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Governo da Rainha ; tem muita razão. A respeito do Bispo de Coimbra nào &ei nada, mas a respeito dos Bispos de Cabo Verde, e d"Angra, conheço-os porque tenho relações com elles, e sei que sào súbditos fieis da Rainua (apoiados-, umavoz — ninguém falia d'esses).

O Sr. M. A. de t'asconcellos:— Eu pedi a palavra a fim de que o Sr. Ministro da Justiça queira ter a bondade de me esclaiecer sobre um ponto se o julgar conveniente: desejava saber se os rendimentos da Milra de Coimbra ainda hoje existem, e se delles recebe alguma cousa o Bispo reservalario.

O Sr. Mhiibtro da Justiça: — O Sr. Deputado, cuido que quer saber se o Bispo Reservatório de Coimbra recebe alguma cousa da Mitra ; eu penso que nào recebe nada. Parece-me que a verba que lhe vota a Commissão, é de toda a-justiça, e creio que nenhum Sr. Deputado se recuza a approval-a ; a dúvida que lia, é se ha de ser mais alguma cousa, e quanto ha de ser mais. Agora pelo que respeita aos tre» Bispos de Coimbia, Cabo Verde, e Angra, têm-se entrado em dúvida, se se deve ou não conceder esta^pensâo, e a dúvida procede de que pôde ser que efles nào se sujeitem ao Governo da Rainha, contra o qual se diz que conspiram ; eu nào sei se elles conspiram, ou não, pelo menos nào estou habilitado para o dizer, nem que o estivesse o diria aqui. . . . (O Sr. Manotl António da fasconcellos : — Eu o que desejava saber e se os rendimentos que .tinha aquelle Bispado estão exlinctos, ou se ainda hoje subsistem ; e se subsistem desejava saber quaes sào, e quem é que os recebe?)

O Sr. J\hnibt r o continuando— E' urna noticia de facto sobie que nào posso dar os esclarecimentos ; uni Ministro não pôde fazer um exame vago, eu procuraiei com a maior brevidade obter os esclarecimentos precisos, e depois pela minha parte estou promplo a dar todos os esclarecimentos, uma vez que se peçam com a antecipação precisa, isto e aquelies que dependem de facto, ou que dependem de raciocínio, promptamenle os darei. Agora pelo que respeita ao» Bispos de Coimbra , Cabo Verde, e Angra, diria eu que parecia offerecer-se alguma dúvida em se lhes concederem estas pensões que a Commissao propõe por não se saber se elles se sub-metterão ao Governo da Rainha. E' evidente que o Governo , conhecendo que elles conspiram , uma vez que tenha disso provas, não lhe ha de dar essas pensões, posto que approvadas sejam, por que o Goveino não ha de sustentar os seus inimigos. Neste ponto a Camará poderá fazer o que quizer, pôde conceder as pensões (se o entender) mas o Governo não as ha de effectuar quando entender que os ag-graciados conspiram contra as instituições do Paiz. Agora pira occorrcr ás despegas da sustentação dos Paruchos suspensos />or motivos políticos, outra verba que está debaixo deste ai ligo, eu lembrarei que seria conveniente accrescentar—os Dignidadcs Cónegos, e Beneficiados, suspensos — porque ha muitos que ficaram tora dos cabidos , e estes não se com-prthenderam na verba dos quatro contos que a Camará já votou.

O Sr. ^Manoel António de ^"asconcellos: — Sr. Presidente, eu preciso declarar ao Sr. Ministro dos Ecdosiaslicos, que a minha, intenção quando í\& a interpelação, não era surpreiiender S. Ex.a, e tan-ín não era que eu disse — t>e S. Ex* julgasse con-

veniente dar aquella explicação — estava na sua mão o dizer que nào eslava sumcrf) tem ente habilitado , e que eru outro dia as dana, mas segundo a explica-çào.ou a declaração catliegorica que S. £.a fez, de que não estava habilitado com conhecimentos de facto para dar esta explicação, creio eu -jue nào se perdera cousa nenhuma, e &e não causava. prejuízo a ninguém t m se deixar esta verba para quando o Sr. Ministro .der as informações, (susurro) Sr. Presidente, eu não quero entravar o negocio, não sou inimigo do S.-. Bispo reservatario de Coimbra, não sou inimigo de ninguém ; lenho tido occasiòes até de precisar ser inimigo d*alguem , e nào o tenho sido ; mas entendo ern minha consciência que é do decoro desta Camará, e mesmo do decoro do Sr. Bispo reservalario que este negocio se traclecoin tiuiinspec-ção e tnaduresa ; se elle tivesse esta casa rodeada de inimigos seus, então seria conveniente fa^er uma surpresa, ou exigir uma votação respectiva, mas se nós eslamos prontos a fazer justiça a-todos, que necessidade ternos de ir de salto na matéria? Não temo» nenhuma; ma» o que é um facto e, que eu sou informado que a mura de Coimbra ainda rende (u)navo»~ — mas nào e para elle) seja para quem for, aias el-la rende, e o Sr. Bispo reservalario tem algum direito aos rendimentos da miira, então é preciso ave-.riguar quem os recebe: ponanto eu acho que se deve esperar pelos esclarecimentos do Sr. Ministro para se votar sobre esla verba, porque querendo nós beneficiar o Sr. Bispo reservalario nào o vamos prejudicar privando-o dos rendimentos da mitra, a que suppouho elle ler dirmo uma vez que existam, e que seguramente avultarão em mais que o augmenlo que se perlende fa/!er.

O Sr. Guilherme Henriques: — E' verdade que ainda existem alguns rendimentos da milra de Coimbra , mas é veidade que a milia de Coimbra estava em divida por causa 8a Decima em urna grande quantia de dinheiro : procedeu a Fazenda a execução nos rendimentos existentes: veio o Sr. Bispo re-servatario com artigos de preferencia a pedir o pagamento das quantias que se lhe deviam , e que lhe estavam já julgadas pôr sentença ; em virtude dessa execução obteve mandado de levantamento da quantia de seis centos e tantos mil reis segundo creio ; porem por occorrencias políticas extraordinárias q>ie enião tiveram logar, foi dislrahido esse dinheiro, e creio que nada chegou a receber; mas o que posso artirmar é, que os rendunenlos subsistentes da mitra de Coimbra nào chegam nem talvez a quatro mil cru&ados; e ainda quando se lhe paguem os foros que lhe são devidos, não chega este rendimento para a côngrua ordinária do Bispo effeclivo; se existem alguns rendimentos, e delles o Sr. Bispo reservatario pode obter alguma quantia; desconta-se essa quantia no pagamento desta pensão alimentícia proposta pela Commissao, por isso é que a Cotnmisââo considerou que devia consignar eils. verba ao Sr. Bispo reservatano, e que era de toda a justiça que elia fosse votada: o Sr. Alberto CarLs que eru Coimbra foi Procurador do Sr. Bispo reservatario, podeiádar a t=le icspeito mais algumas informações.

O Sr. Alberto Carlos: —Sr. Preaiclente ; eu hei de continuar quasi tudo que disse o nobie Deputado que rne precedeu ; este negocio passou rne pelas mãos porque nelle fui eu Procurador do Sr. Bispo Conde. Quando o Bispo de Coimbra se retirou em 1834,