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hospitalidade , e só para lisotygear aquelle a quem «gora voltaram as costas. Sr. Presidente, bem fraca era a nossa situação quando D. João IV foi accia-mado Rei de Portugal ; bem poderosos inimigos tínhamos a veecer ; a intriga fomentava-se na Cúria Romana ; toda a Europa nos abandonou aos nossos próprios recursos. E qual foi a conducta desse Governo quando ao porto de Lisboa vieram buscar abrigo os Príncipes Roberto, Mauricio , perseguidos pela Esquadra do Protector ? A conducta desse Governo foi nobre e generosa : esse Governo era; digno do Paiz , porque não se curvou diante das forças entrangeiras, e respeitou o direito da hos-pitalidadey que nolavel differença de então para hoje ! ! !

Corno 4 que o Governo tern protegido as industrias do Paiz ? Vejamos, o Minho está sendo o empório do contrabando, tanto de cereaes , como de agoa-ardente ; os géneros estão baixando, não cobrem ao menos as despezas da cultura, e qual e o castigo que o Governo tem imposto aos Em pregados fiscaes7 Não sei, nem creio que a Camará o saiba, nem será fácil sabe-lo, porque o Governo parece que folga com lanla prevaricação, ao menos os seus actos assim o indicam , e a falia de sinceridade nos seus actos officiaes assim o revelia. Ha uma Portaria, a que eu, senão respeitasse o decoro da Camará e alteridesse á minha posição, não duvidaria chamar fraudulenta , pela qual o Governo annunciou á Camará de Viila Nova de Gaya a breve couclusão do Traciado com Inglaterra. E qual foi o resultado? O resultado foi que uma grande quantidade de pipas d'agua-ardenle que estava empatada, subiu a um preço elevado, com a esperança da conclusão do Tractadp; e aqueiles que a compraram^ tiveram quesoffrer grave prejuiso (mas alguém lucrou.) Não quero dizer que o Governo ti-vesae intenção de prejudicar aquelle* indivíduos; mas o que é certo é que ô faclo existia; moralise-o a Camará.

Já que faltei no Tractado , lembra-me chamar a attenção da Camará sobre urn outro facto. Como se apresentou o Goverrío á face da Europa nesta questão do Tractado? E que credito devem merecer as suas declarações? Não disse elle que oillus-.Ire Diplomata (o Sr. Duque de Palmella) jamais sairia de Portugal de propósito para effectuar a conclusão do Tractado? Disse-o repetidas vezes em todos os seus Jornaes. E que veinos nós hoje? Vemos esta asserção desmentida por um Documento Offi-cial. E não sei mesmo se é verdade o que se diz, que as negociações desse Traciado teem feito grande despeza aoThesouro Portuguez : felizmente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, que e o competente para nos informar a este respeito, está presente, e poderá elucidar este negocio, que pela sua gravidade me obriga a provocar explicações do Sr. Ministro, sendo certo que o seu silencio confirmará as suspeitas; mas voltemos ao objecto.

O Governo, que está todos os dias annunciando a :dade de oiro , que se está inculcando cofuo protector de todas as industrias, nâa nos dirá, se toda a stra protecção se limita aos artigos da Folha Of-íicial f Pergunto eu, que tem elle feito para com a desgraçada Província do Minho, que hoje quer sobrecarregar com o augmento do Subsidio Litlera-rio? Acaso ignora (talvez, porque ignora tudo), que

alli houve uma Fabrica de Vidro, que foi destruída por occasião da Invasão Franceza, e que da soa reedíflcação resultava grande prosperidade para aquella Provrncia , tanto pelo coíiHDercia, corno pelos braços que empregava? Acaso ignora que na Província do Minho existe uma Fabrica, que devia fabricar Papel para competir com o melhor do estrangeiro, e que está abandonada por falta de meios para continuar com eira ? Pois se o Governo não deve ignorar isto, e se tern a peito a protecção da industria, para que está, gastando dezenas de contos de re'is nos Palácios particulares de Lisboa, e em mudança de Secretarias? Porque não dispõe destes meios para fomentar a nossa industria ? Porque ? Porque folga com o mal do Paiz. E e' este o Governo, que nada tem cafnprido, que tem des-presado todas as industrias, o que se julga hoje habilitado para pedir meios? E havemos de ser nós que lh'os concedamos? Eu, de certo, não; porque detesto o Governo, que só tem feito anticípa-ções desgraçadas, e empréstimos ominosos, em que os mutuantes recebem, pelo menos, de 27 a 31 de juro. E para cumulo de tudo, é um Governo, que mandou annunciar a arrematação do Pescado para o dia 9 deste mez, com anticipação de nove dias: acreditai-o, ó Vindoiros ? ? ? ! Perguntoeu, duvidará aíguem, que da parte doGoverno não haja uma crassissima ignorância, ou uma requintada má fé? Pois como quer o Governo que os habitantes de Caminha possam concorrer á arrematação no dia 9, se elles só podiam saber delia no dia 7 deste roez? Não sei explicar isto, nem o mesmo Governo, saí-vo se mandou para todas as partes do Reino fazer comrnunicações pelo Telegrafo.

A segunda circumstaricia que entendo deve veri-ficar-se para se julgar o tributo necessário, c saber se acaso se teern feito todas as economias e redacções, que as nossas circutnstancias exigem. Também me parece que taes reducçôes e economias se nào teem feito: pelo contrario, a despeza tern aug-mentado, p^âra accommodar afilhados. O Governo, quando apresentou nesta Camará um Projecto para reformar a Junta do Credito Publico, annun-eimi-nos que d'ahi viria uma considerável economia ; e entre outras ponderações que nos apresentou, pelas quaes se devia verificar a economia, foi urna a de que grande numero 'd'Ernpregâdos seria despedido de uma e outra Repartição ; porque 09 que pertenciam á Janta como Empregados Supranumerários, tinham de ir fazer serviço para outra Repartição. Acaso terá o Governo a coragem de nos dizer, que despediu esses Empregados? Que farão n'uma Repartição de Lisboa 50 Empregados, fallo do Governo Civil ? (Utna Poz : — São mais.) O Orador: ~ O que eu sei e, que no Ministério do Sr. Silva Carvalho, quando se montou o Thosouro, quando sobre elle pesava muito mais trabalho do que hoje, o nobre Ministro fez todo o serviço com 90Empregados ; e hoje ha mais de 300; não sei mesmo se formará uma boa Brigada.