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a dos orfãos, cujas fortunas, quando pequenas, não chegam para as despezas dos inventarios.

O sr. Presidente: — Devo advertir que já deu a hora designada para se entrar na ordem do dia; por consequencia fica este incidente pendente para a sessão seguinte.

O sr. Cardozo Castello Branco: — Peço que me seja concedida a palavra para uma explicação.

O sr. Presidente: — Eu não lha posso conceder, sem que a camara o resolva.

O sr. Cardozo Castello Branco: — Pois consulte V. ex.ª a camara.

A camara decidiu affirmativamente.

O sr. Cardozo Castello Branco: — Sr. presidente, eu desde que tenho a honra de ser deputado nunca dirigi palavra ou expressão alguma offensiva aos meus collegas, e invoco a este respeito o testimunho de todos aquelles que nesta e nas passadas sessões legislativas têem sido comigo deputados; (Apoiados) nem agora quando me dirigi ao illustre deputado, meu amigo o sr. Cezar de Vasconcellos, tive intenção alguma de o offender; e se o illustre deputado intendeu que as minhas expressões se dirigiam a esse fim, dou-lhe todas as satisfações necessarias para que não fique intendendo uma cousa que assim não é.

Eu o que disse, e ainda repito, é, que tendo o illustre deputado empregado differentes vezes contra a commissão de legislação expressões que não costumou nunca empregar, e tendo provocado a commissão de legislação, pareceu-me que o illustre deputado pensaria que havia algumas outras causas que não fossem motivo justo da parte da commissão: não attribui que essas provocações do illustre deputado viessem de algumas outras causas, nem estou persuadido de que algumas outras causas existam, nem de certo existem.

Parece-me que o illustre deputado deve ficar satisfeito com esta declaração que faço. (Vozes: — Muito bem)

O sr. Julio Pimentel: — Pedi a palavra para apresentar um parecer da commissão de instrucção publica. (Leu)

Ficou para opportunamente se tomar em conta.

O sr. Arrobas: — Mando para a mesa o seguinte requerimento. (Leu)

Ficou para se lhe dar destino na sessão seguinte.

O sr. Placido de Abreu: — Mando para a mesa a seguinte

Nota de interpellação: — «Pertendemos interpellar o sr. ministro das obras publicas, ácerca da necessidade de se resolverem as questões pendentes sobre a directriz da estrada do Porto a Guimarães por Santo Thyrso; fazendo-lhe sentir ao mesmo tempo a necessidade de se mandarem continuar immediatamente os trabalhos de construcção da dicta estrada, segundo o contracto feito com a companhia — Viação Portuense. — Placido de Abreu — Cyrillo Machado.

Mandou-se fazer a communicação.

ORDEM DO DIA.

Continua a discussão do orçamento da despeza da junta do credito publico.

Encargos da divida interna.

Cap. 2.º — juros 1.202:364$795 réis.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Não me parece que

se possa começar esta discussão sem estar presente o sr. ministro competente. Como se ha-de discutir o orçamento estando os bancos do ministerio vasios? Por consequencia proponho o adiamento. E não é em relação a mim, porque tenho muitissimo poucas observações a fazer, mas intendo que não é nada constitucional nem parlamentar estar uma camara de deputados a discutir o orçamento na ausencia completa dos ministros. Elles sabiam muito bem que se discutia o orçamento: se não estão aqui, é porque não podem ou porque não querem; se não podem, não temos culpa disso, se não querem não podemos fazer-lhes a vontade. Deve pois adiar-se a discussão do orçamento até que venha algum sr. ministro.

Foi apoiado — E logo approvado.

O sr. Presidente: — Passa-se ao incidente que se interrompeu, do requerimento do sr. Cezar de Vasconcellos.

O sr. Ferreira de Castro: — (Sobre a ordem).

Peço a v. ex.ª consulte a camara sobre se este incidente está discutido, a fim de se passar á ordem do dia, ou a outros trabalhos.

Julgou-se discutido — E pondo-se logo á votação o Requerimento do sr. Cezar de Vasconcellos em duas partes:

1.ª parte até ás palavras — reforma judiciaria — foi approvada.

2.ª parte até ao fim — rejeitada.

E como se achasse já presente o sr. ministro da fazenda, entrou-se na ordem do dia.

O sr. Cunha Sotto-Maior: — Sr. presidente, continuando o meu discurso direi mui poucas palavras á camara.

Eu disse na sessão passada que pedira a palavra com a condição de poder sair fóra da ordem e de me desmandar como tinham feito os deputados que fallaram antes de mim; mas que pensando melhor sobrestaria nessa resolução, que, até certo ponto, foi concedida pela camara, porque tolerou o precedente, e os precedentes nesta casa constituem certa especie de direito; e eu podia socorrer-me a esse direito como tinham feito sem auctorisação alguma os deputados que me precederam: não quiz.

Sr. presidente, não espero que as minhas palavras e as minhas reflexões demovam do orçamento a mais pequena verba de despeza que lá está, por consequencia não quero locar neste assumpto; mas o illustre ministro da fazenda e alguns dos deputados que fallaram nesta questão, ou a favor ou contra, referiram -se a certas transacções offerecidas, propostas, ou entaboladas com o banco; e eu declaro francamente á camara que não acredito nessas transacções, o não acredito por honra da camara, por honra do paiz, por honra do governo, e por honra dos cavalheiros que directa ou indirectamente entrassem nellas. Sr. presidente, não creio ser possivel, não acho justo, não julgo sensato, intendo que é fallar a todas as indicações do brio e pundonor, procurar o governo uma especie de conciliação qualquer com o banco, quando veiu aqui a esta camara, e não contente de vir a esta camara passou á outra, e declarou que o banco era um estabelecimento altamente lesivo para o paiz, que era um fóco de grande agiotagem, a usura desgrenhada, que tinha roubado o estado, e que era composto na maior parte de homens que não davam garantias ao estabelecimento, e de cuja probidade particular até se podia duvidar (O sr. ministro da Fa-