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1 Entendo portanto, que o Sr. Ministro da Fazen-•da deve declarar, quaes são as intenções do Gover-íio'a Wspeito da discussão do orçamento ; e se a sua fntenção é não-se fechar a Camará sem ser discutido o orçamento : se e a intenção do Governo, a au-torisação que pede é regular, devendo com tudo ser Uais curto o prazo.

(O Sr. -Presidente : — Isso já e*discutir a matéria : eu não quiz interromper o Sr. Deputado, porque estava á, espera da sua conclusão ; não dthse uma única palavra sobre a que Comrnissão devia ir o Projecto , e esteve somente discutindo a matéria. . . )

O Orador : — Tudo o que eu disse foi preciso para concluir se a Proposta do Governo deve iráCom-missão Especial, ou á Com missão ordinária de Fazenda ; eu entendo que não se deve conceder esta au-torisação senão por um praso muito curto, e então nesse caso deve ir á Commissão ordinária de Fazenda.

O Sr. Ministro da Fazenda: —Sr. Presidente : seria mui regular que o illu&tre Deputado esperasse pela minha resposta para declamar á sua vontade; mas a minha resposta piivava-o desse prazer; e por conse* quenciadeixava o Diarioda Camará de ter mais o eloquente discurso, cooique o illustre Deputado acabou d« mimosear o Paiz. Perguntou o illustre Deputado — «quaes são as intenções do Governo a respeito do Orçamento?"—E sem saber a minha resposta disse— que o Governo não queria, que se discutisse o Orçamento; então escusava de o perguntar. Sr. Presidente : o Governo quer a discussão do Orçamento; o Governo qurr, que netsia Sessão se resolva a questão financeira; e se se não resolver, não ha de ser por culpa dtlle; entenda oillustre Deputado isto como quizer. Sr. Presidente; o Governo não é tão insensato, não ccnhece ião pouco as suas cir-cumstancias, que queira, apenas se conceder esta autorisação, fechar o Parlamento; porque como ha de elle fazer freme ás imtrensas difficuldades, qne o1 cercam só com e»la autorisação?.. . Dá-lhe ella os meios, que lhe fallarn para prover ás despezas, que pesam sobre clfe?.. O Sr. Deputado que e bas« tcinternenle insliuido nestas matérias de Fazenda, sabe-o tão bem como eu ; e então não quero dizer o que merece em resposta esta sua observação.. . Pois o Sr. Deputado sabe, que em presença do cfo Jicit, que pesa sobre nós, esta autorisação não dá ao Governo meios nenhuns além dos ordinários , e djz«—. Vós quereis depois de dados estes meios fechar o Parlamento!!!... Para que?... Se o Sr. Deputado acha possível governur o Paiz só corn estes meios, venha sentar-se aqui, e governe; porqueen declaro, que lhe dava todo ò meu apoio; venha sentar-se nestes bancos, e conte que hei de ser o seu mais streniio defensor; mas o Sr. Deputado não o pôde fazer; porque é impossível; e então, Sr. Presidente, o Governo quer esta aulorisaçâo pelas razões, qne acaba de expor, e que parece que o Sr. Deputado não intendeu: o Governo quer esta autorisação; porque sem ella não pôde cobrar as receitas desde Outubro em diante; e quer esta auio-ris,açtiO extensa; porque só extensa é que o habilita a levantar as soturnas precisão para pag.ir as d.js-pezas extraordinárias, cuja importância o Sr. Deputado conhece.

Diz o Sr. Deputado ti dê-se-lhe uma nntorisaçao n de um meznll... E nade o Governo com tísta VOl. ?.° —SETEMBRO — 1841.

receita desse mez pagar as desppzas de que se arha carregado, e hade viver?! ! .. . De que? .. . Ora, Sr. Presidente, eu desejaria que o Sr. Deputado se convencesse de que está faltando diante da Camará qtie sabe a situação em que estamos, * que não pronunciamos uma só palavra a que a Cansara não saiba dar o devido valor... Pois o Governo com a aulò-risaçào para cobrar a receita de Outubro , Novembro , ou Dezembro hade pagar as despezas extraordinárias e hade pagar as de&pezas do serviço! Sr. Presidente, repito, já fiz opposição; mas a opposi-ção tem limites, a opposição não deve nunca aconselhar ao Governo alvitre nenhum, que ella não eslp-ja prompta a executar quando fôr Governo; o contrario é não ser opposição, é ser outra cousa que não quero dizer.. .

Sr. Presidente, o Governo quer a autorisaçào para estf fim, o Governo tem urna e muitas vezes combinado com a illustre Commissâo Interna,^ tem-lhe manifestado as suas ideas, os seus desejos, e as suas iniensòes, o Governo quer que a questão financeira fique resolvida n'esta Sessão; porque só assim é que poderá viver regularmente, o Governo nào quei que aquelles meios que se entende que são os meios uni-cog capazes de fixar definitivamente a soneda Fazenda Publica lhe sejam votados na próxima Sessão, quer já obte-los n'esta Sessão; porque quer ter tempo, e o tempo e' o elemento indispensável sem o qual não se pôde dar um passo; por consequência o Governo quer qim se lhe votem os meios para pagar aos ciedores» estrangeiros; mas quer lambem chamar a altençào da Ca mora paru as despezas que pezam sobre o Thcsouro, e o Governo dezeja que isto se faça n'esla Sessão ; quanto mais depressa se fizer, Sr. Pre-sidentí*, melhor srrá para o Governo e para o Paiz ; porque as diíficuldades longe de diminuir hão de augmentar todos os dias quanto mais tarde esta au-lorisaçâo tiver logar; isto é o pensamento do Governo , o Governo nào quer outra cousa , nem o poderia querer excepto se elle ignorasse qual era a sua situação; mas o Governo feliz osi infelizmente não a ignora, o Governo sabe perfeitamente bem a sua posição.

» — O Governo não quer economias n ! !: ... Expressão banal... que já faz tédio na boca do Sr-. Deputado; porque era preciso que elle a provasse. Hu convido o Sr. Deputado para me vir ensinar as economias que eu posso fazer!...-. O Sr. Deputado prebide a uma Repartição, lenha a bondade de me apresentar as economias, que n'ella se podem fa-'ztr, e tenha a certesa de que as heide fazer; mas vir aqui declamar desta forma o Sr. Deputado, que não avalia a sua situação que devia conhecer; porque a sua situação impõe-lhe deveres a que falta todos os dias!! ! .. O Sr. Deputado repilo , é Chefe de uma llepartiçâo subalterna do Governo, o Sr. Deputado não venha aqui inculpar o Governo sem ter feito aquilio, que aconselha no que e'da sua competência—; pelo menos ainda não vi um só acto do Sr. Deputado que manifeste que elle está possuído deste espirito, e o Governo está possuído deste espirito, eleiu-o manifestado pelos sem actos. {Apoiados). Nem o Sr. Deputado deve aqui vir fazer coro com os homens que dizem que us economias do Governo se reduzem a acabar cotn dous ou três Temporários do Thesouro : o Governo está muito a desta 'calutnni-a.—*»