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Sua Magestade o direito* quetern o mais humilde de seus súbditos? Acaso não pode franquear a quem quizer a sua mesa ? (Apoiados).

Agora, Sr. Presidente, repelirei, que nós devemos approvar esta verba, não em attenção á pessoa, maa Eim ao logar e dignidade do cargo. Aqui tracta-sedo Vigário Geral do Arcebispado de Lisboa, e de nada tnais. Quando entro nesta Camará, deito fora das suas portas todas as simpathias, ou antipathias; nem por ellas me decido em matérias de tanta gravidade. Não direi eu que meus illustres eollegas deixem de obrar pelo m^smo modo, mas ás vezes a tenacidade, com que se faz opposiçâo, e o emprego de argumentos ad odium , trazem pelo commum certa prevenção desagradável. Não e a meu ver excessiva a verba , se se considerar que o Vigário Capitular de Lisboa não tem passaes nem outros beneses, de que gozam os das Províncias, ao passo que é obrigado a tractar-se com certa decência, e a fazer graves des-pezas. Nesta parte muito estimo estar d'acordo com o Parecer daillustre Commissào Ecclesiaslica; cujas firmas para mim são de grande peso, e com ella voto sem difficuldade a verba proposta.

O Sr. Fonseca Magalhães: — Afíígura-se-me, Sr. Presidente, que a matéria está discutida, ou quasi discutida; alguns Srs. Deputados faltaram pró, e outros contra; os que fallaram pró conformaram*se mais com a minha opinião, e não se diga que ha alguma affeiçâo da minha parte para com a pessoa de que se tracta, agora o que se discute e a verba do Vigário Geral, Arcebispo de Lacedemonia. Sinto que aqui não esteja um illustre Deputado, que distingue os liberaes velhos dos novos pelo respeito que estes tem, e aquelles não tinham, á Religião e aos seus ministros, mas vamos por diante. Nào conve'm á nossa dignidade, nem á da Nação, que os altos funccionarios ecclcstasticos, como o Vigário Geral de Lisboa, que é um Arcebispo eleito, deixe de ter meios para a sua docência externa. O respeito á Religião, ao menos entre o vulgo, depende dessa decência. Talvez na primitiva Igreja assim não fosse, e ate' fosse o contrario, mas hoje a loba velha e grosseira de urn clérigo simples conviria mal a um prelado puppiinr. O Arcebispo e de Lacedemonia, mas nós não estamos nem religiosa, nem politicamente na antiga .Lacedemonia. As Nações em certo estado de civilisação-não votam respeito á singeleza e par-cimonia dos tempos palriarchaes. Não careço de dar desenvolvimento a estas considerações, porque todos os Srs. que rr.e. escutam o podem fazer melhor do que eu. Traclemos de decidir se e excessiva a somma determinada para o alto funccionario de que se tra-cta; e isso que se diz que elle, recebe como emolumentos do oíficio poderá, se for demasiado, diminuir-se competentemente. Sinto muito ter ouvido ao meu amigo antigo, e talvez também moderno, o Sr. Galvâo Palma, que estes emolumentos ascendem a consideráveis sommas : isto por uma asserção simples, que pode ser contrariada por outra com a mesma auctoridade. Quero que alguma couea receba, mas quem lhe disse que eram essas quantias assustadoras? Tracto do ordenado concedido pelo Governo, c não desses emolumentos, grande parle dos quaea tetn applicação piedosa. Tudo o que se pondera foi presente á Comniissão; e apesar disso seus respeitáveis Membros convieram em que se não diminuísse a verba. Também o Sr. Deputado a que me refiro fal-

lou de accumulações. Sr. Presidente, V. Ex.* è eu somos do tempo em que se dizia que a minha cabeça era cuberta por cinco chapeos; e eu apenas tinha um, e um tanto usado. Accumulações! De ordinário faz grande ruído com ellas quem menos razão tem para o fazer (Apoiado, apoiado.) Acontece quasi sempre o que diz o dictado = vemos o argueiro no olho deoutrem, e não sentimos a tranca em o nosso— bom será

Que varra cada qual sua testada

Que assaz borbulhas tem para coçar-se.

Sr. Presidente, uinguem dirá que jamais me viu combater o systema das economias: tão pouco sou advogado das accumulações: pelo contrario sempre contra ellas ergui a minha débil voz. Mas parece-me que a verba de que se tracta foi escripta com allen* cão a essas economias, que não devem ser tamanhas que obriguem um alio funccionario a faltar á decência quê lhe convém. Se a tanto o obrigassem as eco-npmias passariam a raia do justo, e seriam um grande mal „ em logar de uma medida altamente necessária. Por todas estas considerações approvo a •verba que se acha aeterminada para o Arcebispo de Lacedemonia),

O Sr. Ferrer: —>- Eu cedo da palavra; parece-me que esta matéria estádisculida ;'epeço aV.Ex.acjue assim o proponha á Camará.

O Sr. Aguiar :—Já agora que veio o Sr. Ministro da, Justiça parece-me que será conveniente, e politi^ co o ser ouvido S. Ex.a sobre esta matéria.

O Sr. Joaquim A. de Magalhães: — Sr. Presidente, eu creio que a Camará decidio que se não esperasse por o Sr. Ministro da Justiça,... (^oses, já está presente). Bem; então sou da mesma opinião do Sr. Deputado, que acaba de fallar, e julgo muito conveniente, e muito justo que o Sr. Ministro diga alguma cousa sobre um objecto de tanta importância. E' preciso advertir que não se tracta do Arcebispo de Lisboa, tracta-se do Vigário Geral do Arcebispado de Lisboa; por consequência todas as reflexões que se fizerem são necessárias, ainda que eu voto pela verba de um conto e seiscentos mil rs. ; c embora se tracte d'uma Lei especial que corte os emolumentos, que se levam pelas dispensas matri-"moniaes.

Julgou-se a matéria discutida.

O Sr. Ministro das Justiças: — Peço a palavra. (O Sr. Presidente: — A matéria julgou-se discutida.) O Sr. Jllinistro das Justiças:—Só para dar algumas explicações.....( Foses: —tal lê * fa'le).

Consultada a Camará, decidiu que se desse a palavra ao Sr. Ministro*

O Sr. Presidente: — Da-se a matéria por não discutida.

O Sr. Ministro da Justiça: — Hoje era dia de despacho, e por isso vim um pouco mais tarde, não ouvi por tanto o que se disse a icspeito desta verba, mas por aquillo, que ouvi depois que entrei, entendi que a Camará tinha adoptado, e votado já esta verba (ainda se não votou) pois bem; no orçamento propoz-se esta verba de um conto e seiscentos mil reis, e eu entendo que está muito bem proposta, e que e justa; posto que seja convevenierite o fazerem-se todas, as economias em tudo aquillo que é excessivo, em o nosso estado actual, com tudo devem ser feitas de modo que fiquem com meios para viver, e para.ter a.representação, de que care-