O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

— 198 —

que déas suas ordens, a fim de serem remettidos quanto antes.

O sr. Gomes: — Levanto-me de novo para agradecer a s. ex.ª a bondade de se encarregar de lembrar o meu pedido ao sr. ministro da marinha. Faço justiça a este senhor e acredito, que se não tem mandado os esclarecimentos, é isso devido a não poder ter presentes todos os negocios; e tambem reconheço a impossibilidade de satisfazer de prompto a todos os pedidos desta ordem. Mas eu fiz o requerimento, pedindo que fosse satisfeito á proporção que o serviço o permittisse; e alguma cousa se podia talvez ter feito, como a publicação no Diario, das pautas em vigor nas provincias ultramarinas, cuja conveniencia é inquestionavel. (Apoiados)

O st. Paredes: — Sr. presidente, eu pedia palavra para rogar a v. ex.ª que convidasse a illustre commissão de fazenda a dar quanto antes o seu parecer ácerca de um requerimento da camara municipal de Leiria, que pede, a fim de fazer um quartel para o regimento alli estacionado, um edificio arruinado, que era dos frades de Santo Antonio ou de S. Francisco. Parece-me que a pretenção da camara é rasoavel, e mesmo de conveniencia, não só da cidade de Leiria, mas do governo e do regimento ou batalhão, que alli esta estacionado: da cidade, porque pretende arranjar um quartel para a tropa que alli residir; do governo por que lhe convem alli um quartel, em que os soldados tenham mais commodidade, e dos soldados, porque effectivamente ficam mais bem alojados do que estão.

Parece-me que este objecto não é de grande importancia, e pediria á illustre commissão, que com a brevidade possivel apresentasse o seu parecer sobre elle.

Aproveito a palavra tambem, se v. ex.ª me der licença, para agradecer ao sr. ministro da fazenda a declaração, que leve a bondade de fazer, de que tem a peito o encanamento do rio Vouga em beneficio da provincia da Beira. Eu, sr. presidente, sou filho daquella provincia e tenho obrigação de advogar a causa da minha mãi; e pedia licença ao sr. ministro da fazenda para trazer-lhe á memoria a grande conveniencia que resultará do encanamento do Vouga, de que ha tantos annos se tem tractado, mas infelizmente nunca se pôde concluir. A provincia da Beira lavra já grande porção de vinho, mas ainda que queira transportal-o para alguma parte, não tem por onde, porque a estrada de Foz-Dão por onde algum tempo se transportava, está arruinada e com muita difficuldade póde transitar por ella um carro; pelo Vouga seria muito facil transportal-o até Aveiro, e hoje principalmente que naquella barra se tem feito consideraveis melhoramentos, é de uma grande vantagem para toda a provincia, porque tornando-se navegavel o Vouga até S. Pedro do Sul, distam apenas 3 legoas á capital da provincia, que é Vizeu, onde se faz o commercio; ficam 3 legoas apenas de distancia e n'um terreno que não é demasiado montanhoso, p onde seria muito facil arranjar uma estrada que favorecesse esse transporte, dando se assim um grande merecimento á agricultura e ao commercio daquella provincia. Como s. ex.ª tem a peito, segundo eu julgo, promover os. interesse» geraes do paiz e por consequencia daquella provincia, eu uno os meus votos aos do sr. Vasconcellos, para rogar a s. ex.ª que dê a este objecto, a consideração que costuma dar aos de interesse publico.

O sr. Santos Monteiro: — Pedi a palavra por parte da commissão de fazenda para responder ao sr. deputado Paredes. Os papeis a que s. ex.ª se refere, foram remettidos ao governo para elle dar esclarecimentos, e creio que ainda não chegavam; mas o sr. ministro da fazenda teve a bondade de dizer á commissão que hoje havia de assistir a uma conferencia onde se hão de tractar negocios da mesma natureza, e nelles será comprehendido tambem aquelle a que o sr. deputado allude.

Aproveito a occasião para mandar para a mesa uma proposta que me parece justificada pella sessão de hoje. É a seguinte:

PROPOSTA. — «Proponho que do dia 20 em diante, a ordem do dia e siga logo á leitura da acta, ficando o expediente para a ultima meia hora.» = Santos Monteiro.

Eu requeiro a urgencia deste objecto. O orçamento está já a distribuir-se, vamos entrar na questão mais importante que aqui nos trouxe, e não são só os srs. deputados das provincias que se querem ír embora, são tambem os de Lisboa. (Apoiados)

A proposta foi declarada urgente.

O sr. Vasconcellos e Sá: — Eu vou mandar para a mesa a seguinte

Proposta: — Proponho que do dia 20 em diante as sessões terminem ás 5 horas. — Vasconcellos e Sá.

(Vozes: — Nada, nada).

O sr. Secretario (Rebello de Carvalho): — Pedi a palavra para observar que na sessão do anno passado tambem se fez uma proposta similhante a esta, e a camara reconheceu os seus inconvenientes, porque os srs. deputados retiravam-se, e ficavam sobre a mesa os requerimentos e propostas por não haver numero para votar. Parece-me que a mesa não é que gasta muito tempo com o expediente, e Se a camara quizesse que ainda gastasse menos, eu deixaria de ler os officios que vem dos differentes ministerios e mais expediente, assim como se fez O anno passado, submettendo-se só ao conhecimento e resolução da camara os requerimentos e propostas. Se se adoptasse este systema, a mesa não gastaria mais de um quarto de hora ou meia hora com a leitura do expediente; mas em quanto a ficar isso para a ultima hora, ha estes inconvenientes que já o anno passado se reconheceram, e pelos quaes a camara tornou a resolver que se desse conta do expediente no principio da sessão.

O sr. Santos Monteiro: — O meu fim é que nós façamos alguma cousa que dê resultado; porque destas interpellações improvisadas apparecem quasi todos os dias, e não dão resultado nenhum, só levam tempo.

Em quanto á proposta do sr. Vasconcellos para que a sessão acabe ás 5 horas, acho-a muito boa, mas com tanto que todos venham a uma certa hora; fóra disso é prejudicial para aquelles que veem ás 11 ou 11 e meia, e em grande vantagem dos que veem á meia hora.

O melhor é que fiquem as conversas para o fim, muito embora se leia o expediente ao principio; depois da leitura do expediente, ordem do dia, e todas estas palavras para apresentar requerimentos ou outras cousas para o fim da sessão.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Eu não concordo em que uma resolução destas que transtorna a natureza dos nossos trabalhos, seja tomada assim. O que se ganha ficando para depois O expediente? Deixa