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em estado de os tomar; morreu de necessidade. Agora já não ha remédio: Deos tenha em bom logar a sua alma; mas praza a Deos que mortes destas nos não visitem.

Dir-se-ha , e creio que bem ; não foi a tenuidade do ordenado quem deu garrote áquelle desgraçado, foi a falta de pagamento f mas se o ordenado fo^se maior, poderia o infehz poupar delle alguma cousa ainda que fosse larga a distancia de quartel a quartel. Não sei comtudo o que se pôde poupar do stri-cto necessária para a existência humana; muito mais não se pagando. Eu advoguei a conservação da verba do Arcebispo Vigário Geral deste Patriar-chado : pela mesma r.uào entendo que, considerada asitdação eccIesiabtico-poHlka (não sei se digo bem) do Corpo Capitular de Lisboa , e preciso ter alguma contemplação com os seus Empregados.

São clles neceí^arios? Ainda não ouvi pôr em dú-Vida a necessidade destes antigos Conselhos da Igreja ; «ao têem elles culpa, se se lhes não dá boa direcção. -A necessidade de taes Conselhos, que tanta influencia tinham no eulto , e na conservação da Religião e ensino do Cleio, está por todos reconhecida. Dir-5e-ha; mas já nelles nada se ensina: pois façam, que 'ensinem os que lá eslâo; lá está o Mestre escola, o Penitenciário, o Chantre: este ullirno deve occu-par-se em ensinar eantochãa, e todos os demais o que lhes incumbe. Não se olha seriamente para isto. (Riso), fcv assentam os Srs. que estão rindo que estas cousas são assumpto para gracejo, eu não. Srs. fe' preciso saber eantochão para se celebrarem bem os "Otficios do Culto. Deve pois ser considerada a ma-ftutenção decente doe Capitulares da Igreja, sem comtudo haver prodigalidade, ou desproporção com os ^tJemím Empregados.

' Ora, Sr. Presidente, eu voto por este quadro do Clero Capitular de que agoiu se falia; e também voto que daqui em diante se não despache mais Cónego algum, e ainda digo, que tal nomeação jamais seja feita antes que faltem alguns no mesmo quadro completo, i!e que tanto se tem aqui fallado.

Eu vejo que se votou uma somma para os Cónegos sem distincção entre elles e o seu Chefe : quero dizer foram consideiados por igual o Capitão e os Tenentes, cousa insólita. Deste que por motaphora •chamei Capitão sou eu amigo , mas quando o nào "fosse, nem por isso usaria de outra linguagem. O Deão de uma Calhedral, deve ter alguma cousa mais do que um Cónego. O Chefe de uma repartição ou corporação é mais considerado do que os qui? lhe não são iguaes, e aspiram'a chegar áqueíle logar. Eu já disse que não invoco o sentimentalismo ; se o invocasse diria: este homem é um mar-tyr da nossa causa; esteve preso na cadeia d'AI-vneida, durante *eis annos* perdeu a cadeira de Cónego magistial da Guarda, perdeu um logar ii-utn Collegio dos Militares de Coitubia e de Len--t£ da Universidade, e ficou reduzido ao ordenado tVe Deão, que nào poderia compensar tamanhas perdas ^ ainda que fosse muito maior. Nem quero esta compensação que não pôde dar-se, mas sim "alguma consideração mais cio que a que tem , e "érn virtude da qual se distinga o Chefe dos companheiros. Estes já fica dito que mui pouco recebem, que nào chegaria ainda que fosse pago para sua tíeeenle sustentação ; nids considerando a Camará este negocio, peço-liie que o Deào tenha, por pouco

que seja, alguma vantagem na qualidade de Chefe do Cabido.

Ainda este homem tem para mirn, gosto de o .dizer, outra circumstancia que me faz vontade de advogar a sua causa: foi um dos poucos que protestaram no Congresso das Necessidades contra as preterições do absolutismo; e eu. que sou liberal velho não posso esquecer-me desses acontecimentos, e dos que nelles figuraiarn bem.

Parece-me pois que o Parecer da Commissão está lavrado com atlençào á justiça j e eu voto que em logar da verba do Orçamento se approve o Parecer da Commissão.

O Sr. Aguiar : — ( Tendo-se dado ao Sr. Deputado os seus discursos para'os emendar, não os rés-tituio).

O Sr. JÍviía:—Eu quero que este Artigo vá inteiramente em harmonia, nas d i fie rentes disposições que comprehende. A Commissão declara que o Requerimento dos Beneficiados ainda não chegou ao seu conhecimento : é por tanto necessário que tomemos alguma deliberação a este respeito.

Os Cónegos tinham um conto de réis de ordenado, antes da reducçâo e os Beneficiados 000 mil re'is; os Cónegos foram reduzidos a 700 mil réis, e os Beneficiados a 400 mil réis. Se agora elevarmos os ordenados dos Cónegos a 800^000 reis, é de ius-

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Uca que aos -Beneficiados se faça o augmento de 50 rnil réis. Neste sentido mando para a Mesa uma emenda.

O Sr. Leonel:—Sr. Presidente, eu votei a verba de 1:600$000 réis para o Vigário Geral de Lisboa ; porque uie parece que a fazerem-se nisso algumas diminuições se deviam fazei proporcionaes eru muitas outras. Agora, Sr. Presidente, pelo que respeita á veiba da Sé Metropolitana, eu tambens entendo que entre o Deão e os Cónegos deve haver alguma differença, porque segundo a calhegona Ec-clesiastica o Deào é mais que os Cónegos; por isso approvo que ao Deão se vote mais alguma cousa; mas o que me parece é que se não pôde votar aos Cónegos o augmento que a Commissão propõe, eu digo a razào. Se houvessem meios bastantes, eu \otaria por esse augmento, mas os meios são poucos, e se se \olasse todo o augmtjnlo quê a Com-unssào propõe, o resultado havia de ser um au-gmenlo, no Orçamento dos Negócios Ecclesiasli-cos , de 2C contos de réis. Parece-me que não ha •remédio senão votar contra todo ou quasi todo o augmento de despeza, que propõe á Commissão Ecclesiastica para evitar assim um augmento com que não podemos: por isso eu voto paia os Cónegos o que propõe o Orçamento do Goveino, isto é 700 mil réis-e para o Deão voto que se lhe dê 800 mil réis, vindo assim a ficar com 100 mil réis mais.