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passou; e appelio também para a consciência de 30 ou 40 Deputados que estavam, nessa reunião».. (O Sr. Silva Cabral: — Eram 60). Disse-se mais alguma íousa; o nobre Deputado que me está interrompendo disse — « o Governo não quer intenções quer factos, —isto depois de ler censurado altamente a Maioria por haver approvado uma Proposta da Esquerda!... A* vista disto eu entendi que devia ser este o ultimo momento da minha ligação com o Governo, a quem como a Camará sã* be, tenho prestado rnuilo apoio honesto (*dpoia-dos) ;,porque toda a Administração que faz exigências tão {Ilimitadas , não merece o apoio de Deputado independente. Servia um Emprego Publico, pedi a minha demissão, porque não-queria sacrificar a minha opinião. •(Fozes da Esquerda : — Muito bem , muito bem). Eis-aqui declarada a verdade de lodo o facto, eis-aqui cumprida a minha pró- , messa, promessa que não cumpriria se não fosse forçado a isso; a Camará receba-a como julgar na sua sabedoria; eu pela minha parte tenho dado uma satisfação á minha consciência, ao Parlamento, ao Paiz , e a meus Constituintes, (Fozes da Esquerda: — Muito bem, apoiados).

O Sr. Ministro do Reiiio: — Eu estou justificado, porque os documentos que o nobre Deputado tinha na mão', e com que devia provar a sua asserção, reduziram-se a fazer aqui uma narração do quê elle diz se passou n'uma reunião ; se taes documentos fossem apresentados, perante um Tribunal Judicial, depois da asserção do nobre Deputado, creio que seriam in litnine despresados! .*. Sn Presidente, em objectos desta natureza, quando se avança uma asserção semilhante no Parlamento, apresentam-se documentos comprobativos, e não se vern aqui contar contos (pertnitta*se-me á expressão) da carochinha.

O nobre Deputado disse-^-que o Governo tem exigências contra as quaes se deve levantar todo ò homem de bem. — Pois o nobre Deputado não teve independência , não teve consciência se não ha quatro ou seis dias? (Apoiados). 'Isto é a miséria das misérias!... Onde está essa independência, onde está essa consciência? Na Sessão passada $ ha quatro ou seis dias, ainda o nobre Deputado jul* gava que o Governo era excedente, julgava que merecia ser apoiado pelos homens de bem (porque nesse numero diz elle que se conta), e ha pouco tempo entende que as exigências do Governo, são de natureza tal, que nenhum homem de bem as deve satisfazer !

Sr. Presidente , eu appcllo não para trinta Deputados (como disse o nobre Deputado), rnas para sessenta que se achavam nessa reunião; appelio para esse honrado Barão que se senta ao lado do nobre Deputado, a quem eu ainda ha poucos dias disse, explicando o comportamento do nobre Deputado, que o Governo não exigia, nem podia exigir de nenhum seu amigo político qoe votasse á carga cerrada com elle, porque muitas questões havia em que não era possível, que o Deputado, qiíer fosse empregado, quer não fosse, pela sua posição especial, deixasse de discrepar do Governol E depois disto, Sr. Presidente, vern-se aqui contar o que se passou a um cantinho, no corredor ou em alguma reunião?!... Isto é cousa que nunca se praticou ! ... Mas, Sr. Presidente , boa posição c VOL. 6.°—JUNHO-^-1843.

a de um Governo, contra o qual não ha outro mo* tivo de accusação senão estas misérias; recorre-se a estos bagatellas, a estas insignificâncias para vir aqui accusar o Governo; e o Governo no meio de tudo isto sabe V.Ex.* oque deseja! Ê que seapro-veite o tempo (Apoiados) j é que se discutam as matérias Importantes, e não estas bagatellas, que se trazem ao Parlamento*

O nobre Deputado tinha outro meio a que recorrer ; tinha a imprensa, onde podia tractar este negocio; mas trazer aqui um caso particular, e traze-lo allegando provas e documentos, e no fim apresênlar-nos contos de caritos! ... Peço licença para dizer—'hão demos á Nação, é á Europa exemplos do nosso atrazo!...

«Concluirei dizendo, que o nobre Deputado foi menos exacto na accusação quo fez ao meu Colle-ga. (O Sr. Pa/meiro: —Fui exacto). E eu espero que o nobre Deputado hão poderá provar o que disse, senão com o seu testimunho; ríiaa esse tesli* munho, depois do que se tem passado, hão me parece que seja muito acreditado.

O Sr. Presidente (leu o artigo Regimental):—' A Interpellaçãp está acabada; resta propor á Gamara se quer conceder a palavra áquelles Senhores que a tem pedido sobre o mesmo objecto» À Camará decidiu negativamente. O_Sr. dlmeida Garrctt: •—Mas eu peço para in» lerpellar o Sr. Ministro do Reino sobre o mesmo -objecto* * ^

O Sn Presidente : — Queira o Sr. Deputado man* dar para a Mesa por escripto o objecto dalnterpel-lação > porque o Regimento determina que preceda a prévia communicação.

O Sr. Alves Martins: — O Requerimento, que vou faíer compõe-se de duas partes; a primeira é para que V. Ex.* sendo tão rigoroso ern observar o Regimento acerca dás Interpellaçôes, tenha a bondade de ler também o artigo do Regimento * que manda, que a Camará por uma decisão sua, e sem entrar em discussão deva classificar urna Moção de um Sn Deputado como Interpellação, tendo esta logar senrser ha ultima hora. Em segundo logar peço a V. Exi* que consulte a Camará se consente, que os documentos, que estão na mão do Sr» Deputado Palmeiro, que não são os que o Sr. Mi* nislro do Reino lhe pediu, porq.tie S. Ex.* bem sabe que esses não podia o Sr. Deputado apresentar^ porque não tinha a Acta da reunião .. . (Sussurro) peço a V. Ex.* digo, qud consulte a Camará , se consente ern que o Officio, que o Sr. Deputado di» rigiu ao Sr. Ministro do Reino, o Decreto e a Portaria, bèrn como a carta que elle depois lhe escreveu na qualidade de particular, e a resposta de S. Ex.a, que estes documentos todos seinsiratii.no Diário do Governo,. . (O Sr. Ministro do Reino: — O que, cartas particulares? Pague a despeza.) O Orador: — Pois que pague a despeza,.. (O Sr. Ministro do Reino:— ísso é com o Redactor.. .) O Orador: —- Et» vou mandar para a Mesa o meu Requerimento e realmente acho insólito, que a Camará não consinta," que estes documentos sejam publicados no Diário do Governo....

O Sr. «7. Bento Pereira: — Eu pedi a palavra para um Requerimento ....