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SESSÃO DE 2 DE JUNHO DE 1885 2813

portos de Calcuttá e Bombaim. «Pois não haja tambem docas no porto de Lisboa!" E notavel que o illustre parlamentar só fosse buscar o caso de excepção.
Mas, o sr. Adolpho Loureiro não disse só isso e se s. exa. tivesse tido o cuidado de ler todo o extracto do discurso do illustre engenheiro lá encontraria o seguinte: Que em Calcuttá, onde havia cães, embora não houvesse docas, encontrava elle junto d'esses cães vapores dipostos em tres filas á espera de occasião para acostarem aos cães. e no sitio onde não havia vapores havia navios de vela dispostos em seis tilas tambem á espera de occasião de acostar aos cães para carregarem ou descarregarem.
Porque é então que no porto de Calcuttá se faz a carga e descarga pelo serviço das fragatas? E evidentemente porque lá o desenvolvimento e a extensão dos cães não são suficientes para o desenvolvimento commercial. (Apoiados.) E tanto assim é que, como tambem diz o sr. Adolpho Loureiro, lá se estão agora a construir docas para se augmentar a extensão dos caes!
Que admira que lá em Calcuttá, onde o serviço de fragatas se póde fazer baratissimo, porque o coolie ganha um pataco por dia, ou menos, ainda haja este serviço no trafego desse porto, quando os vapores precisam de se dispor em tres filas, e os navios de vela em seis filas, todos á espera de occasião para acostarem?
E, realmente, que melhor argumento do que o deduzido deste exemplo de Calcuttá, onde o coolie ganha quarenta réis por dia, se póde apresentar para a defeza dos melhoramentos do porto de Lisboa? (Apoiados.}
Ha finalmente uma outra questão que é a do regimen do rio e da barra, que influe poderosamente no espirito do illustre deputado.
Se ha questão que tenha sido largamente tratada e a questão do regimen.
Foi largamente considerada no relatorio da commissão de 1883; foi muitas vezes apreciada na discussão que teve logar na associação dos engenheiros; e não haveria seguramente engenheiro algum que se lembrasse de projectar obras no porto de Lisboa que podessem comprometter o regimen do rio e a facilidade e segurança do accesso da barra.
Esta é uma questão importantissima e a primeira, porque as condições naturaes da facilidade e segurança de accesso a este porto e as da sua grande braceagem e segurança interior dão-lhe vantagens que o tornam invejado por quasi todos ou todos os portos da Europa, (Apoiados.)
Esta questão foi largamente tratada e não admitte duvidas. E uma questão technica.
A grande quantidade de aguas armazenadas durante a preamar, no mar da Palha, ao sair durante a baixamar pela secção reduzida em frente da torre de Belém, incide como em estoque sobra o banco da barra e profunda os canaes d'esta.
As circumtancias d'este regimen não se alteram porque a á secções, ainda as que ficam menores, não ficam sensivelmente mais reduzidas do que a secção da torre de Belém.
Nem o estoque das aguas, nem a quantidade d'estas que, armazenando-se no mar da Palha, o produzem, ficam reduzidos, porque a velocidade augmenta e, alem disso, as resistencias á corrente diminuem pela substituição da margem actual, aspera e escabrosa e pela superficie regular de um muro de caes. (Apoiados.}
Já passa muito da hora e por isso termino.
Vozes: - Muito bem.
(O orador foi comprimentado.)
O sr. Presidente: - A mesa, em virtude da auctorisação que a camara lhe concedeu, nomeia para a commissão de inquerito sobre a emigração aos srs.: Luciano Cordeiro, Adriano Cavalheiro, Ferreira de Almeida, Souto Rodrigues, Sebastião Centeno, Garcia Lobo, Arthur Seguier, Figueiredo Mascarenhas, Sant'Anna e Vasconcellos, Antonio Candido, Marcai Pacheco, Jeronymo Baima de Bastos e Goes Pinto.
E para a commissão do regimento, alem da mesa, os srs.: Luiz de Lencastre. Navarro, Mattoso e Joaquim Antonio Neves.
Á noite ha sessão para continuar a discussão do projecto n.° 157. E para ordem do dia da sessão de amanhã, alem da que estava dada, ficam dados mais os projectos n.ºs 144, 136, 171, 158, 165 e 160.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas e um quarto da tarde.

Redactor.- Rodrigues Cordeiro