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ce-me que este incidente prendia com o facto, sobre o qual chamo já a attenção da camara, por meio de um requerimento que apresento pedindo esclarecimentos ao governo; e, por esta occasião, peço ser informado sobre se esses documentos já vieram, porque, no caso negativo, proporia que esta discussão se adiasse ate elles virem. (O sr. Visconde de Castro Silva: — Não prende com esse facto.) Mas o que ouvi ao sr. ministro do reino, tem toda a relação com esse facto.

O sr. Presidente: — O sr. visconde de Castro Silva apresentou um requerimento, para que se nomeasse uma commissão para rever os regulamentos sanitarios, e, fundamentando o seu requerimento, alludiu a alguns factos que tinham alguma connexão com a moção do sr. Corrêa Caldeira, mas só como fundamento para 0 seu requerimento; e estava concluindo, quando entrou o sr. ministro do reino, que, ouvindo que se censurava o conselho de saude publica, por ter declarado suspeito o porto do Maranhão, e, poucos dias depois, livre, respondeu a isso; mas foi esta a unica cousa, no meu modo de intender, de que o sr. ministro tractou, que tivesse relação com o requerimento do sr. Corrêa Caldeira; e os esclarecimentos, que s. ex.ª pediu, ainda não vieram.

O sr. Corrêa Caldeira — Pela exposição que o sr. presidente acaba de fazer das razões em que o sr. visconde de Castro Silva fundou o seu requerimento, que são precisamente arguições que s. ex.ª faz ao conselho de saude, arguições, que eu intendo, que o conselho não merece, reconhece-se que a camara não póde resolver este negocio, na ausencia dos documentos que pedi; por consequencia mando para a mesa a seguinte proposta de adiamento

Proposta: — Proponho o adiamento da discussão do requerimento do sr. visconde de Castro Silva, até que sejam presentes á camara os documentos, e informações que pedi fossem remettidos pelo governo, a respeito do procedimento havido com a galera Castro 2.º = Corrêa Caldeira.

Foi apoiado o adiamento.

O sr. Maia (Francisco): — Admira-me que se impugne o requerimento do sr. Visconde de Castro Silva, sendo tão simples, quando outros de maior gravidade teem sido approvados.

Eu por mim declaro que voto contra o adiamento, porque O exame do facto, a que alludiu o sr. Corrêa Caldeira, em nada é prejudicado pela approvação do requerimento; e esse facto seguramente ha de ser submettido ao conhecimento da camara, depois que vierem as informações pedidas pelo sr. deputado.

O sr. Presidente: — Devo advertir que já deu a hora designada para se passar á ordem do dia; e por consequencia fica esta dicussão pendente, anão resolver a camara outra cousa.

O sr. Calheiros: — Eu lembro a v. ex.ª que achando-se presente o sr. ministro do reino, era agora occasião de me ser concedida a palavra a fim de fazer a exposição, para ouvir a qual s. ex.ª foi convidado.

O sr. Ministro do reino: — Eu estou prompto.

O sr. Placido de Abreu: — Pedi a palavra para mandar para a mesa um parecer da commissão de guerra ácerca da proposta do governo para ser auctorisado a vender em hasta publica, e dinheiro effectivo; e pelo modo que julgar mais conveniente, o edificio de S. João Novo, onde se acha estabelecido o hospital militar permanente da cidade do Porto.

Peço que com este parecer tambem seja impressso o da commissão de fazenda sobre este mesmo objecto.

Mandou-se imprimir — (E se consignará quando entrar em discussão).

O sr. Rivara: — Mando para a mesa um parecer da commissão de administração publica sobre uma pretenção particular.

Ficou para se tomar em conta opportunamente e consultada a camara sobre se havia de dar-se a palavra ao sr. Calheiros, para o fim que indicou — decidiu affirmativamente.

O sr. Calheiros: — Sr. presidente, na noite de 27 do corrente foi a minha casa cercada por uma força da guarda municipal, e a auctoridade encarregada da diligencia foi o administrador dos Olivaes, que cumpriu com seu dever como auctoridade, e mesmo me dispensou todas attenções. Esta auctoridade entrou em minha casa depois de nascer o sol, e disse-me — que ía proceder a uma rigorosa visita domiciliaria para prender o major Christiano (peço ao sr. ministro do reino que note, que a ordem para se proceder á diligencia era assignada pelo chefe da repartição da policia).

Respondi a essa auctoridade — que não fazia opposição alguma ao cumprimento da diligencia, observando-lhe ao mesmo tempo, que, com quanto o major Christiano fosse meu patricio, isto é, de duas legoas distante da minha naturalidade, pouco mais ou menos, desde 1047 que as minha relações com elle estavam inteiramente quebradas, e nunca mais tive noticias delle senão pelos jornaes; que chegando preso á capital nunca o fui visitar, nunca elle me escreveu, nem me pediu serviço do qualidade nenhuma. Além disso, dá-se uma circumstancia, que outro dia não narrei á camara, porque não desejava aggravar a situação de ninguem, de que, entre os crimes de que é accusado o major Christiano, e que a imprensa publicou, um delles é o envenenamento do prior do Seixo, e sendo este prior meu primo inteiro, não se póde suppôr que havia de proteger um homem sobre o qual recaissem suspeitas de ter perpetrado um similhante crime. E por esta occasião declaro, debaixo de minha palavra de honra, que desde 1847 nunca mais tive relações com o major Christiano; peço aos srs. tachygrafos que tomem nota disto; e se esta minha declaração não fôr verdadeira, quero ser considerado como o homem mais vil da sociedade.

O administrador me ponderou que, não obstante o que eu lhe asseverava, havia um homem que dizia, que eu o tinha encarregado de umas encommendas para o major Christiano; e pedindo ao administrador, que esse homem comparecesse naquelle acto, ao que elle annuiu, apresentou-se um rapaz, que nunca linha visto, e de cuja fisionomia não tinha a menor idéa, ao qual o administrador perguntou: você não disse que linha fallado com o sr. Calheiros? É verdade, respondeu elle. Então (disse-lhe) diga o dia, a hora e quantas vezes me fallou» — O senhor não costuma passar pela praça d'Alegria?» Não, senhor.

— «Então seria alguem que se parece com o senhor.

— Eu fallei-lhe no domingo, na praça da Alegria, das 4 horas e meia para as 5 da tarde.» Quando elle disse isto, então pedi ao administrador, que tomasse nota, de que no domingo, ás 10 horas da manha.