onerar o Paiz com um juro, sem se saber até onde chega ; e que se prepõeesta medida sem ao mesmo tempo se declarar quaes os meios que hão de pagar esse juro , quaes os meios que hão de servir para amorliiar o capital. O Sr. Ministro da Fazenda, disse aqui ha poucos dias, respondendo a uma in-terpellação trjnha , que Uavia de dizer com brevidade á Camará o estado das contas com o Agente financeiro em Londres; estas contas são muito importantes, porque a este Agente foi entregue uma somma de dinheiro baslemenle importante, e então é necessário saber o que foi feito desta, e que o Sr. Ministro apresente á Camará essas contas.

Agora devo fazer uma uma observação sobre o que disse aqui o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros^ quando eu o interpellei a respeito dos Ministros Diplomáticos',' que tinha tenção de mandar» para as Cortes do Norte. Nós aqui gastámos ás vezes tempo para econotnisarmos um conto de réis, e não reparamos nas verbas, em que se podem fazer doze, e quinze contos. Mandam-se Ministros Diplomático» para differentes Cortes, e sem primeiramente averiguar , se as suas nomaaçoes eram necessárias , dão-se a um oito contos, a outro seis, e a outro cinco ele. ctc., de maneira que ás vezes esgotam-se cin-coenta contos, sem precisão alguma, e sem se saber em que, e de que modo. Ora perguntando alguma cousa a este respeito ao Sr. Ministro, paia os Srs. Deputados formarem o seu juiso; S. Exc.a o que fez foi acolher-se á diplomacia, e disse não respondo • porque a pergunta não é parlamentar: esta é a pergunta mais parlamentar que aqui se tem feito ; inas S. fíxc.a o que fez foi, como costuma; responder áquillo que se lhe não pergunta ; e fez isto por que não tem que resqonder, disse alguns gracejos, que não são muito próprios de um AJinislro; e assim passou sem responder á minha pergunta.

Em vista pois das considerações, que tenho feito j a Camará fará o que quizér.