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A liberdade, sem os interesses materiaes do Paiz, não vale nada; a verdadeira liberdade consiste em promover os interesses materiaes do Paiz.

Disse mais S. Ex.* que já está, premeditada uma escola'de agricultura noDistricto de Santarém ; que um cidadão, aliás muito respeitável, tem isso em projecto , e só pede auxílios ao Governo. Eu conheço o illuslre cidadão a que allude S. Ex.a, vi na Commissão de Agricultura a sua proposta , fa-ço-lhe todos os encómios, e tributo todos oselogioá a ess" cidadão. Mas que escola de agricultura e essa com que nus querem illudir? Que meios ten) esse cidadão, que pede um auxilio á Camará para fazer wn ensaio? Como pôde elle pagar a professores, comprar instrumentos ect. ? Ha de por ventura ser elle o mestre de todos osramos, que devem ensiuar-se rTiima escola de agricultura? E* impossível. De boa vontade preafara-eu auxílios a este cidadão, porque sei os esforços, e a intelligpncia que elle tem desenvolvido no aperfeiçoamento da sua quinta; mas não vejo que dahi se possa tirar utilidade.

Ora diz mais o Sr. Ministro que se não pôde tocar nos B°ns Naciotiaes, porque elles são hypothe-ca de uma divida sagrada. Sr. Presidente, a hypo-llieca da divida reconhecida pela Constituição são os Bens de todos os Porttigiiczes, nós havernoà paga-la fielmente: assim o pé J e a honra Nacional. Se f.» visse, Sr. Presidente, que a divida Nacional não tinha outra hypotheca, e que os Bens Nacio* naes tinham servido para pagar nossa divida, sagrada , cie ceito não proporia que sobrestasse na venda da mais insignificante courela; mas osBensNacio-naes estão todos vendidos, e a divido,, tanto Estrangeira, como Portugueza, cada vez se apresenta mais medonha, cada vez é maior.

A .grande massa de Bens Nacionaea foi vendida e a divida existe, oxalá que isso nfio fosse verdade. Será nestas circumslancias que nós deixemos de aproveitar dos mesquinhos restos, que ainda existem alguns que possam servir para promover os interesses matenaes do Paiz, para estabelecer algumas es-' colas, pratica de agricultura, donde podem resultar grandíssimas vantagens? Sr. Preside-nle \ eu sou agricultor, e conheço a falta qae fazem estas escolas , donde sairiam trabalhadores illustrados na cultura das terras, e no tratamento das arvores, o que entre nós se faz pela mais viciosa rotina; assim poderíamos multiplicar os nossos fructos, e ganhar muito no seu melhoramento; e não seria isto abrir' uma fonte á riqueza nacional?

Por consequência não direi mais nada, senão qu<_ as='as' se='se' escolaé='escolaé' nif='nif'> derem resultado algum, os outros rneios lembrados também não dão absolutamente* resultado algum : porisso espero que a Camará ap-prove o meu requerimento.

O Sr. G ornes de Castro:-** Já se fallou pró econ-tra , e creio que já se dis^ brutante sobre a questão; por isso peço a V. Ex,% que pergunte se a matéria está discutida,- aliàb perderemos toda*a Sessão.

O Sr. Minhtro da Fa~enda: ••—Eu pedi palavra por parte-do Governo; não posso deixar defallar; lerjj-ãe estado 11 tractar uma questão irnportantissi-rtia na ausência tio Ministério,

O Sr. Pfcsiílenie • — Quando ha um requerimento, prefere a tudo r> ínais. .*.

Ò Sr. Ministro da Fazenda: — Pois tem-se esta-

do a discutir uirm queàtão de fazenda na minha àiU sencia, e não hei de ser ouvido?

O Sr. Gomes de Castro: — Eu não sabia que o Sr. Ministro precisava dê fallar.(O Sr. Sá Nogueira:-—j\h*. E' só para o Sr. Ministro?)' Não e só para o Sr. Ministro, e para a boa ordem da Camará. Eu vi começar uma discussão, que parecia não teria (uri, e que perderíamos mais outra Sessão; foi só por esta rasão que fiz o meu requerimento; mas se S. Ex.* assenta, que tem necessidade de fallar neste objecto, retiro o requerimento.

O Sr. Presidente:—Então continua a discussão. O Sr. Ministro da Fazenda: —Sr. Presidente: uma grande ^omma de Bjns Nacionaes estavam por vender, em consequência de pedidos de differ«ntes Srs. Deputados, de Camarás Municipaes, e d'oti-tras Corporações; e/ V- Ex.a sabe perfeitamente como se faz--m estes pedidos. A Commissão de Fazgn-da entendeu * que não podia continuar este estado, por rnaiá tempo; porque estes b^ns se estão todos os dias dtít-írtorandofrwwor^. Peço á Camará,) que me queir.i dar attençâo, visto que me não tam que-ndo ouvir nesta matéria, e visto que tem- approya-do }á alguns requerimentos neste sentido, no risco d*1 seiem desattendidóâ pelo Governo. A Commis-sào de Fazenda, digo, entendeu, que vinha m.urtò mal ao Paiz da demorada venda desses bens; e então disi-eí vão todos estes requerimentos ao Governo; elle que ponha á venda Oá bens, que julgar ven* dáveis, e que venha pedira separação daquelles, que julgar precisos para o serviço publico. Ora depois desta automação dacía ao Governo, quem ha* via fie imaginar, que no dia seguinte havia de con* li nu ar a mesma contradança, que tinha havido até então? Poiá que quer d;zeí ó estar-a Camará Iodos os dias a mandar suspender a venda precisamente daquelles bens, que se deviam vender? Pois a Ca-inara não 'vê , que eu tenho separado da Vertda esses bens somente por deferência para com o Corpo Legislativo? Mas grande mal vem d'ahi ao Paiz; e pava esse mal letn esta Camará concorrido, sem o querer. Acabo de aaber, ecoai muita admiração, que honteru foi aqui approvado um requerimento pá* rã'se não vender 6Convento da Cartuxa de Évora; pois quer-a Câmara saber o que fez? Este Convento esteve proposto á venda por 15 contos de réis, agora por. 8 contos; e d'aqui a um anno não valerá absolulartiente nada. Isto e que a Caoiara está fazendo com tudo* mais. Mas diz-se: a divida cresce todos o? dias. 'Como cresce? Pois ignôrat o Sr. Depilado-,'que na compra desses bens entram títulos de divida publica, e que o dinheiro, que se otrtem por essa venda é applicado ás de^pezas do Jiâtado? Se o Sr. Deputado entende, que esse dinheiro "é extraviado pelo Governo , então pôde dizei, que são mal feitas as vendas. Mas na situação apurada em que nos achamos, quando o Governo olhava com prazer para a sotnmá de 3 mil contos de Bens Nacionacã a vender, em que entraria um 5.*, um 6.°, t>u um 7." em dinheiro, e o resto em títulos de divida', que deixariam de pf'zar sobrenósf neata sittrnçãxj, digo, e' que' vem a Camará a mandar â u s pende r est* venda? A Junta do Credito Pu-blíco anntmcia hoje a venda d'uma propriedade; vem logcr um"requerimentò , é diz a Camará: não se venda. ' :-