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tas; mas eu julgo dever recordar ao autor desta proposição f que ha uma agricultura rotineira e ou« tra racional; a rotineira é aquella que ou segue su-presticiosamente os processos antigos, ou adopta cê gamente os modernos; e a racional é a que aceita de uns e outros o que é proveitoso e apropriado ás circumstancias do clima, da exposição, da sítua-/ cão, e das localidades. E' esta pois a que eu defendo , a que desejo ver ensinada; é esta a que se ensina com incalculável proveito nos Institutos agronómicos de Grigarm de Roville e de Granei Jouan ; na escola florestal de JVancy, e no Conservatório dag Artes eOfficios de Pariz j e em muitas escolas da Alemanha, da Suissa, da Prussia, e da Inglaterra, que por brevidade deixarei de citar. Hoje, Sr. Presidente, e considerado como um anachronis-mo o espirito de rotina. A tendência do entendimento humano, e o caracter das scieneias philoso-ficas é o das applicações sociaes. A lechnologia é a parte mais importante destas scieneias. Não é do nosso século a mania das investigações puramente especulativas. As theorias estéreis são abandonadas. A importância da chymica só foi proclamada e reconhecida quando esta sciencia desceu do Laboratório para as officinas; a da plmica quando'se transferi o do Gabinete paru os estabelecimentos fabris; a da botânica quando baixou dos jardins para os -campos. Não devemos por tanto recear, que as praticas rotineiras ou seguidas sem exame , ou adoptadas sem descernitnento se substituão esclarecida e prudentemente ás praticas phisiotogícas. E1 para isto que eu quero as escolas: é paira isto que o Governo deve institui-las. Mas os agricultores não devem esperar, que tudo lhes provenha do Governo, como de uoia fonte donde mane o remédio a todos os seus males; porque se o Governo poder e deve guiar, e até um certo ponto sustentar os esforços dos agricultores; estes devem desenvolver peraeve-rança e energia, «em o que toda aquella protecção seria baldada. Cada industria tem uma vida que lhe é própria; esta vida tem sempre agentes, que a ani-mão, e obstáculos, que a entorpecem. A tlieoria destas influencias creadoras, ou desorganisadoras e'sum-mamente complexa, exigindo por isso o estudo e os -esforços simultâneos dos productorei e da administração. Esta deve aconselhar, propor edirigir; aquel-HIes devem insistir, meditar, e aperfeiçoar.

Sr. Presidente, termino fazendo votos para que o Governo possa dar aos agricultores estradas, segurança real e pessoal, instrucção especial, bancos ruraes, e associações agrícolas. E se isto se verificar, será sem duvida este nosso Paiz o maU rico e mimoso canto do mundo.

Em vista pois do q>>« tenho ponderado desejo saber de S. Ex.a se destina ou não suspender a venda da'Cerca e Convento dá Cafluclm d'Evora.

O Sr. JWinintro da Fazenda: — Sr, Presidente, o meu i II UB t ré amigo o Sr. J. M. Grande por certo, que nào espera, que eu entre em uma dissertação sobre os differentes objectos , que Acaba de tocar na sua inlerpellação, e creio que se contentará com a resposta cathegonca sobre o objecto da pergunta. O Governo tenciona mandar sustar, por ora, a venda do convento e cerca da Cartuxa de Évora por duas razões; a pnmeira e, porque sem embargo de que qualquer dos pedidos das duas Camarás, não tire o Governo da responsabilidade ? que sobre

elle recahirá, uma vez que deixar deteriorar os bens nacionaes, para cuja venda está autonsado; sendo-esta determinada por uma Lei, elle não pôde com tudo deixar de ter sempre em muita consideração , o pedido de qualquer das Casas do Parlamento a respeito de urna ou outra propriedade, que julguem que será conveniente para urn ou outro ramo do serviço publico; e por consequência o Governo não poderá deixar de ter em muita consideração o requerimento do Sr. Deputado, se for approvado por esta Ca m ata, .quando indica o desejo de que, se separe por ora da venda dos bens nacionaes, aquel-le edifício e cerca ; porque desejava que alli se estabelecesse uma Escola de Agricultura pratrca. Sobre este objecto não é por tanto oMinisreno de Fazenda o único, que tem a resolver a questão, ha de ser por mim tractada simultaneamente com o meu collega o Sr. Ministro do Reino ; porque este estabelecimento , propriamente faltando, pertence ao Ministério do Reino; e entretanto não ficará prejudicada a resolução da questão com a venda do edifício e da cerca.

Mas neste meio tempo evita-se uma outra diffi-culdade, e vem a ser. A Casa Pia de Évora reputa-se com direito áquelle convento e cerca, e o Go-verno não quer prejudicar este direito. A Casa Pia de Évora é um estabelecimento que o meu amigo convirá, que pôde offerecer resultados muito vantajosos á Província do Ale'm«Téjo, uma vez que dei-la se tirem todas as vantagens que se devem tirar; porque áquelle estabelecimento tem uma dotação muito suficiente para os encargos , que sobre elle pesam , e, por consequência , uma vez que nelle resida uma boa administração, necessariamente as vantagens que se hão de derivar d'ahi , hão de ser ioimensas. A Casa Pia de Évora reputa-se com direito a esse convento e a cerca, porque foi orga-nisada com áquelle edifício, e já intentou este processo, segundo me informou a Junta do Credito Publico, para fazer ver o seu direito. Por consequência , por estas duas razões, o Governo não tracla, por ora, da venda desta propriedade; o Governo prevê, e' verdade, que demorando esta venda se um dia ella for á piaça, ha de ser por preço inferior áquel-' lê porque hoje pôde ser vendida; entretanto o Governo não quer prejudicar nem os direitos da Casa Pia, e muito menos a possibilidade de se estabelecer alli uma Escola de Agricultura pratica, quando o Governo entenda que deve ser estabelecida.

Agora não posso deixar de agradecer ao meu il-lustre amigo o zelo que toma pelos interesses de um -Districto, que ninguém mais que eu deve zelar; porque tenho tido a honra de ser eleito Deputado , por elle mais de uma vez; tive já a honra de o administrar; e etli toda a occasião e tempo, procurarei sempre dar aos habitantes daquelle Districto provas das sympathias, que não podtítn deixar de me merecer a consideração, e a deferência cora que elles me têem sempre honrado.