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Sr. Presidente, peço a urgência', e peço votação nominal. . • .

(3 Sr. José Estevão • —Sr. Presidente, o Sr. Deputado pediu a votação nominal, assim como pediu a urgência pára essa votação. Sr. Presidente, é sobre se essa Moção deve ser ou não admittida á discussão que eu pedi a palavra.

O Sr. Presidente: — Eu não posso propor a sua discussão sem que primeiro consulte a Camará para ver se a adinitte ou não.

O Orador: — Sr. Presidente , o auctor da Moção pediu Uma votação nominal, e'sobre isso que eu queria fui lar....

O Sr. Presidente:—Não posso ainda dará pá-, lavra ao Sr. Deputado: vou primeiro propor á Camará se admitte a Moção do Sr. Deputado, e se ap-prova a votação nominal.

' /Vim foi adiniltido á discussão o Requerimento pá» rã• r,alaç

O Sr. Ministro do Reino: — Sr. Presidente, ap-provo completamente a primeira parte da Proposta do nobre Deputado} isto é, que se dirija a Sua Magestade uma Mensagem , agradecendo-lhe a cedência que acaba de fazer de uma parte da sua Dotação ; mas não posso approvar a segunda parte da rrn;$ma' Proposta, Sr. Presidente, Sua Mágestade tem .mostrado em todas as ocrasiòesque e' sollicha em pro-mòv'r o bei-n do Paiz, e que attende mais que ninguém ás urgências do Thesouro. Em consequência Úisto, não e necessário que se lhe diga que se espera que Ella êerú sempre a primeira; e espero que a Camará approvando a primeira parte da Proposta, haja de rejeitar a segunda. Se é necessário mando urna Substituição, (fozes:— Mande, mande).

O Sr. Forneça Magalhães: — Sr. Presidente, quer V, Ex.a ter a bondade de pedir ao Sr. Secretario, . que me faca o obséquio de ler outra vez em voz dis-lincta a Proposta do Sr. Deputado? (Leu).

Sr. Presidente, eu approvo. a idea toda, mas não mo pareço que a redacção esteja para assim me explicar, tão clássica como o objecto requer (dprna-doxj. Eu desejo qUe conste a Sua Magestade que a Camará está certa do grande interesse que Sua Magestade íem peja causa publica, e quanto ella sabe que Sua Magestade dará sempre.o primeiro exemplo de sollicifide pelo beln dos povos .... mais nada f nem eu digo que assim se escreva.... Sr. Presidente, é difíici) emendar uma redacção escripta por uma redacção ~oral proferida de repente. Em fim eu npprovo a idea como já disse, mas em quanto á segunda parte da Proposta parece-me que a sua redacção não exprime o sentido que a Camará Ihede-, vê dar, nem úquelle que _o seu i Ilustre auctor quer dar-lhe; porque elle não pertendia que esta segunda parte tornasse mesquinho õ nobre sentimento expresso na primeira ( /ipoiados). Poucas palavras bastam para se declarar esse sentimento, que em si mostra ser filho da mais ampla confiança; e em taes casos quanto menos palavras se empregam, mais se diz. Os grandes sentimentos não se desenvolvem; apresentam-se, e entendem-se bem por uma só frase. Quem muito se quer explicar, receia que o não creiam ; e quem tem este receio, não crê. em si próprio. Maseu sei que a Camará e sincera, e como tal será reputada.

O Sr. Cardoso Cantei-Branco:—Sr. Presidente, a minha Proposta foi feita á pressa, e concordo que

. ella não está redigida em termos próprios do obje» cto. Mas, Sr. Presidente, a idea é a que eu consi-» gnei na rninha Proposta, que não pôde deixar de ser approvada pela Camará. Pore'm, Sr. Presidente, o que eu pertendo é que a minha Proposta, e a que b Sr. Ministro do Reino acaba de mandar para a Mesa, sejam-uma e outra remétlidas a uma Com-» missão, para que esta as redija em termos próprios, e competentes.-. •'..'.

O Sr. Ministro do Reino:—Sr. Presidente, eu disse que -havia de mandar uma Substituição ou Emenda para a Mesa, pois entendo que a Proposta deve comprehender não só a Sua Magestade a Rainha, mas também a EI-Rei (/Ipoiados)j porque Sua Magestade acaba de fazer lealmente urna g ne-rosa cedência de 40:000$ ' de-réis deduzidos da sua dotação de 100 contos que recebia. - • . • '

A minha Substituição ou Emenda é a seguinte

EMENDA..—-«Que se dirija uma respeitosa Mensagem a Suas Magestades, para em nome da Camará agradecer a generosa cedência que Acabam de fazer de parte de Suas Dotações em beneficio do Thesouro Publico.» — Costa Cabral.

O Sr, Presidente: — A primeira cousa que a Camará tem afazer, e ver s^adm tte adi -ussão a Substituição ou Emenda do Sr. Ministro do Reino.

Foi admittida,

O Sr. Almeida Garrett: •—Sr. Presidente, eu não posso censurar o pensamento apresentado na Emenda do Sr. Ministro do Reino, quando diz que se votem agradecimentos ás Pessoas da Família Real r a idea não pôde ser contestada, mas a expressão pó-, de e tleve sê-lô.

Sr. Presidente, a Camará não tem relações Cons-titncionaes senão com os Ministros e com Sua Magestade a Rainha, que felizmente reina sobre nós, e que e' o Chefe do, Estado (Apoiados) : é a quem, nos dirigimos em actos públicos, sendo só a Ella que nos podemos dirigir. Nós não vivemos Hebaixo dp regimen de dous Cônsules (Apoiados), vivemos sim debaixo do regimen de um só Imperante.

Quando o illustre Deputado auctor da Indicação a apresentou, de certo não se referia menos á cedência feita pelo Chefe do Estado, do que por qualquer Príncipe Membro da Real Família; mas lembrou-, se que nós não podemos dirigir Mensagens senão ao Chefe do Estado. Apròveite-se embora a idea do Sr. Ministro do Reino, agradeça-se a EI-Rei a concessão que fez, assim como a que fizeram todos os Membros da Real Família, porque isso pôde dizer-se, e á Camará fica beiii odize-lo: más enviar uma Mensagem a um Principe que não seja o Chefe do Estado, isso nunca. E eu voto contra, porque e' um exemplo fatal e de mui funestas consequências. Com. os Príncipes actuaes, e nas actuaes circumstancias entendo que não pôde haver maior perigo; mas po-. dem vir outros Príncipes e outras circumstancias, e então o perigo é irnminenle; e por isso voto contra.