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SESSÃO DE 8 DE JUNHO DE 1885 2981

de Louredo e para Miranda do Corvo; mas sim o foram para que as suas vantagens podessem ser aproveitadas em cada uma d'ellas em toda a sua extensão, de extremidade a extremidade.
É duro, sr. presidente, que vindo passageiros por qualquer d'aquellas estradas até Goes, com toda a commodidade em bons carros (tem havido ha muito tempo diligencias diarias de Coimbra para Goes, por Louzã, pela estrada n.° 57, e agora tambem as ha, tres vezes por semana, de Coimbra para Goes, por l'oiares, pela estrada n.° 57-A), e querendo seguir para Arganil, Tábua, Santa Comba Dão, Coja, Avó, etc., tenham de recorrer a cavalgaduras, se as encontrarem, ou a carros de bois, para continuarem de Goes para Arganil por estradas bem pouco boas, podendo d'ahi por diante arranjar aquellas mesmas commodidades; e que o mesmo aconteça aos passageiros que vierem ter a Arganil para seguirem para Goes, Louzã, Poiares, etc.
Também é duro, sr. presidente, que estando uma d'estas estradas toda concluida até Goes, o de Arganil por diante, e estando a outra tambem toda concluida até Goes, e quasi concluida de Arganil por diante, esteja por construir o lanço, centro de ambas, que põe em communicação a sede da comarca com um dos melhores concelhos da mesma comarca.
Alem d'isto, sr. presidente, o concelho de Góes é muito importante, não só pela riqueza da sua producção agricola, mas tambem pela sua industria. Ha na villa de Goes e na varzea bons estabelecimentos commerciaes. Ha na varzea uma excellente fabrica de fiação e de moagem; ha na Ponte Solam outra fabrica de papel que rivalisa com as melhores do nosso paiz; e ha outra fabrica de fiação e de tecidos de boreis e outros pannos em Alvares, onde alem d'isto se exerce em grande escala esta mesma industria em muitas casas nas diversas povoações d'essa freguezia.
É por isso muito grande a importação de objectos commerciaes e de matéria prima, e a exportação dos productos das industrias; e é certo que para uma e outra se fazerem, para o lado do nascente, a melhor via suo as ditas estradas districtaes de Góes para Santa Comba Dão, por Arganil e Tabua, e do Goes para Galizes por Arganil, Coja e Avô, das quaes ambas faz parte o dito lanço de Goes a Arganil. Ainda ha mais, sr. presidente. Desde que veiu a molestia ás vinhas, em 1852, os concelhos de Goes, Louzã e Miranda, vão buscar o vinho, para a maior parte do seu consumo, aos concelhos de Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua, etc., e sem duvida as estradas mais aproveitaveis para a conducção de todo este vinho, que se faz em muitos centos de pipas por anuo, são aquellas districtaes, de que é centro o dito lanço, como já disse.
É, pois, evidente, sr. presidente, que é de toda a urgência, por ser do maior interesse publico, a conclusão da construcção da estrada entre Goes e Arganil.
Sr. presidente, tambem anda em construcção, dentro do concelho de Góes, como já disse, a estrada real de Coimbra a Castello Branco. Esta estrada está ha muito aberta á circulação até á Portella de Goes, donde segue para Goes a dita districtal n.° 57; e já tem alguns lanços construidos d'ali para diante pela serra fóra para o lado da Pampilhosa: mas ainda não chega á Portella do Vento, sitio fronteiro á villa de Alvares, séde da freguezia de Alvares, de que já fallei. Ora a camara municipal do concelho de Goes, reconhecendo a necessidade de pôr em communicação os povos d'esta freguezia, uma das mais importantes do concelho, pela sua grande população, pela sua riqueza e pela industria a que já me referi, com aquella estrada real, que os leva a outras estradas e caminhos de ferro, para irem commodamente á cabeça do seu concelho e às terras onde exerçam o seu commercio, já obteve a approvação de uma estrada municipal da dita villa de Alvares áquelle sitio da Portella do Vento, onde ha de passar a dita estrada real; e está resolvida a tratar quanto antes da construcção d'essa estrada municipal.
Por isso, como esta estrada municipal não pode produzir o seu fim sem que a estrada real chegue á Portella do Vento, ha para a construcção do lanço desta estrada até esta Portella, alem das rasões geraes de interesse publico, as especiaes do interesse da dita freguezia, que é muito importante, como já disse.
Alem d'isto, sr. presidente, ainda ha outra estrada a fazer, e com urgencia. É a estrada de Avô, onde passa a districtal n.° 57-A, a Pomares, freguezia importante do concelho de Arganil, e para a qual as vias de communicação não são más, são pessimas.
O governo já reconheceu a necessidade da construcção d'esta estrada, porque foi elle mesmo que mandou estudal-a; e os estudos estão no ministerio das obras publicas, com parecer favoravel da junta consultiva.
Era por tudo isto que eu queria pedir ao sr. ministro das obras publicas, que na distribuição, que em breve tem de fazer, da somma orçada para obras publicas, contemplasse estas quatro estradas: as duas districtaes, 57 e 57-A, com as verbas necessarias para a sua conclusão, o que não será muito, porque n'uma só falta o lanço entre Goes e Arganil, e n'outra, alem d'esse lanço commum, um pequeno pedaço; a real, com a verba indispensavel para ao menos ser construida até á Portella do Vento, onde ha de vir entroncar com ella a municipal de Alvares, quando não seja possível contemplai-a com. verba sufficiente para a construcção se fazer até á Pampilhosa, como eu muito desejava; e a de Avô a Pomares, que é reclamada pela maior necessidade, com a verba já orçada para a sua prompta construcção.
Como o nobre ministro não está presente, peço ao meu prezadíssimo amigo, o sr. ministro da marinha, que transmitia áquelle seu collega o meu pedido, afiançando-lhe que confio plenamente em que s. exa. me attenderá, não por mim, que nada valho, mas pela bem evidente justiça do pedido.
O sr. Ministro da Marinha (Pinheiro Chagas): - E para dizer ao illustre deputado e meu estimavel amigo, o sr. Torres Carneiro, que participarei ao meu collega as sensatissimas considerações, que s. exa. acaba de fazer.
O sr. Moraes Machado: - Mando para a mesa uma representação da commissão executiva da junta geral do districto de Bragança, em que pede se tomem ainda na actual sessão legislativa as medidas mais convenientes para resolver a crise agrícola por que está passando o paiz. Desejava que fosse consultada a camara para auctorisar a publicação no Diario do governo.
O sr. Pedro Diniz: - Mando para a mesa um projecto da commissão de marinha ácerca do projecto n.° 175-B, que tem por fim elevar o vencimento que a titulo de comedorias se abona aos officiaes da armada.
Peço que seja enviado á commissão competente para sobre elle dar o seu parecer.
O sr. Presidente: - Vae ser enviado á commissão de fazenda.
O sr. Consiglieri Pedroso: - Sr. presidente: pedi a palavra a fim de mandar para a mesa, uma representação, assignada por quinhentos operários empregados na industria dos phosphoros, em que se pede á camara dos srs. deputados que tenha em consideração, as rasões expostas nesse documento contra o projecto de lei, ha dias apresentado ao parlamento, para que o estado assuma o monopolio da referida industria.
Os requerentes esperam que a camara não dará andamento a uma idéa, que, a realisar-se, teria como inevitavel consequencia a miseria de mais de quinhentas familias.
Como o projecto não tem ainda parecer da commissão respectiva, não desejo estar tomando tempo á camará, com